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sábado, 14 de maio de 2016

Beata Josefa Hendrina Stenmanns, Virgem e Co-Fundadora.


     Seria justo chamá-la “senhora da santa paciência” e poderíamos invocá-la, quantos de nós somos impacientes. Hendrina Stenmanns começou desde pequena a exercer a paciência. Não se tratou apenas de suportar as contrariedades que a vida reserva a todos, mas, sobretudo para conseguir realizar o sonho da sua vida. Graças a uma tia religiosa, Hendrina desde pequena sente-se também chamada a tornar-se freira, mas uma “freira franciscana”.
     Hendrina Stenmanns nasceu no dia 28 de maio de 1852, no Baixo Reno, na vila de Issum, Diocese de Münster, na Alemanha. Dos 6 aos 14 anos frequentou a escola, mas antes de terminar o último ano teve que deixá-la para ajudar a cuidar da casa e dos irmãos menores. Sua dedicação generosa ao trabalho não impedia a busca de Deus e a prática das virtudes cristãs. Visitava os doentes e como a sua amabilidade e delicadeza eram grandes, todos os doentes queriam tê-la perto.
     Aos 19 anos tornou-se membro da Terceira Ordem de São Francisco em Sonsbeck. Hendrina queria ser religiosa, mas a época não era favorável, inúmeros conventos estavam sendo fechados em função de incidentes políticos do "Kulturkampf".
     Em 1878 sua mãe faleceu e Hendrina prometeu ficar com o pai para cuidar dos irmãos e irmãs. Assumia a situação como era e com sua tarefa. Tinha então 26 anos e seu irmão mais novo tinha apenas 8 anos. Diante da impossibilidade de realizar sua vocação, entregou-se nas mãos da Divina Providência. Não se notava uma única palavra de queixa ou lamentação.
     Hendrina tinha os dois pés no chão, mas permeava em tudo o que fazia o amor de um coração firmemente ancorado em Deus. Ele era o sustento de sua vida; na Missa e na Comunhão experimentava a confirmação desta presença.
     Anos depois veio a conhecer a obra missionária de Steyl, a Congregação dos Verbitas fundada na Holanda pelo Pe. Arnoldo Janssen. Após fundar a congregação masculina de missionários, o Pe. Janssen estava pensando em fundar uma congregação feminina. Hendrina conheceu duas jovens que trabalhavam como empregadas no Seminário do Pe. Janssen na esperança de que um dia fosse fundada a congregação. Hendrina sentiu que lá era seu lugar.
     O pároco de Issum, Pe. Veels, que conhecia muito bem Hendrina, em janeiro de 1884 escreveu ao Pe. Janssen que poderia dar-lhe “as melhores recomendações em todos os sentidos. Ela sempre teve o desejo de entrar na vida religiosa, por muitos anos se confessava semanalmente e, apesar de morar a mais de 15 minutos de caminhada da igreja e ter de cuidar da casa, assiste diariamente a Santa Missa”. Não era comum uma jovem com a carga de trabalho de Hendrina levar uma vida espiritual tão intensa.
     O Pe. Janssen aceitou o pedido de Hendrina e quando sua irmã mais nova teve condições de ocupar seu lugar, partiu para Steyl.
     Na cozinha do Seminário, Hendrina reza, sofre e espera por cinco anos, longos também para ela, embora já habituada a ter paciência e a esperar.
     Para o pequeno grupo em Steyl, célula germinativa da futura Congregação, a Eucaristia era fonte de força no trabalho diário e pesado na cozinha. Poderíamos dizer que as empregadas viviam um “círculo Eucarístico”: da Missa de manhã, onde frequentemente recebiam a Santa Comunhão, para a meia hora de oração ao meio dia, para a Bênção do Santíssimo Sacramento à tarde. A antecipação destes ‘auxílios espirituais’ diários permeava e animava a sua vida quotidiana.
     O dia 8 de dezembro de 1889 é considerado o "Dia da Fundação" da Congregação das Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo. Hendrina com mais cinco moças, entre elas Helena Stollenwerk, foram recebidas como postulantes.
     Em agosto de 1891, Arnoldo Janssen nomeou Helena Stollenwerk como superiora da comunidade e Hendrina como sua assistente. No dia 17 de janeiro de 1892, recebeu o hábito religioso e o nome de Irmã Josefa. No dia 12 de março de 1894, com onze companheiras, pode finalmente emitir os primeiros votos religiosos.
     “Vivíamos hora por hora, dia por dia, e deixávamos o futuro a Deus”, ela repetia incansavelmente, enquanto dizia de si mesma “O meu coração está pronto” e sussurra em cada ação o “Veni, Sancte Spíritus”.
    Para a Irmã Josefa a vida religiosa significava pertencer inteiramente a Deus. Com o aumento do número de Irmãs, o trabalho aumentava continuamente. Mesmo assim, ela não se perdia nas inúmeras tarefas e sempre tinha uma palavra bondosa; trabalho e oração eram igualmente serviço a Deus. Tornou-se necessário construir um novo convento para acolher o número crescente de irmãs.
     Quando a Irmã Maria Helena Stollenwerk é transferida para as adoradoras perpétuas (outra congregação fundada pelo Pe. Janssen), Irmã Josefa tornou-se superiora das Servas do Espírito Santo, mais que um cargo é um serviço que ela exercita com paciência e amor, mas por pouco tempo. Em 1902 foi lançada a pedra fundamental. Irmã Josefa, no entanto, sofria cada vez mais de asma e de outras enfermidades.
     De fato, ela deveria exercitar ainda a paciência quando a saúde vacilou, a doença tolheu suas forças e a levou para o leito. Em meio a intensos sofrimentos veio a falecer em 20 de maio de 1903, aos 51 anos incompletos, e foi sepultada ao lado da outra co-fundadora, Madre Maria Stollenwerk.
     Em 28 de junho de 2008, Madre Hendrina Josefa Stenmanns foi elevada a glória dos altares, onde a tinham precedido o Padre Arnoldo Janssen (canonizado em 2003) e a Madre Maria Helena Stollenwerk (beatificada em 1995).


(Fonte: blog “Heroínas da Cristandade”, com permissão) 

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