O Martirológio
Romano menciona no mês de janeiro dois Santos de nome “Macário”. O Santo, cuja
biografia trago hoje, é Macário de Alexandria, o mais moço.
De pais pobres,
até a idade de trinta anos trabalhou num engenho de açúcar, para ganhar o
sustento. Depois, retirou-se para o deserto do Egito, onde levou uma vida de
penitência e mortificação, durante o espaço de sete anos. No tempo da Quaresma
redobrava as austeridades, tomando alimento só nos domingos.
Embora grande na
virtude, só via em si defeitos e imperfeição, tanto que resolveu entrar para o
mosteiro de São Pacômio, a fim de, sob a direção deste grande mestre da vida
espiritual, aprender a ciência dos Santos.
Admitido entre
os monges do mosteiro de Tabenna, excedeu a todos em penitência e austeridade
de vida. Passado algum tempo, voltou para a solidão, na serra de Nitria. A fama
de sua santidade espalhou-se em toda a região.
Chamado pelo
Patriarca de Alexandria, para lá se dirigiu e recebeu o sacramento da Ordem.
Por mais que fugisse do contato com o mundo, mais procurado era, por pessoas
que desejavam colocar-se debaixo de sua direção espiritual. O que mais
recomendava a seus discípulos era a oração e a mortificação, virtudes nas quais
lhes servia de extraordinário modelo.
A um discípulo
que dava demonstração de afrouxamento na oração, disse Macário: “embora não
sintas gosto na oração, prolonga-a e, se outra coisa não puderes fazer, guarda
por amor de Cristo as paredes de tua cela”.
Paládio, um dos
mais dedicados discípulos de Macário, refere na sua biografia um fato, que bem
elucida o espírito de mortificação que reinava na família religiosa do mestre.
Um dia, Macário recebeu de presente um belo cacho de uvas. Sem prova-lo,
entregou-o a um dos companheiros, o qual por seu turno o mandou a um terceiro;
este, presenteou com a fruta um outro discípulo, o qual a fez parar de novo nas
mãos de Macário. Este exemplo de mortificação agradou sumamente a São Macário,
que assim se convenceu do alto grau de virtude que reinava na pequena
comunidade.
Não só grande
asceta, era Macário ainda um corajoso defensor da Fé. A heresia reinante era o
arianismo, que horríveis estragos tinha causado no rebanho de Cristo. Pela
oração e a palavra convincente, reconduziu muitos hereges ao aprisco do Senhor.
Com isso, incorreu nas iras dos elementos dirigentes da infame seita. Estes,
com a influência de que gozavam na corte de Valente, conseguiram o desterro de
Macário para uma ilha longínqua, habitada por um povo selvagem e pagão.
Falhou-lhes o intento de prejudicar a Igreja Católica, pois Macário tornou-se o
apóstolo daquela ilha e ganhou muitas almas para a religião católica. O ódio
ariano não permitiu ao apóstolo de Cristo desfrutar o resultado dos seus
labores. Expulso também daquela ilha, voltou para a sua cela, para pouco
depois, já com 99 anos de idade, entregar a alma a Deus.
São Macário era
de baixa estatura, quase calvo e não usava barba. No entanto, a arte o representa
homem de grande figura e barbado. É padroeiro dos
confeiteiros e doceiros.
Reflexões:
1.
São
Macário abandonou o mundo, trocando-o pela solidão. O motivo que o determinou a
dar este passo foi, sem dúvida, o desejo de poder servir a Deus mais facilmente
e, assim, salvar sua alma. Ou no mundo, ou na solidão, cada um de nós há de
servir a Deus. É esse um dever de todos. O serviço de Deus, embora ofereça
dificuldades, não é mais penoso que o serviço do mundo. O mundo é mau e ingrato
e sua recompensa é parca. Deus, porém, é justo e não deixa sem recompensa o
serviço que se lhe oferece, por menor que seja. Além disso, “servir a Deus é
grande honra e sobremodo vantajoso” (São Jerônimo).
2.
São
Macário era constante na prática de boas obras e perseverou nos exercícios de
penitência. Há homens que pretendem servir a Deus e ao pecado. São coo o povo
de que a Bíblia diz: “temendo embora a Deus, não deixam os ídolos” (IV Reis 17,
41). Incorrem igualmente na censura, com que o profeta Elias verberou os
infiéis do seu tempo, que ora dobravam o joelho diante de Deus, ora adoravam a
Baal (IV Reis 21). A palavra de Cristo decide terminantemente que não é
possível servir-se a dois senhores, cujas máximas e princípios são tão
contrários, como os de Deus e do mundo. O pecado e as leis de Deus são
incompatíveis: “Temei ao Senhor – diz o profeta Samuel –, e servi-lhe em
verdade e de todo o coração. Atirais para longe os falsos deuses e servi a Ele
só” (I Reis 12). Dá teu coração a Deus, para que em ti não se verifique a palavra
do profeta Oséas, que diz: “Dividido está seu coração e, por isso, há de
perecer” (Oséias 10, 2).
Santos cuja memória é celebrada hoje:
Santo Isidoro,
Bispo de Antioquia, onde morreu mártir no ano de 446.
São Martiniano,
Bispo de Milão. Faleceu em 432.
Muitos mártires
em Roma, que se negaram a entregar os santos livros ao governo do imperador
Diocleciano.
(Fonte: "Na Luz Perpétua")
(Fonte: "Na Luz Perpétua")
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