Resumo biográfico
Nasceu em Roanne
(França) em 06 de novembro de 1596. Dotada de dons extraordinários, sua
espiritualidade foi influenciada pelas correntes espirituais francesas do
século XVI, sobretudo, pela escola do cardeal Bérrulle, que contempla as
“marcas” do mistério trinitário na criação e na história da salvação, sobretudo
na encarnação do Verbo.
Em 02 de julho
de 1625 se reuniu Jeanne com duas companheiras para viverem em comunidade. São
as origens da congregação religiosa do Verbo Encarnado, cujo primeiro mosteiro
foi erigido canonicamente em Avignion, no ano de 1639. A finalidade da nova
família religiosa é “viver e proclamar o mistério da encarnação” e dar
testemunho do mesmo por meio da educação.
Jeanne teve
numerosas experiências místicas que narra em uma série de escritos cheio de
citações bíblicas. Como muitos outros fundadores, também a Madre Jeanne se viu
submetida a grandes provas que sobrelevou com fortaleza de espírito. Morreu
santamente em 11 de setembro de 1670.
Biografia
Jeanne Chezard
de Matel nasce em Roanne, França, em 06 de novembro de 1596. Seu pai, Jean
Chezard, homem honrado e valente, gentil homem da Câmera e capitão de uma
companhia de cavalaria ligeira; sua mãe foi Jeanne Chaurier, à qual pertencia a
uma família rica e virtuosa; mulher virtuosa e de grande coração, caridade e
muita paciência. Tiveram onze filhos, dos quais sobreviveram somente cinco,
sendo Jeanne a mais velha desses.
Jeanne foi de um
caráter bondoso, doce, paciente e alegre; aprendeu a ler aos seis anos; aos
sete anos pediu permissão para jejuar às vigílias das festas solenes; aos nove
e dez anos quis fazê-lo na Quaresma. Aos dez anos resolve permanecer virgem
para seguir ao Cordeiro “pelas campinas”. Tem uma grande devoção à Virgem
Maria. Aos doze anos foi admitida à Primeira Comunhão e se lhe permite mais
tarde comungar a cada mês. Depois, um pouco mais amiúde e, desde 1610, a cada
oito dias.
Gostava muito de
ler as vidas dos santos e tinha desejo de imitá-los. Admira sobretudo às
virgens e aos mártires. Quando tinha 17 ou 18 anos, passou por uma “crise de
sua vocação”, já que havia manifestado o desejo de ser religiosa, porém, acabou
aceitando, por obediência a sua mãe e a seu confessor, passar uns dias na casa
de uma tia. Lá, não faltaram os bailes e conversações um tanto frívolas, cheias
de vaidades, que a levaram a esfriar em sua decisão. Porém, finalmente, após
algum tempo de confusão, regressa à casa de sua mãe e continua com sua firme
resolução.
Em 1615, já com
quase 19 anos, se sentiu, de repente, totalmente convertida e reconfortada pela
Graça. Nesse mesmo dia, Deus lhe concedeu entender perfeitamente as leituras da
Missa, mesmo as que estavam em latim. Este favor nunca lhe foi retirado pelo
Senhor. A Escritura é o meio pelo qual Jesus lhe fala e lhe dá a conhecer sua
vontade. Tem uma profunda oração mental, aplicando-se, especialmente, aos
mistérios da Paixão do Salvador.
Em pouco tempo,
sentiu-se elevada aos mais altos graus de oração. A partir de 1619, passa a ter
uma forte experiência interior: sente que seu espírito e seu corpo lutam um
contra o outro e lhe foi concedido o viver na constante presença de Deus, mesmo
em meio aos afazeres mais ordinários.
Sentia-se
acompanhada pela presença da Santíssima Trindade. Além do grande amor pela
Escritura, a espiritualidade que viveu é teológica, visto que se enraízam em
seu coração os grandes dogmas da teologia cristã.
Jeanne buscava
assiduamente a direção espiritual. Entre seus diretores figuram, em sua
maioria, sacerdotes jesuítas, que atestaram que as revelações que tinha não
podiam ter outra origem senão a divina.
Desde 1619
aparece o pensamento de fundar uma Ordem. Em 02 de julho de 1625, deixa a casa
paterna para começar a fundação em companhia de mais duas jovens. Chegou a
fundar quatro mosteiros. Em 10 de setembro de 1670 toma o hábito da Ordem do Verbo
Encarnado e faz sua profissão. Morre no dia seguinte, em 11 de setembro de
1670.
O processo da
Causa de Beatificação e Canonização da Serva de Deus sucedeu da seguinte
maneira: em 1966 inicia-se o processo diocesano, apesar de sua fama de
santidade houvesse estado muito vivo entre as irmãs, os sacerdotes e seculares
durante séculos. A causa retomou em 1970. Em 1984 reconheceu-se a validade do
processo diocesano a cerca das virtudes e da fama de santidade bem como do
processo dos escritos.
A “positio” foi
publicada em janeiro de 1987. Em 19 de maio de 1987 ocorreu a assembleia de
consultores historiadores e em 18 de outubro de 1991 o congresso particular dos
consultores teólogos. A conclusão foi positiva em ambos os casos. Em 21 de
janeiro de 1992 os cardeais e os bispos confirmaram na Congregação a prática heroica
das virtudes teologais, cardeais e suas anexas.
O decreto de
venerabilidade foi dado em 07 de março de 1992.
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