São Cristóvão Magalhães, presbítero, e
companheiros, mártires, em diferentes regiões do México, perseguidos por ódio à
fé cristã e da Igreja Católica, por professar Cristo Rei, obtiveram a coroa do
martírio.
Em 1917, no
México, foi promulgada uma nova Constituição baseada em princípios
anticlericais, assinada pelo presidente Venustiano Carranza. Era o início de
uma era de perseguição religiosa violenta à Igreja naquele país. Os bispos
mexicanos expressaram sua oposição à nova lei, causando uma forte reação do
governo.
A partir de
1926, sendo presidente Plutarco Elias Calles, a perseguição tornou-se ainda
mais violenta, com expulsão de padres estrangeiros, o fechamento de escolas
católicas e de algumas instituições de caridade mantidas pela Igreja, bem como
com a proibição de se realizarem missas, batizados, confissões ou quaisquer
outras manifestações religiosas públicas nas igrejas.
Os políticos,
militares, profissionais liberais e jornalistas católicos formaram uma
organização chamada “Liga Mexicana Para
a Defesa da Liberdade Religiosa” que proclamou: “Nós lamentamos a guerra, mas, insultou a nossa dignidade ser a nossa
fé perseguida o que nos obriga a correr para nos defendermos no mesmo campo em
que se espalha o ataque”.
E o povo
católico mexicano, não podendo mais suportar as dificuldades que o boicote do
governo causava à liberdade religiosa, sem intervenção direta do clero, por
meio de armas, resolveu lutar contra as arbitrariedades desse mesmo governo.
Assim, começou a guerra civil, mais conhecida no México como “Movimento
Cristero” ou “Cristiada”.
Esse movimento
não foi promovido pela hierarquia da Igreja, mas, pelo povo leigo, que buscou o
apoio de seus pastores. O clero procurou primordialmente apoiar a resistência
através de meios pacíficos. Alguns padres eram, inclusive, hostis ao movimento;
outros, abandonaram suas paróquias; alguns, no entanto, foram ativamente a
favor deste e até participaram da luta.
Finalmente,
deve-se dizer, porém, que a maioria dos religiosos preferiu empregar seus esforços
no cuidado das almas do rebanho a eles confiado, apesar de estar bem
conscientes de estarem arriscando suas vidas. Este é o caso dos santos mártires que
foram canonizados em 21 de maio de 2000, no Ano Jubilar, por São João Paulo II,
na Praça de São Pedro. Foram mortos, na maioria das vezes, de forma sumária,
sem julgamento algum. Eram capturados dentro ou ao saírem de suas igrejas ou em
suas residências ou locais de trabalho, arrastados para a rua e, ali mesmo,
eram fuzilados ou enforcados sumariamente, sem defesa ou recurso. Em pleno
século XX, o tempo da barbárie romana parecia ter se instalado no México,
tradicionalmente tão católico e piedoso.
Além desses 25
mártires já proclamados santos pela Santa Igreja, outras 14 vítimas da mesma
perseguição foram beatificadas entre 1988 e 2005, durante três cerimônias.
Finalmente, outros 07 Servos de Deus ainda estão em processo para o
reconhecimento de seu martírio.
Os 25 Santos
Mártires Mexicanos (São Cristóvão Magalhães e 24 Companheiros), por vontade do
Santo Padre São João Paulo II, foram imediatamente incluídos no Calendário
Romano no dia 21 de maio como “memória facultativa”. O Martyrologium Romanum
comemora também os diferentes Santos e Beatos separadamente, cada um no dia do
aniversário do martírio. Para mais informações, coloco abaixo os nomes dos
santos mártires do México (conservei os nomes originais, em língua espanhola) com os dias individuais de memória litúrgica
dedicados a eles:
1.
Cristobal
Magallanes Jara, presbítero, 25 de maio.
2.
Roman Adame Rosales, presbítero, 21 de abril.
3.
Rodrigo Aguilar Aleman, presbítero, 28 de outubro.
4.
Julio Alvarez Mendoza, presbítero, 30 de março.
5.
Luis Batis Sainz, presbítero, 15 de agosto
6.
Agustin Caloca Cortes, presbítero, 25 de
maio.
7.
Mateo Correa Magallanes, presbítero, 06 de
fevereiro.
8.
Atilano Cruz Alvarado, presbítero, 01 de
julho.
9.
Miguel De La Mora De La Mora, presbítero, 07
de agosto.
10.
Pedro
Esqueda Ramirez, presbítero, 22 de novembro.
11.
Margarito
Flores Garcia, presbítero, 12 de novembro
12.
Jose
Isabel Flores Varela, presbítero, 21 de junho.
13.
David
Galvan Bermudez, presbítero, 30 de janeiro.
14.
Salvador
Lara Puente, Leigo, 15 de agosto.
15.
Pedro
de Jesus Maldonado Lucero, presbítero, 11 de fevereiro.
16.
Jesus
Mendez Montoya, presbítero, 5 de fevereiro.
17.
Manuel
Morales, leigo, 15 de agosto.
18.
Justino
Orona Madrigal, presbítero, 01 de julho.
19.
Sabas
Reyes Salazar, presbítero, 13 de abril.
20.
Jose
Maria Robles Hurtado, presbítero, 26 de junho.
21.
David
Roldan Lara, leigo, 15 de agosto.
22.
Toribio
Romo Gonzalez, presbítero, 25 de fevereiro.
23.
Jenaro
Sanchez Delgadillo, presbítero, 17 de janeiro.
24.
David
Uribe Velasco, presbítero, 12 de abril.
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