Hoje
vou apresentar um magnífico grupo de cristãos, que entregaram a vida por Cristo
com uma valentia, uma heroicidade, com um entusiasmo transbordante, que me dão
um grande exemplo radical de amor a Jesus Cristo sem par, um dos martírios mais
comoventes da história moderna da nossa Santa Igreja Católica.
Era o mês de
agosto de 1936. A perseguição marxista contra a Igreja tinha-se abatido em toda
a Espanha com uma fúria diabólica. O Seminário dos Missionários Claretianos da
cidade de Barbastro foi feito prisioneiro na sua totalidade. Ignorando que os
três padres superiores do seminário tinham sido já assassinados, toda a
comunidade (padres, irmãos e seminaristas) foi encarcerada na cave de um antigo
colégio. Para que os jovens seminaristas ficassem sem apoio dos padres ou dos
Irmãos (religiosos não-sacerdotes), os milicianos executaram no dia 12. Havia a
expectativa, que mediante alguma tortura, os amedrontados jovens seminaristas
renunciassem à sua religião e sua Fé em Jesus Cristo, tornando-se nuns apóstatas.
Ficavam assim, 40 jovens seminaristas desapoiados e deixados à sua sorte. Assim
pensavam os vermelhos. Mas aquele punhado de valentes, verdadeiros cristãos,
jovens com uma fé adulta, agigantaram-se e prepararam-se para o martírio.
As três semanas
precedentes tinham sido terríveis. Na cave que fazia de prisão, aqueles presos
sofreram toda a espécie de indignidades, privações e insultos. Tentavam vencer
a resistência dos jovens, e recorreu-se a prostitutas, ameaças, ofertas de
liberdade em troca de abandonarem sua vocação... E isto até ao último instante.
Até que ao verem
que não conseguiam vergar aqueles valentes cristãos, se disseram claramente
qual era a causa da sua morte: "Não vos odiamos a título pessoal, mas sim
à vossa religião, a vossa sotaina, esse trapo repugnante. Se as tirarem,
pouparemos vossas vidas. Mas a matar-vos, será com ela vestida, e assim sereis
com a sotaina sereis enterrados". Assim souberam eles porque os
perseguiam. Morreriam mártires por Jesus Cristo, e nada mais que por Jesus Cristo.
No dia 12 de
agosto foi um grande dia na prisão. Desse dia nos chegaram uns testemunhos
escritos verdadeiramente memoráveis. Em papel que embrulhava os chocolates que
lhes ofereceram para o pequeno-almoço. Cada um escreveu um lema, uma frase que
resumia o seu ideal de vida, e de seu martírio. Quarenta assinaturas que
escrevem uma das mais gloriosas páginas da Santa Igreja Católica do século XX:
"Viva Cristo-Rei!"; "Viva o Coração Imaculado de Maria!";
"Morro contente por Deus!... Nunca imaginei ser digno de receber esta
Graça!"; Por Ti, Meu Deus, pela Santíssima Virgem meu sangue dou!”, e
assim todos os 40!
Não creio que
exista na história da Igreja um documento martirial como este. E dizem as
testemunhas: "Todos estavam contentes e se felicitavam entre eles, como os
Apóstolos, por terem sido considerados dignos a sofrer pelo nome de
Jesus". Ao anoitecer, os candidatos ao martírio, abraçavam-se, beijavam
mutuamente os pés e as faces uns dos outros, choravam de alegria por estar
próximo o fuzilamento...
Às 24h00 do dia
13, irrompiam os milicianos na cave. Leram 20 nomes, em que cada um era
vigorosamente respondido com um "Presente!". Alguns beijavam com amor
as cordas que lhes atavam as mãos, e todos dirigiam palavras de perdão aos seus
verdugos. Atravessaram a praça cheia de gente. E ao subir para uma camioneta de
caixa aberta, gritavam entusiasticamente: "Viva Cristo-Rei!", e os
presentes respondiam: "Morram, morram! Canalhas, vão ver o que vos espera
no cemitério!" E era uma cena impressionante, pois ao longo da noturna
viagem de três quilômetros em cima da camioneta, cantavam e rezavam. Alegres!
Diz o relato de uma testemunha dessa noite: "Todo Barbastro os ouviu!
Todos cantavam cânticos religiosos. E eram inocentes com anjos!" Recusado
a última oferta de liberdade em troca da apostasia, todos caíram debaixo das
balas com o nome de Jesus nos lábios, como confessou um dos assassinos:
"Com os braços abertos, em cruz, e gritando Viva Cristo-Rei, receberam a
descarga dos projeteis".
A meia-noite do
dia 15, os vinte restantes iam para o Céu, celebrar a grande festa da Assunção.
Animados pelo exemplo dos seus colegas anteriores, deixaram escrito:
"Morremos todos contentes, e nenhum de nós sente desânimo ou pesar".
Repetiram-se as mesmas cenas, trágicas para uns, porque nessa noite, os
vermelhos não iam tolerar aquele escândalo dos "Vivas" e dos cânticos
religiosos ao meio da noite pelas ruas, e a golpes de coronhada das
espingardas, desfizeram o crânio de um deles, embora não tenham conseguido os
seus intentos, e até pelo contrário, incentivou os seminaristas a cantar com
redobrado entusiasmo louvores a Cristo-Rei, ao Coração de Maria, à religião
católica e ao Santo Padre.
Um dos verdugos,
refugiado em Paris, depois de terminada a Guerra Civil, dizia: "Não havia
quem os fizesse calar. Por todo o caminho foram cantando e dando Vivas a
Cristo-Rei. Nós, mesmo dando golpes com a coronha das armas, não os
conseguíamos fazer parar. E não pense que eram golpes mansinhos... Um deles
caiu morto, com a cabeça aberta. Mas quanto mais lhes batíamos, mais forte
cantavam e gritavam, Viva Cristo-Rei!"
Três dias mais
tarde, morriam também fuzilados dois companheiros, que por doença, tinham sido
transferidos para o Hospital. Ficava assim completo o número daquela comunidade
cristã: os 51 Missionários Claretianos Mártires: nove sacerdotes, cinco Irmãos
missionários e 37 seminaristas, que em Barbastro encheram a nossa Santa Igreja
Católica Apostólica Romana de Glória.
Em outubro de
1992 foram Beatificados pelo Santo Padre João Paulo II, em Roma. No final da
Missa, o Papa emocionado, exclamou: "Pela primeira vez na História da
Igreja, todo um Seminário Mártir!".
Nesse mesmo ano
de 1992, abriu em Barbastro, o Museu do Mártires Claretianos, relicário dos
seus restos, seus testemunhos, suas mensagens, suas recordações, local de
peregrinação para milhares de fiéis católicos do mundo inteiro.
Hoje, o
testemunho desses jovens seminaristas, inspira muito vocacionados a entregarem
suas vidas ao Senhor ao serviço na Sua Igreja.
É esta a fibra
dos santos da minha Igreja, na qual tenho a imensa Graça de caminhar na Fé!
Bem Aventurados
Mártires de Barbastro, rogai por nós, pobres pecadores!
A lista dos bem-aventurados mártires:
Felipe de Jesús
Munárriz Azcona, sacerdote professo
Leoncio Pérez
Ramos, sacerdote professo
Juan Díaz Nosti,
sacerdote professo
+ 2 agosto 1936
Gregorio
Chirivas Lacamba, religioso professo
Nicasio Sierra
Ucar, sacerdote professo
Sebastián Calvo
Martínez, sacerdote professo
Pedro Cunill
Padrós, sacerdote professo
Wenceslao Clarís
Vilaregut, chierico professo
José Pavón
Bueno, sacerdote professo
+ 12 agosto 1936
Secundino Ortega
García, sacerdote professo
Javier Luís
Bandrés Jiménez, clérigo professo
José Brengaret
Pujol, clérigo professo
Manuel Buil
Lalueza, religioso professo
Antolín Calvo y
Calvo, clérigo professo
Tomàs Capdevila
Miró, clérigo professo
Esteban
Casadevall Puig, clérigo professo
Eusebi Maria
Codina Millà, clérigo professo
Juan Codinachs
Tuneu, clérigo professo
Antonio Dalmau
Rosich, clérigo professo
Juan Echarri
Vique, clérigo professo
Pedro García
Bernal, clérigo professo
Hilario Llorente
Martín, clérigo professo
Alfonso Miquel
Garriga, religioso professo
Ramon Novich
Rabionet, clérigo professo
José Ormo Seró, clérigo
professo
Salvador Pigem
Serra, clérigo professo
Teodoro Ruiz de
Larrinaga García, clérigo professo
Juan Sánchez
Munárriz, clérigo professo
Manuel Torras
Sais, clérigo professo
+ 13 agosto 1936
Luís Masferrer
Vila, sacerdote professo
José Amorós
Hernández, clérigo professo
José Maria Badía
Mateu, clérigo professo
Juan Baixeras
Berenguer, clérigo professo
José Blasco
Juan, clérigo professo
Rafael Briega
Morales, clérigo professo
Francisco Castán
Meseguer, religioso professo
Luís Escalé Binefa,
clérigo professo
José Figuero
Beltrán, clérigo professo
Ramon Illa
Salvia, clérigo professo
Luís Lladó
Teixidor, clérigo professo
Manuel Martínez
Jarauta, religioso professo
Miguel Masip
González, clérigo professo
Faustino Pérez
García, clérigo professo
Sebastian Riera
Coromina, clérigo professo
Eduardo Ripoll
Diego, clérigo professo
José Ros
Florensa, clérigo professo
Francisco Roura
Farró, clérigo professo
Alfonso Sorribes
Teixidó, clérigo professo
Agustín Viela
Ezcurdia, clérigo professo
+ 15 agosto 1936
Jaime Falgarona
Vilanova, clérigo professo
Atanasio
Vidaurreta Labra, clérigo professo
+ 18 agosto 1936
2 comentários:
Emocionante!viva!Cristo Rei!.
Dios los tiene en su Gloria!
Postar um comentário