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segunda-feira, 4 de maio de 2015

SÃO JOSÉ MARIA RÚBIO Y PERALTA, Presbítero Jesuíta e Missionário. Conhecido como "O Apóstolo de Madrid". Dois textos biográficos.



Primeiro texto biográfico

Nasceu em Dalías, Almería, Espanha, em 22 de julho de 1864. Foi o primogênito de doze irmãos. Sobreviveram cinco. Seus pais, agricultores, levaram à prática esse rasgo de piedade tão fecundo que difundiria o que o Padre Patrick Peyton já fazia em meados do século XX com o lema: “A família que reza unida, permanece unida”. Antecipando-se a este apóstolo do Santo Rosário, a família Rúbio o rezava devotamente todos os dias. Nesse ambiente de terna devoção a Maria, o pequeno escalava os umbrais de uma vida santa: humildade, simplicidade, amor a Cristo, abnegação, obediência, espírito de sacrifício e generosidade. Inclinado a adorar ao Santíssimo Sacramento, se via a igreja fechada pedia a chave para encontrar-se com Cristo. Estudou nos seminários de Almería, Granada e Madrid. Nos dois primeiros chamado por dois tios sacerdotes.
Estando em Granada, seu professor de teologia fundamental, Joaquim Torres Asensio, canônico da catedral, percebendo suas qualidades humanas e espirituais, se converteu em sua sombra durante um quarto de século. Pessoa de forte caráter e decisão, muito influente e com recursos, regeu a vida de José Maria em todos os aspectos. Este vivia com discrição e prudência as diferenças que tinha com o prelado granadino por divergências de opinião, trasladando-se a Madrid em 1886 como fiel companheiro seu. Joaquin tinha ganhado um canonicato lá. Então o Santo entrou para o seminário na capital.
Foi ordenado sacerdote em 1887. Os destinos que se seguiram, como vigário em Chinchón, onde ele foi capelão das Clarissas dois anos, pároco em Estremera, e finalmente, sua transferência para Madrid, tudo foi dirigido pelo padre Joaquim. Seu “mentor” coloca-o como professor de latim, de filosofia e teologia pastoral. Apesar de não sentir-se de forma alguma inclinado ao magistério, obedeceu.  Em tudo era-lhe obediente, apesar de, algumas vezes, não concordar com seus planos. A obediência de José Maria, que jamais lhe custou, era guiada pelo lema: “fazer o que Deus quer e querer o que Deus faz”.
A atividade de docente levou-o à exaustão. E seu mentor não poupou esforços para que se recompusesse. O acolheu em sua casa de Segóvia e, por não melhorar, viajou com ele a Cerdedilla, Mondariz, termas de Gándara, Troncoso, costas de Portugal e Lourdes. Após sua recuperação, ele o colocou como notário na arquidiocese e capelão das Bernardas. Quinze anos de sérvio nestas missões. Na ocasião, formava nas verdades da fé aos pobres, aos enfermos e se dedicava à confissão da qual foi autêntico mestre.
Peregrinaram à Terra Santa em 1904, passaram por Roma e conheceram pessoalmente São Pio X. Em seu coração guardava zelosamente o sentimento de ser jesuíta. Seu pai não via com bons olhos esse desejo. Tampouco Joaquim, que interviu evitando que o superior da Companhia o acolhesse em Granada, enquanto viveram ali. Temia perder uma pessoa que julgava vital para ele por seus dotes naturais e virtude. Assim que padre Joaquim morreu, em 1906, José Maria ingressou no noviciado dos jesuítas em Granada. Notificou a sua família a decisão e cedeu a substanciosa herança que lhe deixou o canônico ao seminário de Teruel, cidade da qual foi oriundo.
Passou por Sevilha em 1909, coincidindo com Francisco de Paula Tarín e Tibúrcio Arnaiz, e desempenhou diversas missões, entre as quais, a confissão e a assistência aos enfermos. Todas às noites Padre Rúbio orava ante o Santíssimo Sacramento junto a integrantes da Adoração Noturna.
Estava em Manresa quando seu antigo mestre de noviços, José Maria Valera, que era o provincial e conhecia sua grandeza, o chamou a Madrid. Ali sua fama de confessor se estabeleceu. Os penitentes viam em suas simples e claras palavras, desprovidas de afetação, a voz de um homem de Deus que não fazia concessões a um bem menor e que não titubeava em exigir de todos a radicalidade evangélica. Nesse apostolado tomava todo o tempo que fosse preciso.  Animava os penitentes a realizar exercícios espirituais, a saborear as bênçãos da oração, a realizar um exame de consciência e assumir as contingências do dia a dia por amor a Deus. A intensidade de seu apostolado se dividia em diversas vias: confissões, missões populares, pregações, catequese... Os populosos bairros de Cuatro Caminos, Puente de Vallecas, la Ventilla, Entrevias, el Matadero, em particular os jovens e as crianças haviam se familiarizado com sua presença e ação caritativa. Pôs em marcha escolas dominicais em Mesón de Paredes, e os “catadores” começaram a sentir-se próximos a Cristo.
Seus superiores constataram seus dotes organizativos e lhe confiaram a Guarda de Honra do Sagrado Coração no transcurso do Congresso Eucarístico Internacional realizado em Madrid em 1911.  Consciente do que significa que haja sacrários abandonados, impulsionou o movimento das “Marias dos Sacrários”, mesmo não sendo seu fundador, e participou na instituição das “Damas Apostólicas do Sagrado Coração”.
Quis criar a Obra dos Discípulos de São João. Com a Hora Santa, suscitou autenticas transformações espirituais. As pessoas acorriam em massa para escutar seus sermões. Com sua costumeira forma de falar, despojado de todo artifício, deixava transluzir sua grande vida interior. Teve que lutar com o juízo de alguns padres que não viam com bons olhos suas incursões aos subúrbios da capital, onde morava a ruína e se aglutinavam toda espécie de desprezados e marginalizados pela sociedade. As murmurações e invejas pretendiam cravar-se em seu coração como ardentes dardos, porém, não o conseguiram. Era mais forte seu combate interno.
Em 1917 atravessou uma crise de escrúpulos que lhe causou muito sofrimento. Ante as humilhações e incompreensões, dizia: “Não sei como me vê Deus. Acho que mal. Rezai por mim. Caminho cheio de confusão ao ver o estado de minha alma. Meus amigos, consigam que Jesus tenha misericórdia de mim”.
Sempre dizia que queria morrer em uma primeira sexta-feira de mês. E Deus lhe concedeu a graça. Muito cansado, sentindo-se mal, foi recolhido ao convento do noviciado para repousar. Diagnosticaram uma “angina no peito” e faleceu serenamente no dia 02 de maio de 1929.

Por sua ação apostólica incomparável foi denominado “pai dos pobres”, e, após seu falecimento, o “apóstolo de Madrid”. São João Paulo II o beatificou em 06de outubro de 1985 e o canonizou em 04 de maio de 2003. 
                                                                         


Segundo texto biográfico
Veio ao mundo em Dalías (Almería) no dia 22 de Julho de 1864. Dele disse o seu avô materno:  "Eu morrerei, mas quem viver verá que este menino será um homem importante e que valerá muito para Deus".
Frequentou a escola da freguesia natal e manifestava o gosto de ler as vidas dos santos. Um seu tio, Cônego, mandou-o estudar num Instituto de Bacharelato, mas descobrindo nele sinais de vocação sacerdotal, enviou-o para o Seminário diocesano de Almería. No Seminário de São Cecílio de Granada havia de terminar os estudos de filosofia, teologia e direito canônico. Foi ordenado no Seminário diocesano da Imaculada Conceição e de São Dâmaso, de Madrid, no dia 24 de Setembro de 1887, tendo sido incardinado nesta diocese. Na Capela da Virgem do Bom Conselho, na Catedral de Santo Isidro, celebrou a sua primeira Missa em 8 de Outubro seguinte. Em Toledo, obteve a Licenciatura em Teologia, em 1888, e Direito Canônico, em 1897. Pela manhã, entrava na igreja para rezar, dedicava-se à catequese das crianças e a todos impressionava pela sua austeridade, pobreza e caridade para com os pobres.
Enquanto desenvolvia várias atividades de caráter diocesano, não deixava de atender as pessoas no confessionário, catequese, "escolas dominicais", ao mesmo tempo em que se dedicava a acompanhar diversos grupos em necessidade espiritual.
Peregrinou a Roma e à Terra Santa, deixando-se impressionar de modo especial pelos túmulos de Pedro e Paulo e Santo Sepulcro e Calvário.
Admirando de modo particular a Companhia de Jesus e chamando-se a si mesmo "Jesuíta por afeição", entrou no noviciado da Companhia em Granada e fez os primeiros votos em 12 de Outubro de 1908; trabalhou depois em Sevilha, onde desenvolveu grande atividade apostólica; depois de três anos em Manresa (Barcelona), voltou a Madrid onde, em 2 de Fevereiro de 1917, emitiu os votos perpétuos.
Madrid foi o seu novo campo de apostolado, sendo procurado por muita gente, que atraía pelas suas pregações, porque vivia o que pregava. O seu lema era:  "Fazer o que Deus quer e querer o que Deus faz". Organizou e orientou diversas missões populares em Madrid. Quis fundar um instituto, "Os Discípulos de São João", mas foi impedido de fazê-lo, aceitando a proibição com estas palavras:  "não procuro outra coisa além do cumprimento da santíssima vontade de Deus".
Gozava de dotes místicos e de graças espirituais sobrenaturais, da profecia e da visão. Armavam-lhe ciladas para o apanharem em situações difíceis, mas acabava por impressionar a todos, mesmo os que o queriam ver envolvidos em escândalos e inquietações. Foi formador de muitos cristãos que sofreram o martírio no tempo da perseguição religiosa.
Pressentiu a sua morte e despediu-se dos seus amigos. Debilitado na sua saúde pelo imenso trabalho realizado, foi transferido para Aranjuez, para aí repousar. Mas tudo estava para terminar e José María exclamou:  "Senhor, se queres levar-me agora, estou preparado". Faleceu em 2 de Maio de 1929. Em Madrid, todos diziam:  "morreu um santo". Por isso, milhares de pessoas acorreram ao seu funeral; os seus restos mortais foram trasladados para a casa Professa de Madrid, em 1953.
João Paulo II beatificou-o em 6 de Outubro de 1985, em cerimônia celebrada em Roma e canonizou-o em Madrid, em 2003, onde desenvolveu grande parte do seu ministério e ação sacerdotais e pastorais.
(Fonte: site do Vaticano)



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