Beatos Agatângelo e Cassiano |
Beato Agatângelo (1598-1638)
O BEATO
AGATÂNGELO NOURY nasceu em Vendôme, na província de Tours, na França, aos 31 de
julho de 1598. Conheceu os Capuchinhos, que tinham chegado, havia pouco tempo,
à sua terra natal, onde o seu pai era presidente do tribunal e, ao mesmo tempo
,administrador do Convento.
Ainda jovem,
mostrou ter vocação religiosa e foi recebido na Ordem dos Capuchinhos. Em 1620,
fez a profissão religiosa. Depois, prosseguiu os estudos de humanidades,
filosofia e teologia e foi ordenado sacerdote. Nos seus primeiros anos de
sacerdote encontrou-se com o Padre José Leclerc, famoso conselheiro do Cardeal
Richelieu, que tinha projetado grande plano de evangelização.
Agatângelo foi
escolhido como candidato para a Missão da Síria. Chegou a Aleppo em 1629. Ali
encontrou muçulmanos, grego-ortodoxos, armênios e, em número muito reduzido,
alguns católicos. Com obras de beneficência, encontros familiares e catequese
elementar, conseguiu bom resultado no seu apostolado, combatido, bem depressa,
pela inveja. Passou depois para a missão do Cairo, na qualidade de Superior.
Aqui trabalhou com muita alegria para a união dos Coptas com a Igreja Católica.
Destinado pela
Providência a abrir o campo missionário a outros, a 27 de setembro, a Sagrada
Congregação confiou-lhe a responsabilidade do grupo missionário destinado à
Etiópia, composto por mais três sacerdotes capuchinhos: o Beato Cassiano de
Nantes, Bento e Agatângelo Noury de Vendôme.
Os quatros
missionários dividiram-se em dois grupos. Agatângelo e Cassiano, quando
chegaram à fronteira da Etiópia, foram descobertos e encarcerados em Débora,
com o pretexto de serem espiões e opositores do imperador e do bispo Abissino
Malaro.
No processo,
dominado pelo sectarismo religioso e pela perfídia do pseudônimo Pedro Leão,
inimigo declarado de Agatângelo, os dois missionários foram condenados à morte.
Os dois humildes filhos de São Francisco não perderam a calma. Mostraram os
documentos do Patriarca Copta de Alexandria. Poucos dias depois, foram levados
para Gondar, de mãos algemadas com cadeias e amarrados à cauda de um cavalo.
Em Gondar, foi
dura e penosa a sua prisão. Abuna Macário, fingindo-se amigo do beato
Agatângelo e o luterano, Pedro Leão, que se fizera hipocritamente monge copta,
forçaram, com acusações e calúnias junto da corte imperial, a morte dos pobres
e doentes missionários. Levados à presença do imperador, foram examinados na
sua fé. O beato Agatângelo respondeu: “Estou
pronto a morrer pela fé e nunca a renegarei”. A 07 de agosto de 1638, em
Gondar, exposto ao escárnio da multidão, foi suspenso em cordas e apedrejado
barbaramente pelo furor da multidão. Tinha 40 anos de idade. Foi beatificado a
1º de janeiro de 1905 pelo Papa Pio X.
Beato Cassiano (1607-1638)
O beato CASSIANO
LOPEZ NETO, nasceu em Nantes, aos 15 de janeiro de 1607, no seio de família
portuguesa. Tinha feitio dócil, inclinado às práticas de devoção e fervor
religioso admirável. Aos 17 anos foi recebido na Ordem dos Capuchinhos da
Província de Paris.
Fez a profissão
religiosa em 1624. Concluiu os estudos teológicos em Rennes onde foi ordenado
sacerdote. Aqui passou os primeiros anos do seu sacerdócio, socorrendo as
pessoas atingidas pela peste que devastou a França em 1631. Pediu para ser enviado
para as Missões.
Os Superiores
destinaram-no à Missão da Etiópia. No Cairo, encontrou-se com o beato
Agatângelo e com ele partilhou preocupações e sofrimentos apostólicos. Dotado
de temperamento franco, aberto, muito sensível aos sofrimentos dos outros,
entregou-se ao apostolado, cultivando sobretudo especial devoção a Nossa
Senhora, a quem rezava todos os dias o Rosário com o ofício divino.
Desde o seu
encontro com o beato Agatângelo até à sua heróica morte, os dois capuchinhos
trabalharam juntos no Cairo, durante três anos, cuidando, especialmente, da
conversão dos Coptas.
Estenderam a sua
atividade até aos longínquos mosteiros de Santo Antão Abade e de A. Macário, no
Nitra. Na Etiópia, a Igreja Católica tinha conseguido extraordinário
desenvolvimento que culminou na conversão do próprio imperador através dos
missionários jesuítas. A fé de Roma expandiu-se também sob o governo de Seitan
Sagad I. Conseguiram grandes conversões que foram quase destruídas por Atiè
Fassil, cuja palavra de ordem era: “Antes súditos de Meca dos muçulmanos do
que da Roma dos católicos”.
Os dois
missionários decidiram, por isso, levar a sua ajuda a tantos irmãos na fé,
perseguidos por aquele ímpio imperador. Obtiveram documentos do Patriarca Copta
de Alexandria e, a 23 de dezembro de 1637, partiram para a Etiópia. A viagem
durou três meses. Chegados às fronteiras da Etiópia foram metidos na prisão
pelo Governador de Débora.
No processo, os
dois missionários católicos foram condenados à morte como violadores das ordens
do imperador, que proibia os católicos de entrarem na Etiópia. Beato Cassiano
sofreu o martírio, como o Beato Agatângelo, a 07 de agosto de 1638, com 31 anos
de idade. No dia 1º de janeiro de 1905 foi beatificado pelo Papa Pio X.
Gloriosos mártires Agatângelo e Cassiano, rogai por nós e por toda a Santa Madre Igreja, hoje, tão atacada por seus inimigos! |
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