No dia 05 de dezembro os
carmelitas celebram a memória facultativa do Beato Bartolomeu Fanti, italiano
nascido em Mântua (em italiano diz-se “Mantova”). Não se tem muitos dados sobre
a vida de Bartolomeu Fanti, que foi um dos diversos santos carmelitas de
destaque que adornaram a cidade de Mântua durante o século XV. Nasceu por volta
do ano 1443, e ingressou na Ordem com dezessete anos de idade.
Em 1452 já era
sacerdote Carmelita da Congregação Mantuana (vide explicação abaixo). Após a
ordenação sacerdotal, mostrou-se um pregador de grande poder. Suas palavras atraíam
e convenciam seus ouvintes. Foi durante
35 anos, praticamente até a sua morte,
diretor espiritual e reitor da Confraria da Bem-Aventurada Virgem Maria
na igreja carmelita de sua cidade, para a qual escreveu a Regra e Estatutos,
dedicando-se a esta tarefa com fervor e zelo, como se fazia necessário devido a
importância social e religiosa desta Confraria.
Humilde e manso,
foi para todos um exemplo de oração, generosidade e fidelidade no serviço à Deus.
Distinguiu-se por um grande e profundo amor à Eucaristia, centro de sua vida
apostólica. Era realmente admirável a devoção que
tinha para com Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento. Foi através da unção com
óleo da lamparina que ardia diante do Santíssimo que o Beato Bartolomeu
realizou diversos dos seus milagres de curas.
Distinguiu-se
também por uma profunda e filial devoção a Nossa Senhora do Monte Carmelo,
Patrona da Ordem.
Foi mestre de
noviciado do Beato Batista Mantovano, grande poeta e teólogo carmelitano, que fala
dele como “um santo guia e mestre
espiritual”.
Morreu em Mântua
no dia 05 de dezembro de 1495 e seu corpo, depois de várias transladações,
conserva-se hoje intacto na Catedral de Mântua. O decreto de confirmação de seu
culto foi ratificado pelo Papa Pio X em 18 de março de 1909 e sua festa é
celebrada no dia de sua morte.
Oração
Deus, nosso Pai, fizestes do Beato Bartolomeu Fanti
um apóstolo do culto à Divina Eucaristia e da devoção à Santíssima Virgem
Maria, concedei-nos, a nós também, a mesma riqueza espiritual que ele encontrou
mediante a prática destas devoções. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
A Congregação
Mantuana (1413-1783)
A
congregação de Mântua viu a luz antes da mitigação da Regra, no ano de 1413,
por obra de Jacó Alberto e o Beato Angelo Mazinghi. Estes dois religiosos
começaram a vida reformada no convento de Le Selve, perto de Florença. Pouco
depois esta vida reformada começou no convento de Mântua por obra dos PP.
Francisco Tomás e Gigón de França. Neste convento se formaram ótimos religiosos
como o beato Bartolomeu Fanti e o Beato Batista Mantuano.
No ano de
1427 agregou-se à Congregação um novo convento, o de Gironde, na Suíça, da
diocese de Sitten. Entre os fundadores deste convento está Tomás Connecte,
chamado o “Savonarola Francês”, célebre pregador e reformador violento que
morreu em Roma queimado vivo, por acusação de heresia não retratada.
Até o ano de
1452 a Congregação de Mântua teve somente estes três conventos. Depois fundaram
conventos em Ferrara, Brescia, Lucca, Parma, Modena, Bolonha, Bérgamo, Gênova,
Milão, Florença, Pistóia, Veneza, Pavia e outros. Quando a Congregação foi
suprimida contava com 53 conventos de frades e 7 de monjas. Estava dividida em
6 províncias.
Em 1442 a
Congregação foi aprovada por Eugênio IV com o direito de eleger seu próprio
Vigário Geral. Como tal foi eleito Pedro Estêvão de Toulouse. Floresceram em
santidade Tomás de França, o Beato Angelo Mazzinghi, o Beato Bartolomeu Fanti,
o Beato Batista Spagnoli, a Beata Juana Scopelli e a Beata Arcangela de Trino.
Deu também esta Congregação dois gerais para a Ordem: Cristóvão Martignone
(1472-1481) e o B. Batista Spagnoli (1513-1516).
O hábito que
usavam os reformados era de cor cinza e a capa curta, e as sandálias da mesma
cor do hábito ou brancas. Os mantuanos observavam com rigor o voto de pobreza e
davam extremo valor à observância da vida comum. No dia 21 de março de 1783 o
Papa Pio VI agregou os seus conventos à Ordem, extinguindo a Congregação como
tal.
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