Hoje, trago ao conhecimento dos leitores e leitoras deste blog a vida e obras de um grande santo: São Pascoal Baylon (ou Bailão), irmão franciscano, extraordinário devoto do Santíssimo Sacramento do Altar.
Pena não ser um santo "famoso" como o é Santa Teresinha do Menino Jesus, Santo Antônio de Pádua ou São Francisco de Assis, porém, de forma alguma "fica atrás" ou "por debaixo" da grandeza desses santos, visto ter sido realmente um homem de extraordinária humildade, simplicidade, amor a Deus e devoção à Sagrada Eucaristia.
Coloco aqui dois textos que os considerei muito bons e completos. Espero que apreciem. Vale a pena ler os dois, com calma e devoção e, a partir de hoje, ter para esse santo um lugar especial em nossos corações e orações. Amém.
São Pascoal Baylon, Franciscano |
Quem já teve
oportunidade de contemplar o espetáculo encantador de um rebanho de ovelhas
reunido em torno de seu pastor, certamente terá notado o quanto existe uma como
que interlocução entre esses mansos animais e aquele a quem estão confiados.
Com efeito, quando ele as chama ou lhes dirige alguma advertência, as ovelhas
se juntam ao seu redor, submissas e atentas, parecendo compreender o sentido de
suas palavras.
Esta cena, tão
simples na aparência, nos revela a realidade profunda daquela frase do
Evangelho: "As minhas ovelhas escutam a minha voz" (João 10, 27). Há
na relação pastor-ovelha uma simbologia criada por Deus para nos fazer entender
o relacionamento cheio de consonância e intimidade que se estabelece entre
Jesus e a alma conduzida pela graça. Bastará uma palavra, isto é, uma suave
inspiração do Espírito Santo, para ela se mover segundo a vontade de Deus, sem
temores ou dúvidas, pois sabe reconhecer o timbre da voz do Pastor.
Tais são os
santos, ao longo da História, verdadeiras "oves
manus eius - ovelhas nas mãos do Senhor" (Salmo 94, 7), flexíveis e
obedientes a seus mandamentos. Aquilo que os distingue dos demais homens e os
faz galgar os cumes da virtude, conferindo-lhes um inequívoco carisma de
atração, repousa nesse abandono nas mãos de Deus e na docilidade em deixar- se
levar conforme o seu beneplácito. Nisso consiste o verdadeiro heroísmo, muito
mais do que em esforços e trabalhos nos quais a alma possa se fatigar, pois
estes, quando privados do auxílio da graça, resultam inteiramente estéreis.
Deste modo,
compreendemos então que a santidade não consiste tanto em realizar grandes
obras, mas sim em tornar grandes todas as obras, mesmo as mais insignificantes.
São Pascoal Baylon em oração |
Contemplativo desde a infância
Em 1540, num
jubiloso domingo de Pentecostes, enquanto os sinos da matriz de Torre Hermosa,
situada no limite da Província de Zaragoza, em Aragão, repicavam para comemorar
a grande solenidade do Espírito Santo, nascia um menino predestinado por Deus a
ser um perfeito modelo de mansidão e inocência, como cordeiro do rebanho do
Senhor. Dado que na Espanha esse dia é chamado "Páscoa de
Pentecostes", seus pais, Martim Bailão e Isabel Jubera, batizaram-no com o
nome de Pascoal.
De condição
modesta, o pequeno Pascoal começou a trabalhar aos sete anos de idade para
ajudar os pais, honrados camponeses, pastoreando suas ovelhas - único bem que
estes possuíam - e, mais tarde, exercendo o mesmo ofício a serviço de outros
proprietários.
A solidão dos
campos e a serenidade própria ao rebanho constituíam um marco ideal para o
desenvolvimento daquela alma austera e contemplativa, de modo a fazer florescer
nela as virtudes. Se, desde os primeiros anos, seus pais lhe haviam inculcado
uma ardorosa piedade, Pascoal empregou-se em torná-la cada dia mais sólida, por
meio da prece assídua, da mortificação e da leitura. Impossibilitado de
frequentar escola, pela falta de recursos da família, o menino aprendeu a ler e
a escrever por si só - ensinado pelos Anjos, segundo alguns de seus biógrafos
-, tamanho era seu desejo de instruir-se na Religião. Seu alforje
transformou-se numa pequenina biblioteca, onde carregava os livros de sua
devoção e o Ofício Parvo de Nossa Senhora, que rezava todos os dias.
Não tendo
oportunidade de assistir à Missa durante a semana, o pastorzinho supria essa
lacuna dedicando longas horas à oração, quer numa pequena ermida da Santíssima
Virgem situada naquelas redondezas, quer voltado para o longínquo Santuário de
Nossa Senhora da Serra, quer, simplesmente, diante de seu próprio cajado, onde
fizera gravar uma cruz e uma imagem de Maria. Aprouve a Deus premiá-lo,
concedendo-lhe em diversas ocasiões que os Anjos trouxessem até ele a Hóstia
resplandecente para ele poder vê-la e adorá-la.
De outro lado,
como a região em torno da ermida era muito seca e o pasto escasso, Pascoal foi
advertido por seu amo de que, indo com frequência para lá, os animais acabariam
por perecer. Não querendo abandonar seu lugar predileto, o menino argumentou,
cheio de fé, que Maria, como Divina Pastora, jamais deixaria faltar alimento ao
rebanho. E ao cabo de algum tempo o dono deu-se por vencido, constatando que
suas ovelhas eram as mais bem nutridas de toda a região.
Assinatura do santo |
Na vida religiosa
Como Pascoal
desejava ardentemente entregar-se a Deus no estado religioso, apareceram-lhe
certa vez São Francisco e Santa Clara, e disseram-lhe que deveria ingressar na
Ordem dos Frades Menores. Tal desígnio ia de encontro a seus afetos mais
recônditos, pois alimentava um especial amor à virtude da pobreza. E quando seu
patrão, o senhor Martín García, homem rico e poderoso, prometeu deixar-lhe seus
bens, uma vez que não possuía filhos, o jovem pastor rejeitou a oferta, dizendo
que preferia ser herdeiro de Deus e coerdeiro de Jesus Cristo.
Aos vinte anos
partiu em busca dessa herança incorruptível e transladou-se para o reino de
Valência. Desejava ingressar no convento de Nossa Senhora de Loreto,
recém-reformado por São Pedro de Alcântara. No entanto, sua timidez no momento
de falar com o padre superior reteve-o por quatro anos, durante os quais
permaneceu nas proximidades do mosteiro, empregado, mais uma vez, na guarda de
ovelhas. Sua piedade e suas virtudes tornaram-no conhecido em toda a comarca
sob o apelido de o "santo pastor".
Decidiu-se, por
fim, a solicitar sua admissão no convento, e foi acolhido com alegria por
aquela comunidade. Quis o Superior dar-lhe o hábito de irmão corista, mas a
humildade de Pascoal levou-o a suplicar que o deixassem apenas como irmão
converso, pois só almejava ser a "vassoura
da casa de Deus".
Humildade e intrepidez
O novo frade não
tardou em se transformar num modelo de observância religiosa, a ponto de ser
disputada sua presença nos diversos conventos da Ordem. Exercia com despretensão
e simplicidade as mais variadas funções, tais como de cozinheiro, jardineiro,
porteiro ou esmoler. Porém, ao procurar humilhar-se diante dos homens, crescia
em estatura espiritual diante de Deus. De trato afável e bondoso com os demais,
o irmão Pascoal era duro e intransigente consigo mesmo. Considerava-se um
grande pecador, motivo pelo qual se sacrificava continuamente, privando-se do
pão para dá-lo aos pobres, dormindo sobre a terra nua e flagelando-se com
frequência.
Assim
testemunhou a seu respeito um de seus contemporâneos: "Nunca pensava em
satisfazer o menor capricho. Sempre punha empenho em mortificar-se a si mesmo.
Vi brilhar nele a humildade, a obediência, a mortificação, a castidade, a
piedade, a doçura, a modéstia e, em suma, todas as virtudes: e não posso dizer
com certeza qual delas sobrepujava as outras".
Nutria
terníssima devoção a Maria Santíssima, a quem dedicava todos os seus trabalhos.
Certa vez, julgando-se sozinho enquanto montava a mesa no refeitório, caiu de
joelhos diante da imagem de Nossa Senhora; depois, tomado de sobrenatural
transporte de alegria, executou uma graciosa dança para aquela Mãe que com
tantas consolações o agraciava. Tal episódio foi visto por outro frade, o qual
mais tarde o relatou, acrescentando que a recordação do rosto radiante de
júbilo do irmão Pascoal o estimulou durante muito tempo na prática da virtude.
Em 1576 os
superiores o enviaram a Paris, como portador de um importante documento
destinado ao padre Christophe de Cheffontaines, Superior Geral da Ordem. Por
aquela época, a França ardia nas guerras de religião e atravessar as cidades
vestindo o austero burel de São Francisco constituía um autêntico perigo.
Contudo, o intrépido irmão Pascoal lançou-se na aventura, cheio de confiança na
Providência, alegre por expor a própria vida pela obediência. Em alguns lugares
foi apedrejado pelos huguenotes, a ponto de guardar um ferimento no ombro até o
fim da vida.
Voltando a seu
convento, deu respostas lacônicas às perguntas feitas por seus confrades a respeito
dos riscos por ele enfrentados, omitindo todos os detalhes que pudessem
redundar em elogios à sua pessoa.
Ao longo de suas
múltiplas caminhadas pelas vilas e aldeias da região, pedindo esmolas para o
convento, sua palavra tinha para todos o valor de uma pregação, e os milagres
que realizava mais contribuíam para lhe granjear a admiração e a estima do
povo. Inúmeras vezes obteve a cura de doentes fazendo-lhes um simples sinal da
cruz. Em certa ocasião, mandou-lhe o Padre Superior curar um frade que estava
gravemente atacado por uma hemorragia. Embora essa ordem contundisse sua
humildade, nosso santo viu-se obrigado a obedecer: traçou uma cruz sobre seu
companheiro e logo o sangue parou de correr.
Singular devoção Eucarística
Entretanto, o
que distinguiu nosso Santo com um brilho todo especial foi sua devoção ao
Santíssimo Sacramento. A todo o momento que seus deveres o permitiam, lá estava
o humilde irmão aos pés do sacrário, ora rezando com os braços em cruz, ora
abismado em profunda adoração, ora ainda acolitando com fervor a Missa privada
de algum sacerdote do mosteiro. Era junto a Jesus Eucarístico que sua alma se
expandia e hauria novas forças para enfrentar os combates da vida. Ali o Divino
Mestre lhe revelava os mistérios do Reino, escondidos aos sábios e doutores.
Sem ter feito qualquer estudo, o humilde converso franciscano entendia de
teologia mais do que muitos mestres, porque o ardor de seu coração lhe
explicava o que não aprendera pelo raciocínio.
Isto se
patenteou certa vez, quando, estando na França, foi interpelado por alguns
hereges acerca da Presença Real de Nosso Senhor Jesus Cristo no Santíssimo
Sacramento. Enfrentou com tanta sabedoria os sofismas dos inimigos da Religião
e deu-lhes uma tão perfeita explicação acerca da doutrina eucarística, que eles
se sentiram encurralados e sem resposta. Ficaram boquiabertos também os que
acompanhavam Frei Pascoal, pois sabiam como ele não era homem versado em
letras, muito menos nos sacros ensinamentos.
Até mesmo
durante os mais corriqueiros trabalhos, seu coração estava posto no
tabernáculo. Por exemplo, cultivando a terra ou cozinhando verduras, rezava
recordando-se de sua Comunhão matutina: "Ó Luz sem mancha, que delícias podeis encontrar num homem tão pequeno
como eu? Por que quisestes entrar em meu peito e fazer dele um templo de vossa
majestade"?. Sua alma estava todo o tempo posta em adoração a Deus
feito Hóstia.
Atenção inteira à voz do Pastor
São Pascoal
morreu em 1592, aos 52 anos de idade, no mosteiro de Villarreal, após uma
prolongada doença que o fizera sofrer durante cinco anos, dando-lhe a
oportunidade de edificar com sua paciência todos quantos o rodeavam.
Pouco antes de
falecer, perguntou ao irmão enfermeiro: "Já
tocaram o sino para a Missa conventual"? Ao receber a resposta afirmativa, seu rosto
iluminou-se com um sorriso de júbilo, pois sabia de antemão a hora de sua
partida. No instante da elevação, quando a sineta anunciava a Presença Real de
Jesus sobre o altar, o humilde irmão exalou seu último suspiro e sua alma voou
para unir-se definitivamente Àquele mesmo Jesus a quem tanto procurara ao longo
de toda a sua existência.
Estava já tão
difundida sua fama de santidade, que foi impossível fazer o funeral antes de
três dias, devido à afluência de gente que acorreu ao convento para dar-lhe a
despedida. Na Missa de exéquias, para assombro de toda a assistência, seus
olhos se abriram por duas vezes, uma na elevação da Sagrada Hóstia, outra na do
cálice, para reverenciar por última vez, nesta Terra, a Santíssima Eucaristia.
Como manso
cordeiro do rebanho de Cristo, São Pascoal Bailão soube estar com sua atenção
inteira posta na voz do Pastor, que o instruía na ciência divina e nos segredos
da verdadeira santidade. No cumprimento da vocação de irmão leigo franciscano,
sua vida transcorreu na paz do claustro e na mendicância, de maneira apagada,
humilde, mas valente, na busca contínua e exclusiva da glória de Deus. E lhe
estava reservada grande glória e renome pelo mundo inteiro, a ponto de ser
canonizado por Inocêncio XII menos de um século após sua morte, em 15 de julho
de 1691, e proclamado pelo Papa Leão XIII, tão justamente, Padroeiro Universal dos Congressos e Obras Eucarísticas, em 28 de
novembro de 1897.
(Fonte: Revista
Arautos do Evangelho, Maio/2013. n. 137, p. 32 à 35)
OUTRO TEXTO
(para aprofundar um pouco mais a história desse grande santo):
Nasceu em Torre
Hermosa, no reino de Aragão, na Espanha, filho de Martinho Bailão e Isabel
Jubera, a 16 de maio de 1540, festa de Pentecostes, chamada de Páscoa cor de
rosa, daí chamar-se Pascoal.
Provinha de uma família numerosa, pobre e humilde, na qual se vivia, no
entanto, profundo espírito religioso, devido sobretudo à mãe que era
devotíssima da Eucaristia. Biógrafos dizem também que era muito generosa em dar
esmolas aos pobres. Pascoal não pôde freqüentar a escola porque seu pai
precisava que ele cuidasse do rebanho, serviço que executou com grande dedicação
até mesmo quando este encargo lhe era ocasionalmente conferido por um ou outro
pastor. Executando seu trabalho distante do povoado e da igreja, passava horas
inteiras em oração, privando-se de alimentos para dominar ou adestrar seu
corpo. Era desses que tinha o hábito da flagelação. Longe do ruído, nas
montanhas, cuidando das ovelhas tinha tempo para rezar, meditar, louvar a Deus
e venerar Maria. De trato amável nos relacionamentos, com sua doçura e
serenidade, conquistou a amizade de muitos pastores que encontrava nas alturas
dos montes e nos vales da Andaluzia e entre os quais começou seu primeiro
apostolado com simplicidade e ardor sincero. Procurava pastagens das quais
pudesse ver uma igreja em que se conservava a Eucaristia para adorá-la enquanto
seus rebanhos pastavam, como confidenciou ao companheiro de trabalho que
haveria de dar este testemunho 18 anos depois de sua santa morte.
Quando completou
dezoito anos, em Monteforte del Cid, veio a conhecer os franciscanos do
convento de Santa Maria de Loreto. Pensava em poder realizar seu sonho de se
tornar religioso. Como isso ainda não lhe era possível aceitou de realizar o
trabalho de pastor junto a um rico proprietário de ovelhas, Martino Garcia, que
lhe dava a permissão de freqüentar o Santuário Mariano e residir junto ao
convento franciscano. Enquanto pastoreava não muito distante do convento caía
em êxtase ao som do sino que anunciava a elevação no momento da consagração .
Por fim, a 2 de
fevereiro de 1564, já com fama de
santidade, pode vestir o hábito franciscano e, no ano seguinte, fazer sua
profissão religiosa no convento dos frades alcantarinos de Orito, onde
permaneceu até 1573, dedicando-se a tarefas muito humildes, de modo particular
ao mister de porteiro. Muito estimado pela vida de austeridade que levava e
favorecido por dons do Espírito Santo, entre os quais do dom da sabedoria
infusa, o iletrado Pascoal – que tinha aprendido a ler enquanto pastoreava o
rebanho e depois conseguiu apenas escrever alguma coisa, era procurado por
pessoas eruditas que vinham se aconselhar com ele. De 1573 até 1589, sua vida
transcorreu em diferentes conventos da província de Alicante, passando depois
para a Província de Castellon, no convento de Vila Real.
A obediência o
obrigou a fazer uma longa e perigosa viagem até Paris. O Ministro Provincial da
Espanha, em 1576, necessitava comunicar-se com urgência com o Ministro Geral da
Ordem Cristóvão de Cheffontaines. O dito Ministro sabia bem que era difícil uma
tal viagem no tempo das perseguições calvinistas. Na verdade, Pascoal foi muito
hostilizado e insultado. Em Orleans
quase veio a morrer depois de uma discussão a respeito da Eucaristia. Esta
não foi a única investida contra o frade menor antes que ele chegasse ao seu
destino e entregasse a correspondência que levava para o Ministro Geral.
Voltando desta viagem escreveu um livro com sentenças (pensamentos), um pequeno
tratado ou compêndio sobre a Eucaristia. Falava, é claro, da presença real de
Jesus neste sacramento e também dos poderes transmitidos ao Papa.
Mereceu ele
receber o cognome de “teólogo da
eucaristia”, não somente por ter resolvido as questões dos adversários na
França, mas também pela coletânea de escritos que deixou a respeito do
Sacramento da Eucaristia que foi sempre o centro de sua intensa vida espiritual
e a marca mais evidente de sua vida. Estando sempre à disposição dos confrades
e dos que batiam à porta do convento, Pascoal, além disso, continuava a
infligir-se penitências e com isto debilitou sua saúde até o limite de
capacidade de resistência.
Os últimos anos
de vida de Pascoal se transcorreram no convento de Vila Real, em Valência,
exercendo sempre o ofício de porteiro e de esmoler, muito estimado por toda a
população, de modo especial pelos mais simples e pelas crianças. Todos queriam
receber a bênção do frade ao lhe darem uma pequena oferta. Tudo ia sendo assim
feito até o dia em que exercendo seu ministério de esmoler perdeu as forças.
Compreendendo que estava próxima a sua morte correu ao seu encontro. De fato,
veio a falecer no convento do Rosário, a 17 de maio de 1592, solenidade de
Pentecostes, com a idade de 53 anos. Foram muitos os que vieram dar o último
adeus ao piedoso frade. Os biógrafos
contam, que durante a celebração da missa de exéquias, no momento da elevação
do cálice e da patena, seu corpo já enrijecido pela morte reabriu os olhos para
fixar o Pão e o Vinho da Eucaristia dando assim seu último testemunho de
apreço pelo Santíssimo Sacramento.
Sua santidade
foi confirmada por muitos milagres
que espalharam sua fama por todo o mundo católico. Vinte e seis anos depois, no
dia 29 de outubro de 1618, era proclamado bem-aventurado (beato) por Paulo V e
a 16 de outubro de 1690, canonizado por Alexandre VIII. O Papa Leão XIII, no
dia 26 de novembro de 1897, proclamou-o patrono
das devoções eucarísticas e, pouco depois, também dos congressos eucarísticos
internacionais.
Os restos
mortais de São Pascoal Bailão, venerados em Vila Real, foram profanados e
espalhados durante a guerra civil espanhola (1936-39). Parcialmente recuperados
foram restituídos à cidade de Vila Real em 1952.
As imagens do
santo sempre o representam próximo a um ostensório Uns vinte pequenos tratados
de sua autoria falam de seu profundo amor pela Eucaristia.
(Tradução livre da obra Frati
Minori Santi e Beati, publicação da Postulação Geral da Ordem dos Frades
Menores, 2009, p. 253-255)
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