A Beata Sancha (sobre nuvens) aparece para suas duas irmãs, Beata Teresa e Beata Mafalda. A Beata aponta para o Céu, verdadeira Pátria dos eleitos. |
A princesa Sancha, ou Sancha Sanches, era filha de D. Sancho I
de Portugal e de sua esposa, a rainha Dulce de Barcelona. Seus avós paternos
foram Mafalda de Saboia, filha do Conde Amadeu III, e Afonso I Henriques,
primeiro rei de Portugal. Era também irmã das Beatas Teresa, rainha de Castela
e Leão (festejada em 2 de maio) e Mafalda, abadessa de Arouca (festejada em 17
de junho).
Sancha nasceu em Coimbra em 1180. Foi educada, como suas irmãs,
na piedade e austeridade dos bons tempos.
Quando seu pai D. Sancho I faleceu, ela devia receber, segundo
as disposições testamentárias, o castelo de Alenquer e dispor de todos os
recursos que deste dependiam, podendo mesmo utilizar o título de rainha.
Esta disposição de D. Sancho I foi causa de lutas entre Sancha e
seu irmão Afonso II, que tinha sucedido a se pai no trono de Portugal, o qual
desejava centralizar em si todo o poder. Para evitar que o patrimônio deixasse
de pertencer à coroa portuguesa na sequência de um futuro casamento de sua
irmã, o que criaria um problema para a soberania de Portugal, revogou o
testamento, despojando Sancha e suas irmãs dos bens nele dispostos.
Sancha, que não tinha qualquer ideia de se casar, porque
desejava consagra-se unicamente a Deus, acabou por deixar a seu irmão o total
domínio da herança que recebera de seu pai.
Como o testamento provia também terras e castelos para suas
irmãs Teresa e Mafalda, formou-se então um partido de nobres afetos pelas
infantas, liderado pelo Infante Pedro, que se exilou em Leão, sob a proteção de
Teresa, então rainha consorte de Leão, que após tomar alguns locais
transmontanos acabou por ser derrotado.
Com a morte de Afonso II e a subida ao trono de seu filho Sancho
II, o problema foi resolvido, concedendo este os castelos herdados a suas tias,
nomeando seus alcaides entre os nomes que estas propusessem, pedindo-lhes
apenas que renunciassem ao título de rainhas (1223).
Animada pelo mais alto espírito de fé e zelo do serviço de Deus,
logo que assegurou a posse da vila de Alenquer, o seu primeiro cuidado foi
fundar nas proximidades, na serra de Montejunto, um convento de Dominicanos e
outro de Franciscanos, na mesma vila, tudo pela sua devoção e especial proteção
que dispensava às ordens mendicantes.
Com igual zelo e devoção edificou também a Igreja de Redondo.
Para si ergueu o Convento de Celas, em Coimbra, onde tomou o hábito de Cister,
para levar, sob aquela regra, uma vida de oração e austeridade até à morte, em
13 de março de 1229. O seu corpo foi transladado para Lorvão, onde sua irmã
Teresa era abadessa.
A 13 de dezembro de 1705, através da bula “Sollicitudo
Pastoralis Offici”, o Papa Clemente XI beatificou-a ao mesmo tempo que sua irmã
Teresa.
O Martirológio Romano, bem como o calendário cisterciense,
comemora a Beata no dia 11 de abril. Ela é nomeada indistintamente como santa
ou como beata, embora só tenha sido formalmente beatificada.
Martirológio Romano: Em Coimbra, cidade de Portugal, Beata
Sancha, virgem, filha do rei Sancho 1, que fundou o Mosteiro de Celas de monjas
cistercienses, e nele abraçou a vida regular. (+ 1229).
(Fonte: Blog "Heroínas da Cristandade", com permissão)
(Fonte: Blog "Heroínas da Cristandade", com permissão)
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