São José Marello |
José
Marello nasceu em 26 de dezembro de 1844, em Turim, Itália. Seus
pais, Vincenzo e Ana Maria, eram da cidade de São Martino Alfieri.
Quando sua mãe morreu, ele tinha quatro anos de idade e um irmão
chamado Vitório. Seu pai, então, deixou seu comércio em Turim e
retornou para sua cidade natal, onde os filhos receberiam melhor
educação e carinho, com a ajuda dos avós.
Aos
onze anos, com o estudo básico concluído, quis estudar no seminário
de Asti. O pai não aprovou, mas consentiu. José o freqüentou até
o final da adolescência , quando sofreu uma séria crise de
identidade e decidiu abandonar tudo para estudar matemática em
Turim. Mas, em 1863, foi contaminado pelo tifo, ficando entre a vida
e a morte. Quase desenganado, certo dia acordou pensando ter sonhado
com Nossa Senhora da Consolação, que lhe dizia para retornar ao
seminário. Depois disso, sarou e voltou aos estudos no seminário de
Asti, do qual saiu em 1868, ordenado sacerdote e nomeado secretário
do bispo daquela diocese.
São José Marello (o menino), no Seminário Menor. |
Nos
vinte anos que o Marello exerceu o seu sacerdócio em Asti foi
exemplo para todos de todas as virtudes. Dom Ronco, em uma esplêndida
carta recomendatória à Santa Sé, declarava-o um homem prudente,
piedoso, zeloso, pleno de caridade, uma jóia de sacerdote envolvida
de silenciosa humildade.
José
e o bispo participaram do Concílio Vaticano I, entre 1869 e 1870.
Posteriormente, acompanhou o bispo por toda a arquidiocese astiniana.
Com uma rotina incansável, ele atendia todos os problemas da
paróquia, da comunidade e das famílias. Muitas vezes, pensou em
tornar-se um monge contemplativo, entretanto sua forte
vocação para as necessidades sociais
o fez seguir o exemplo do carisma dos fundadores, mais tarde chamados
de "santos sociais", do Piemonte.
Corajosamente,
assumiu a responsabilidade dos problemas reais da época, sem se
preocupar com o Estado, que fechava conventos, seminários e
confiscava os bens da Igreja, sempre convicto de que os mandamentos
não lhe poderiam ser confiscados por ninguém. Muito precisava ser
feito, pois cresciam a miséria, o abandono, as doenças, a
ignorância religiosa e a cultural. Mas, José também tinha de
pensar nas outras pequenas paróquias da diocese, em condições
precárias, e ainda, não podia deixar de estimular os padres, de
cuidar da formação religiosa das crianças e jovens e de socorrer e
amparar os velhos. Por isso decidiu criar uma "associação
religiosa apostólica", em 1878, em Asti.
O
início foi muito difícil, contando apenas com quatro jovens leigos.
Mas a partir deles fundou, depois, a Congregação
dos Oblatos de São José,
integrada por sacerdotes e irmãos leigos, chamados a servir em todos
os continentes. Os padres Josefinos pregam, confessam, educam, fundam
escolas, orfanatos, asilos, constroem igrejas e seminários.
Dedicando-se
igualmente aos jovens, velhos, doentes, por isso seu fundador os
chamou de "oblatos", ou seja, "oferecidos" a
servir em todas as circunstâncias.
Em
1888, o papa Leão XIII consagrou José Marello bispo
de Acqui.
A Diocese de Ácqüi se encontra no Piemonte e é sufragânea da
Arquidiocese de Turim. Enalteceram-na no tempo com suas virtudes os
bispos: São Maggiorino e São Guido, o fundador dos Passionistas São
Paulo da Cruz e Santa Maria Domingas Mazzarello, co-fundadora com Dom
Bosco das Irmãs de Maria Auxiliadora. A Catedral é dedicada a Nossa
Senhora da Assunção. É uma diocese vasta, deslocada em boa parte
sobre os montes do Apenino Ligure; nos tempos de Dom Marello contava
com 120 paróquias e cerca de 125 mil almas.
Dom
José Marello no governo da sua diocese soube unir suavidade e
firmeza. Por isto, o povo e o clero lhe foram sempre unidos e
afeiçoadíssimos. Também o seu vigário geral, Mons. José Pagella,
tipo forte e autoritário, afeiçoou-se-lhe tão profundamente, que
colaborava de bom grado com ele. Na residência episcopal, qualquer
um podia aproximar-se dele, a qualquer hora.
São José Marello era um bispo missionário, um grande apóstolo em sua própria diocese. |
No
breve período de seu episcopado, seis anos e meio, Dom Marello
visitou toda a sua diocese. A visita pastoral teve início no dia 13
de abril de 1890, começando pela cidade de Ácqüi e estendendo-se
depois a todos os vicariatos da diocese. O Bispo subiu também até
as localidades mais inacessíveis, acolhido por toda parte como um
santo. Na aldeia de Ricaldone conquistou de tal maneira os corações
que à sua partida, quiseram acompanhá-lo com a banda musical por
vários quilômetros, até a aldeia vizinha. Em Cairo Montenotte,
aldeia industrial, de marca anticlerical, acolheram-no com alegria
tão logo o viram abraçar uma menina do povo. Na aldeia de Morbello
ele chegou durante uma forte tempestade, podendo assim levar consolo
e resignação àquela população que tinha perdido toda a sua
colheita.
Dom
Marello escreveu aos seus diocesanos sete cartas pastorais. A
primeira é de 1889 e leva a cada um dos seus filhos uma mensagem de
paz. Nas outras, anunciava-lhes a próxima visita pastoral (1890),
exortava-os à penitência (1891), dava aos pais oportunas
normas para a educação dos filhos (1892), chamava a atenção para
o respeito humano, exortando a uma franca profissão de fé (1893),
tratava o fundamental problema do Catecismo (1894), voltava os ânimos
para o empenho missionário (1895).
Estátua do santo bispo e fundador. |
Dom
Marello e a Congregação dos Oblatos
Embora
ocupado como bispo num trabalho múltiplo e absorvente, Dom Marello
continuou a seguir vivamente os seus Oblatos. De fato, ele continuou
sendo o Superior da Congregação e da Obra de Santa Chiara até a
morte. Pe. Cortona nada fazia em Asti sem antes interpelar o Pai em
Ácqüi, o qual respondia com cartas freqüentes e paternas e vinha
também de vez em quando pessoalmente ter com seus filhos e os
convidava para virem junto dele em Ácqüi ou então na residência
de verão de Strevi.
Por
suas obras, Dom Marello continuou a difundir solicitude e meios; por
elas, a fim de salvá-las, ofereceu generosamente também a própria
vida quando surgiu a questão da propriedade da Casa de Santa Chiara.
A Pequena Casa da Divina Providência de Turim, tendo contribuído
para a compra do edifício de Santa Chiara e obtido a cessão das
representações civis de três titulares, pensava poder dispor dele
como coisa sua.
Dom
Marello, consciente de ser ele o representante do bispo de Asti
naquela Obra, defendeu os seus direitos contra as pretensões da
Pequena Casa. A questão, surgida em 1893, e penosíssima para o
coração do Marello, prolongou-se até a morte dele e mesmo depois;
foi remetida à Santa Sé e esta reconheceu que a Obra de Santa
Chiara estava na dependência do bispo de Asti. Mons. Rastero,
confessor do Marello, disse que o Pai, para salvar a vida dos
Oblatos, havia oferecido ao Senhor a sua própria vida. Na espinhosa
controvérsia, os Oblatos tiveram um valiosíssimo auxílio por parte
de Mons. José Pagella, Vigário Geral do Marello.
Porém,
nos últimos meses de sua vida, já com o físico muito enfraquecido
pelo ritmo do serviço que nunca conheceu descanso ou horário,
quando foi para a cidade de Savona, acompanhar a festa de São Filipe
Néri, passou mal e morreu, aos cinqüenta e um anos de idade, no dia
30 de maio de 1895. Muitas graças ocorreram na ocasião da
transladação do venerando corpo para a Diocese de Acqui. Por
exemplo: Henriqueta Garberoglio, que sofria de esgotamento nervoso,
teve cura instantânea ao tocar o caixão quando transitava por
Agliano d’Asti. Muitas outras graças atribuídas a Dom Marello têm
sido publicadas pela revista Joseph.
Foi
beatificado no dia 23
de setembro de
1993
e
canonizado em 25
de novembro de
2001
pelo
Papa
São João Paulo II.
A festa de são José Marello é celebrada no dia de sua morte e seu
corpo repousa no santuário que recebeu o seu nome, em Asti.
Aqui repousa os santos despojos do Santo Bispo, aguardando a ressurreição dos mortos... |
Quem
desejar ler a biografia mais detalhada deste Santo, existe um blog
muito bom dedicado a ele: http://saojosemarello.blogspot.com.br/
Um comentário:
Linda a vida desse santo....exemplo de amor e dedicação !!
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