Os
14 santos auxiliares ou auxiliadores são conhecidos pela vontade de ajudar, através de orações
aqueles em necessidades. O termo usado em Latin “Auxilium” significa
Assistência. A devoção a eles foi muito forte nas Idades Média e Moderna. Infelizmente, naqueles tempos, muitas doenças não eram compreendidas e nem havia remédios para elas. Uma simples "dor de cabeça" era algo praticamente sem tratamento algum. Assim, os católicos recorriam bem mais frequentemente que hoje em dia à intercessão dos Santos para conseguir a cura ou o alívio de seus males.
Os 14 santos
auxiliares são:
Santa Catarina da Alexandria , São Cristóvão, Santa Bárbara, São Giles,
Santa Margarida, São Jorge, São Pantaleão, São Vito,
Santo Erasmo, São Brás , Santo Eustáquio,
Santo Acácio, São Dionísio e São Ciríaco.
Eles eram
invocados em grupo por causa da peste negra que devastou a Europa de 1346 a
1349. Entre os sintomas da doença era a língua que se tornava negra , uma
garganta inflamada, fortíssima dor de cabeça, febre e cólicas abdominais.
Atacava sem
aviso, retirava a razão das vitimas e matava em poucas horas. Muitos morreram
sem receber os últimos Sacramentos.
Brigadas
circulavam nas estradas, suspeitos da doença eram mortos, animais sacrificados,
vilas inteiras morriam, vários famintos, aldeias inteiras terminavam em valas
comuns, a ordem social e familiar acabou e a doença parecia incurável.
Os piedosos
invocaram os santos suplicando pela sua intervenção e vários se curaram ou não
contraíram a doença.
Esta devoção
começou na Alemanha e ainda é muito forte por lá.
1. São Jorge, valente mártir de Cristo
Nascido na
antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para
a Palestina com sua mãe após a morte de seu pai. Lá foi promovido a capitão do
exército romano devido a sua dedicação e habilidade – qualidades que levaram o
imperador a lhe conferir o título de conde. Com a idade de 23 anos passou a
residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções.
Por essa época,
o imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos. No dia marcado
para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da
reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os ídolos
adorados nos templos pagãos eram falsos deuses.
Todos ficaram
atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana,
defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos
homens. Indagado por um cônsul sobre a origem desta ousadia, Jorge prontamente
respondeu-lhe que era por causa da VERDADE. O tal cônsul, não satisfeito, quis
saber: “O QUE É A VERDADE ?”. Jorge respondeu: “A verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou
servo de meu redentor Jesus Cristo, e nele confiado me pus no meio de vós para
dar testemunho da verdade.”
Como São Jorge
mantinha-se fiel a Jesus, o Imperador tentou fazê-lo desistir da fé
torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o
imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Jorge
sempre respondia: “Não, imperador ! Eu
sou servo de um Deus vivo ! Somente a Ele eu temerei e adorarei”. E Deus,
verdadeiramente, honrou a fé de seu servo Jorge, de modo que muitas pessoas
passaram a crer e confiar em Jesus por intermédio da pregação daquele jovem
soldado romano.
2. São Brás, zeloso bispo e benfeitor dos pobres,
São Brás nasceu
na cidade de Sebaste, Armênia, no final do século III. Primeiramente, foi
médico, mas entrou numa crise, não profissional, pois era bom médico e prestava
um ótimo serviço à sociedade. Mas nenhuma profissão, por melhor que seja,
consegue ocupar aquele lugar que é somente de Deus. Então, providencialmente,
porque ele ia se abrindo e buscando a Deus, foi evangelizado. Não se sabe se já
era batizado ou pediu a graça do Santo Batismo, mas a sua vida sofreu uma
guinada. Esta mudança não foi somente no âmbito da religião, sua busca por
Nosso Senhor Jesus Cristo estava ligada ao seu profissional e muitas pessoas
começaram a ser evangelizadas através da busca de santidade daquele médico.
Sucessor dos apóstolos e fiel à Igreja, era um homem corajoso, de oração e
pastor das almas, pois ele cuidava da pessoa na sua totalidade. Evangelizava
com o seu testemunho. São Brás viveu num tempo em que a Igreja foi duramente
perseguida pelo imperador do Oriente, Licínio, que era cunhado do imperador do
Ocidente, Constantino. São Brás foi preso e sofreu muitas chantagens para que
renunciasse à fé. Mas por amor a Cristo e à Igreja, preferiu renunciar à
própria vida. Em 316, foi degolado. Conta a história que, ao se dirigir para o
martírio, uma mãe apresentou-lhe uma criança de colo que estava morrendo
engasgada por causa de uma espinha de peixe na garganta. Ele parou, olhou para
o céu, orou e Nosso Senhor curou aquela criança. Peçamos a intercessão do santo
de hoje para que a nossa mente, a nossa garganta, o nosso coração e vocação, a nossa
profissão possa comunicar esse Deus que é amor.
3. Santo Erasmo, poderoso protetor dos oprimidos.
A tradição
cristã, descreveu a vida de Erasmo com passagens surpreendentes. Ele pertencia
ao clero da Antioquia. Foi forçado durante a perseguição do imperador
Diocleciano a se esconder numa caverna no Monte Líbano, durante sete anos.
Capturado e longamente torturado foi levado para ser julgado pelo imperador que
tentou de todas as formas fazer com que renegasse a fé em Cristo. Porém, Erasmo
se manteve firme e por isso novamente voltou para a prisão. De lá foi
milagrosamente libertado por um anjo que o levou para a Dalmácia onde fez
milhares de conversões, durante mais sete anos.
Na época do
imperador Maximiano, novamente foi preso e no tribunal além de destruir um
ídolo falso, declarou sua incontestável religião cristã. Esta atitude de Erasmo
fez milhares de pagãos se converterem, que depois foram mortas pela perseguição
desse enfurecido imperador. Outra vez teria sido horrivelmente torturado e
também libertado, agora pelo arcanjo Miguel que o conduziu para a costa do sul
da Itália. Ali se tornou o Bispo de Fornia, mas por um breve período. Morreu
pouco depois devido às feridas de seus dois suplícios, por este motivo recebeu
o título de Mártir.
As muitas tradições
descreveram algumas particularidades sobre as crueldades impostas nas suas
torturas. Dizem que seu ventre fora cortado e aos poucos os seus intestinos
eram retirados. Devido a este suplício Santo Erasmo se tornou para os fiéis o
protetor das enfermidades do ventre, dos intestinos e das dores do parto.
Os marinheiros
ainda hoje são muito devotos de Santo Erasmo, ou São Elmo, como também o
chamam. Desde a Idade Média eles o tomaram como seu padroeiro, invocando-o
especialmente durante as adversidades no mar.
As fontes
históricas da Igreja também comprovam a existência de Erasmo como Mártir e
Bispo de Fornia, Itália. Dentre elas estão o Martirológio Gerominiano que
indicou o dia 02 de junho para sua veneração e a inscrição do seu nome entre os
mártires no Calendário marmóreo de Nápoles.
O Papa São
Gregório Magno, no fim do século VI, escrevendo ao bispo Bacauda, de Fornia,
atestou que o corpo de Santo Erasmo estava sepultado na igreja daquela diocese.
No ano de 842, depois de Fornia ser destruída pelos árabes muçulmanos, as suas
relíquias foram transferidas para a cidade de Gaeta e escondidas num dos
pilares da igreja, de onde foram retiradas em 917. A partir de então Santo
Erasmo foi declarado padroeiro de Gaeta, e em sua homenagem foram cunhadas
moedas com a sua esfinge.
Após a recente
revisão do calendário litúrgico, a Igreja manteve a festa deste santo, no dia
em que sempre foi tradicionalmente celebrado.
4. São Pantaleão, milagroso exemplar de caridade
O santo de hoje
viveu no Séc. III e IV da Era Cristã, durante um período de intensa perseguição
aos cristãos que não podiam professar a própria fé, pois o que predominava
naquela época era o culto aos deuses pagãos.
Pantaleão era
filho de Eustóquio, gentio e de Êubola, cristã. Sua mãe encaminhou-o na fé cristã.
Após o falecimento de sua mãe, Pantaleão foi aplicado pelo pai aos estudos de
retórica, filosofia e medicina. Durante a perseguição, travou amizade com um
sacerdote, exemplo de virtude, Hermolau, que o persuadiu de Nosso Senhor Jesus
Cristo ser o autor da vida e o senhor da verdadeira saúde.
Um dia que se
viu diante duma criança morta por uma víbora, disse para consigo: “Agora verei se é verdade o que Hermolau me
diz”. E, segundo isto, diz ao menino:
“Em nome de Jesus Cristo, levanta-te; e tu, animal peçonhento, sofre o mal que
fizeste”. Levantou-se a criança e a víbora ficou morta; em vista disso,
Pantaleão converteu-se e recebeu logo o Santo Batismo.
Acabou sendo
convocado pelo imperador Maximiano como seu médico pessoal. As milagrosas curas
que em nome de Jesus Cristo realizava suscitaram a inveja de outros médicos,
que o acusaram de cristão perante o imperador que, por sua vez, o mandou ser
amarrado a uma árvore e degolado. Desta forma, assumindo a coroa do martírio,
São Pantaleão passou desta vida para a vida eterna.
5. São Vito, especial protetor da castidade
Dizem alguns que
São Vito nasceu na Sicília; outros, com mais fundamento, sustentam ter nascido
na antiga Lucania, a província atual de Basilicata, no ano 288 da Era Cristã,
ano quarto do império de Diocleciano, sob o pontificado do Papa S. Caio mártir.
Era filho de lla, rico e nobre senhor romano, alto dignitário do império ao
qual era ligado pelos laços do interesse e da tradição da sua família. O nome e
a terra da mãe não se conhecem, supondo-se que era também romana e pertencente
à nobreza do grande império. No exercício dos cargos de administração, os
nobres romanos fixavam residência nas cidades de sua jurisdição e assim lIa
veio para Nápoles, cidade das mais belas, ricas e deliciosas da Itália.
Obedecendo às determinações do governo central do imperador Diocleciano que
executou a mais sangrenta repressão do cristianismo, lIa perseguia os cristãos
com sanha igual à do Imperador a quem votava grande respeito e não menor
estima.
Nesse tempo quem
se declarasse abertamente cristão sofria imediatamente pena capital: basta
dizer que no decurso de um só mês Diocleciano sacrificou dezessete mil
mártires. Ela queria que seu único filho Vito fosse entregue a uma ama pagã que
instilaria naturalmente na criança o pendor para a idolatria. Mas, pela
imperscrutável disposição de Deus, o pequenino foi confiado a outra ama, cristã
oculta, de nome Crescencia, mulher virtuosa e fiel que recebeu o menino como um
tesouro celeste que a Divina Providencia depositasse em suas mãos. E assim, com
o leite do seu seio, Crescencia lhe instilava também os doces princípios da
piedade cristã; quando o menino cresceu um pouco mais foi entregue aos cuidados
de Modesto, esposo de Crescencia, honesto e douto homem. Que passou a ser o
preceptor de Vito.
6. São Cristóvão, poderoso intercessor nos perigos
São Cristóvão é
o protetor dos motoristas e dos viajantes. Viveu provavelmente na Síria e
sofre u o martírio no século III. “Cristóvão” significa “Aquele que carrega Cristo” ou “porta-Cristo”.
Seu culto remonta ao século V. De acordo com uma lenda, Cristóvão era um
gigante com mania de grandezas. ele supunha que o rei a quem ele servia era o
maior do mundo. Veio a saber, então, que o maior rei do mundo era Satanás.
Colocou-se pois, a serviço deste. Informando-se melhor, descobriu que o maior
rei do mundo era Nosso Senhor. Um ermitão mostrou-lhe que a bondade era a coisa
mais agradável ao Senhor. São Cristóvão resolveu trocar a sua mania de grandeza
pelo serviço aos semelhantes. Valendo-se da imensa força de que era dotado,
pôs-se a baldear pessoas, vadeando o rio. Uma noite, entretanto, um menino
pediu-lhe que o transportasse à outra margem do rio. À medida que vadeava o
rio, o menino pesava cada vez mais às suas costas, como se fosse o peso do
mundo inteiro. Diante de seu espanto, o menino lhe disse: “Tiveste às costas mais que o mundo inteiro. Transportasse o Criador de
todas as coisas. Sou Jesus, aquele a quem serves”.
Relatos: Existem
vários relatos que chegaram até nós sobre São Cristóvão, e entre eles o que há
de mais concreto é que Cristóvão foi um homem de estatura alta e de grande
força, nascido na Palestina, que se converteu ao cristianismo e se tornou
apóstolo de Jesus na Ásia Menor, onde foi martirizado pelo imperador Diocleciano
por volta do ano 250 e.C.. Teve culto litúrgico desde o século V na Igreja do
Oriente e de Roma. Em todos os países da Europa existem igrejas dedicadas a
este santo. Muitos conventos, paróquias e irmandades têm o seu nome. Apesar
dessa popularidade, pouco se sabe sobre a vida deste santo. Tudo indica que, de
fato, um homem de estatura gigantesca que ambicionava colocar a sua força e
habilidade militar ao serviço de quem melhor lhe pagasse. A sua mania de
grandeza foi tamanha que mudou várias vezes de amo. Certo dia apresentou-se um
menino que lhe pediu que o transportasse para a outra margem. No começo, o
menino pouco pesava nos seus ombros, mas à medida que ia avançando no rio, o
menino tornava-se mais pesado. Cristóvão estranhou aquele peso, comentando: «Parece que estou a carregar o mundo
inteiro!» Sorridente, a criança explicou: «Estás a carregar muito mais do que o mundo inteiro. Carregaste o
Senhor do Mundo.» Esta frase foi como um prémio pelo serviço de caridade
prestado. Desde aquele dia, mudou o seu nome para Cristóvão, que em grego é
«Cristóforo» e significa aquele que carrega Cristo.
Foi condenado à
morte na fogueira, e posteriormente destinado a ser martirizado com setas.
Miraculosamente, salvou-se, tendo sido mais tarde decapitado.
7.
São Dionísio,
brilhante espelho de fé e confiança.
Os cristãos
sempre sofreram intensas perseguições, chacinas e saques durante o transcorrer
dos séculos, principalmente no início da formação da Igreja. Tanto que muitos
dos escritos foram queimados ou destruídos de outra forma. Por isso a memória
da Igreja, às vezes, tem dados insuficientes sobre a vida e a obra de santos e
mártires do seu passado mais remoto. Para que essas poucas evidências não se
perdessem, ela se valeu das fontes mais fiéis da literatura mundial, que nada
mais são do que as próprias narrações das antigas tradições orais cristãs
preservadas pela humanidade.
Interessante é o
caso dos dois santos com o nome de Dionísio, venerados pelo cristianismo. A
data de hoje é consagrada ao Areopagita, sendo o outro santo, o primeiro bispo
de Paris, festejado no dia 9 deste mês.
O Dionísio
homenageado foi convertido pelo apóstolo Paulo (At 17,34) durante a sua
pregação aos gregos no Areópago, daí ter sido agregado ao seu nome o apelido de
Areopagita.
O Areópago era o
tribunal supremo de Atenas, na Grécia, onde eram decididas as leis e regras
gerais de conduta do povo. Só pertenciam a ele cidadãos nascidos na cidade, com
posses, cultura e prestígio na comunidade. Dionísio era um desses areopagitas.
Nascido na
Grécia, no seio de uma nobre família pagã, estudou filosofia e astronomia em
Atenas. Em seguida, foi para o Egito finalizar os estudos da matemática. Ao
regressar a Atenas, foi nomeado juiz. Até ele chegou o apóstolo Paulo, quando
acusado ante o tribunal em que se encontrava Dionísio.
Dionísio, ao
assistir à eloquente pregação de Paulo, foi o primeiro a converter-se. Por isso
conseguiu para si inimigos poderosos entre a elite pagã que comandava a cidade.
Foi então que são Paulo acolheu o areopagita entre seus primeiros discípulos.
Logo em seguida,
Dionísio foi consagrado pelo próprio apóstolo como bispo de Atenas. Nessa
condição, ele fez muitas viagens a terras estrangeiras, para pregar e aprender
a cultura dos outros povos. Segundo se narra, nessas jornadas teria conhecido
pessoalmente são Pedro, são Tiago, são Lucas e outros apóstolos. Além de os
registros antigos fazerem referência sobre ele na dormição e Assunção da Virgem
Maria, a mãe do Filho de Deus.
Em Atenas, seus
opositores na política conseguiram sua condenação à morte pelo fogo, mas ele se
salvou, viajando para encontrar-se com o papa em Roma. Depois, só temos a
informação do Martirológio Romano, na qual consta que são Dionísio Areopagita
morreu sob a perseguição contra os cristãos no ano 95.
8. São Ciríaco, terror dos infernos
Segundo um
antigo texto da tradição cristã, do século IV, um hebreu de nome Judas teria
ajudado nos trabalhos para encontrar a cruz de Cristo na cidade de Jerusalém,
promovidos pelo bispo e pela rainha Helena, que era cristã e mãe do então
imperador Constantino. Esse hebreu se converteu e se tornou um sacerdote,
tomando o nome de Ciríaco, que em grego significa “Patrício”, nome comum entre
os romanos.
Mais tarde, após
ter percorrido as estradas da Palestina, ele foi eleito bispo de Jerusalém, e
aí teria sido martirizado, junto com sua mãe, chamada Ana, durante a perseguição
de Juliano, o Apóstata.
Essa seria a
história de são Ciríaco, que comemoramos hoje, não fosse a marca profunda
deixada por sua presença na cidade italiana de Ancona, em Nápolis. A explicação
para isto encontra-se no Martirológio Romano, que associou os textos antigos e
confirmou sua presença em ambas as cidades. A conclusão de sua trajetória exata
é o que veremos a seguir.
Logo que se
converteu, para fugir à hostilidade dos velhos amigos pagãos, Ciríaco teria
abandonado a Palestina para exilar-se na Itália, fixando-se em Ancona. Nessa
cidade ele foi eleito bispo, trabalhando, arduamente, para difundir o
cristianismo, pois o Edito de Milão dava liberdade para a expansão da religião
em todos os domínios do Império.
Após uma longa
vida episcopal, Ciríaco, já idoso, fez sua última peregrinação à cidade de
Jerusalém, onde fora bispo na juventude, para rever os lugares santos. E foi
nesse momento que ele sofreu o martírio e morreu em nome de Cristo, por ordem
do último perseguidor romano, Juliano, o Apóstata, entre 361 e 363.
Os devotos dizem
que suas relíquias chegaram ao porto de Ancona trazidas pelas ondas do mar.
Essa tradição é celebrada, no dia 4 de maio, na catedral de Ancona, onde são
distribuídos maços de junco benzidos.
Na realidade, as
relíquias de são Ciríaco retornaram à cidade durante o governo do imperador
Teodósio, entre 379 e 395, graças à sua filha, Gala Plácida, que interveio
favoravelmente junto às autoridades, conseguindo o que a população de Ancona
tanto desejava.
A memória desse
culto antiquíssimo a são Ciríaco pode ser observada pelos monumentos, das mais
remotas épocas, que existem, em toda a cidade, com a imagem do santo. Aliás,
são Ciríaco foi escolhido como o padroeiro de Ancona e a própria catedral, no
século XIV, foi dedicada a ele, mudando até o nome. Essa majestosa igreja, que
domina a cidade do alto das colinas do Guasco, é vista por todos os que chegam
em Ancona por terra ou por mar, mais um tributo à são Ciríaco, por seu exílio e
vida episcopal.
9. Santo Acácio, ajudante e advogado na morte
Membro do
Exército Romano, Acácio foi acusado de ser cristão e, depois de muitas torturas
e tormentos, ele foi decapitado, em 304, sob as ordens dos imperadores
Diocleciano e Maximiano. Ainda hoje, o corpo do mártir é guardado e venerado em
monumental capela da Catedral de Squillace, na Itália.
10.
Santo Eustáquio,
exemplo de paciência, e na adversidade
O santo
padroeiro da vila de Alpiarça é Santo Eustáquio, cujo verdadeiro nome era
Placidus, um general romano. Esta mudança de nome deu-se quando Placidus
encontrou um veado que trazia entre as hastes um crucifixo resplandecente. Após
este encontro, Placidus torna-se cristão e batiza-se com o nome de Eustáquio,
com ele estavam também a mulher e dois filhos. O Imperador Adriano prometeu o
perdão a toda a família, caso esta se sacrificasse aos ídolos. Após a recusa a
esse sacrifício, a família é condenada dentro de um touro de bronze aquecido ao
rubro.
Santo Eustáquio
é o padroeiro dos caçadores e aparece representado com um veado. Comemora-se a
sua festa no dia 20 de Setembro.
11. São Giles,
menosprezo do mundo terrestre. Conhecido
também como São Egídio.
São Giles nasceu
em Provence, França no oitavo século e foi Abade do Monastério Beneditino de
Rhone River, no local onde é hoje o Monastério de Saint-Gilles, embora uma
versão diga que ele seria grego.
A tradição
explica o seu emblema, uma corsa. Após passar dois anos em Arles, Giles
tornou-se um eremita na nascente do Rio Rhône. Sua única companhia era uma
corsa que procurou refúgio das caçadas organizadas pelo Rei dos Goths. Certo
dia um dos melhores caçadores do rei atirou uma flecha certeira em uma corsa e
em vez dela morta, encontraram São Giles segurando a flecha e a corsa. Diz a
tradição que São Giles teria desviado a flecha em sua direção de modo a atingir
a sua mão e não a corça. O rei impressionado com o milagre construiu um pequeno
monastério para Giles. Mais tarde Calosmagno (768-814) o chamou para ser seu
confessor. Ele foi um dos santos mais populares da Idade Média, vários milagres
são creditados sua intercessão e ele é o padroeiro dos que cuidam das pessoas
com problemas de locomoção (hoje seriam os fisioterapeutas) e ainda patrono dos
aleijados (paraplégicos ou similares).
Ele é padroeiro
dos Veterinários junto com São Brás.
Na arte
litúrgica da igreja ele é mostrado ao lado de uma corsa ou cuidando de uma, ou
com uma flecha atravessando sua mão com uma corsa no colo.
Sua festa é
celebrada no dia 1 de setembro.
12. Santa Margarida,
valente campeã da fé.
Santa Marina de
Antioquia, que os latinos chamam Santa Margarida, é conhecida através de uma
lenda bastante popular, mas sem qualquer valor histórico.
Surgindo sob
Diocleciano, em fins do século III, Margarida ou Marina era filha de um
sacerdote pagão de Antioquia, chamado Edesio. Convertida ao cristianismo, foi
expulsa da casa paterna.
Procurando a
mulher que a amamentara, quando criança, ligou-se a ela, fazendo-se pastora.
Aos quinze anos, muito bela, foi, um dia, vista pelo prefeito Olíbrio, que,
encantado com tanta formosura, propôs-se desposá-la. Falou-lhe Margarida,
dizendo-se cristã, recusando a proposta com grande veemência. Irado, Olíbrio
deixou-a, mas, logo, vários soldados foram prendê-la.
Dois dias
depois, Olíbrio convocou-a ao tribunal. Ali, após longas discussões, o prefeito
ordenou que a chicoteassem e lhe rasgassem os flancos com as unhas de ferro.
Perpetrada a
barbaridade, atiraram com ela, novamente ao cárcere. Cheia de dor, mas sem
deixar escapar um único queixume, Margarida encostou-se a um canto da prisão.
Eis senão quando o diabo sob forma de um feio dragão, apareceu-lhe, tremendo,
pretendendo pervertê-la.
A santa virgem,
com o sinal da cruz, espaventou-o, mas, pouco mais tarde, tornava o demônio,
desta feita na figura de um homem peludíssimo. Embora tudo fizesse para
desviá-la, nada conseguiu: uma luz divina, varrendo a semiescuridão da
masmorra, expulsou-o, ao mesmo tempo em que encheu a doce Margarida de alegria.
E uma cruz, onde uma pomba pousara, incutiu-lhe forças para enfrentar novos
combates.
No dia seguinte,
aplicaram-lhe no corpo tochas ardentes, mas, graças ao suave Jesus, nada
sentiu. Atirada a uma caldeira de azeite fervente, dela saiu absolutamente
indene.
Naquela hora,
falando aos espectadores, uma multidão embasbacada, Santa Margarida, com
quentes exortações, converteu um sem-número de almas. E os convertidos,
inflamados, firmes na fé, foram imediatamente decapitados. A grande heroína,
logo depois teve a mesma sorte.
O culto de Santa
Margarida tornou-se popularíssimo no fim da Idade Média. A lenda, embelezada
com novos detalhes, concorreu de modo decisivo, tal como a variante que sofreu
a cena do dragão: Margarida, atirada a um poço, com o dragão, foi por ele
engolida viva. Todavia, graças à virtude da pequenina cruz que sempre trouxera
consigo, o monstro ao cair, fraturou a coluna e, aos berros, morreu, o que
permitiu que a nossa santa saísse de dentro dele.
O Espírito Santo,
descendo do céu, di-lo outra variante, sob a forma de uma branca pombinha,
dissera-lhe, o que se transformou em versos:
Quem de ti fizer memória
Força terá, e vitória.
Onde houver relíquia tua,
Ou quem tua Vida folhear,
Deus jamais há de olvidar.
Santa Margarida
é representada ao lado de um dragão, trazendo a decantada cruzinha, que sempre
a acompanhava, numa das mãos. Cumpre salientar que esta santa virgem e mártir
foi uma das que, por meio da voz, manifestou-se a Santa Joana D'Arc.
13. Santa Catarina,
vitoriosa defensora da fé e da pureza,
Santa Catarina
de Alexandria nasceu de família nobre e estudou muito. Quando tinha apenas
dezoito anos, se apresentou ao imperador romano Maximus, que fazia uma violenta
perseguição aos cristãos sob acusação de culto a falsos deuses.
Chocado com a
audácia da jovem, mas incapaz de responder a seus argumentos, Maximus reuniu
vários sábios com o objetivo de fazer Catarina abandonar sua fé. Mas ela sempre
terminava vitoriosa os debates e graças a sua eloquência chegou a converter ao
cristianismo alguns de seus adversários, que foram sentenciados de morte.
Furioso por
estar sendo derrotado, Maximus prende Catarina. A imperatriz, curiosa por
conhecer a jovem que desafiava seu marido, vai acompanhada de Porfírio, chefe
das tropas, até a prisão. Catarina também os converte e eles são martirizados.
Catarina é
condenada à morte na roda de tortura, mas basta que ela encoste na roda para
que ela se parta e mate vários pagão que assistiam. O imperador, enraivecido,
ordena que ela seja decapitada. Depois de sua morte, anjos desceram dos céus e
levaram seu corpo para o Monte Sinai, onde posteriormente se construiu uma igreja
e um mosteiro em sua honra.
Por ter vencido
o debate com vários sábios, Santa Catarina de Alexandria foi declarada
padroeira dos estudantes.
14. Santa Bárbara,
poderosa protetora dos moribundos, Padroeira contra os raios e tempestades – (2 de
outubro)
Santa Bárbara
foi uma jovem nascida na cidade de Nicomédia (na região da Bitínia), atual
Izmit, Turquia nas margens do Mar de Mármara, isto nos fins do século III da
Era cristã. Esta jovem era a filha única de um rico e nobre habitante desta
cidade do Império Romano chamado Dióscoro. Por ser filha única e com receio de
deixar a filha no meio da sociedade corrupta daquele tempo, Dióscoro decidiu
fechá-la numa torre. Santa Bárbara, na sua solidão, tinha a mata virgem como
quintal, e questionava-se se de fato, tudo aquilo era criação dos ídolos que
aprendera a cultuar com seus tutores naquela torre. Por ser muito bela, não lhe
faltavam pretendentes para casamentos, mas Bárbara não aceitava nenhum.
Desconcertado diante da cidade, Dióscoro estava convencido que as “desfeitas”
da filha justificavam-se pelo fato dela ter ficado trancada muitos anos na
torre. Então, ele permitiu que ela fosse conhecer a cidade; durante essa visita
ela teve contato com cristãos, que lhe contaram sobre os ideais de Jesus sobre
o mistério da união da Santíssima Trindade. Pouco tempo depois, um padre vindo
de Alexandria lhe deu o Batismo.
Em certa
ocasião, seu pai decidiu construir uma casa de banho para Bárbara, e possuía
duas janelas. Todavia, dias mais tarde, ele viu-se obrigado a fazer uma longa
viagem. Enquanto Dióscoro viajava, sua filha ordenou a construção de uma
terceira janela na torre, visto que a casa de banho ficaria na torre. Além
disso, ela esculpira uma cruz sobre a fonte. O seu pai Dióscoro, quando voltou,
reparou que a torre onde tinha trancado a filha tinha agora três janelas em vez
das duas que ele mandara abrir. Ao perguntar à filha o porquê das três janelas,
ela explicou-lhe que isso era o símbolo da sua nova Fé. Este facto deixou o pai
furioso, pois ela se recusava a seguir a fé dos Deuses do Olimpo.
Debaixo de um
impulso e obedecendo à sua fé, o pai denunciou-a ao Prefeito Martiniano. Este a
mandou torturar numa tentativa de fazê-la mudar de ideias fato que não
aconteceu. Assim Marcius condenou-a à morte por degolação. Durante sua tortura
em praça pública, uma jovem cristã de nome Juliana denunciou os nomes dos
carrascos, e imediatamente foi presa e entregue à morte juntamente com Bárbara.
Ambas foram levadas pelas ruas de Nicomédia por entre os gritos de raiva da
multidão. Bárbara teve os seios cortados, depois foi conduzida para fora da
cidade onde o seu próprio pai a executou, degolando-a. Quando a cabeça de
Bárbara rolou pelo chão, um imenso trovão ribombou pelos ares fazendo tremer os
céus. Um relâmpago flamejou pelos ares e atravessando o céu fez cair por terra
o corpo sem vida de Dióscoro.
Um comentário:
Agradeçamos a Deus pelos Catorze Santos Auxiliares, para a nossa defesa contra o Covid 19, e pelo mundo, para nos defender desse mal. os Santos Auxiliares, rogai por nós. Amém.
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