Santa Asélia, Virgem, festejada em 6 de
dezembro, discípula de São Jerônimo, o qual dela escreveu que “era abençoada
desde o seio de sua mãe”.
Este nome
incomum tem um significado ainda mais inesperado: em latim, Asellia significava
"burrinho, jumentinho". Não era um nome ofensivo, nem ridículo: ele
tinha mesmo um tom carinhoso, talvez como uma homenagem à paciência e a
docilidade do burro. Lembremo-nos que este animal aparece em vários momentos no
Novo Testamento, especialmente quanto Nosso Senhor Jesus Cristo entrou
triunfalmente em Jerusalém montando um deles.
Além disso,
a Santa de hoje é tal, que nos faz esquecer qualquer implicação causada pelo
nome. É na verdade uma criatura de qualidades humanas e virtudes sobrenaturais
excepcionais; uma dessas mulheres que em todas as épocas foram e são
representantes da secreta grandeza do Cristianismo.
Asélia não
era uma celebridade, e ela teria desaparecido da memória do mundo se o grande
São Jerônimo, o tradutor da Bíblia para o latim e Doutor da Igreja, não tivesse
escrito sobre ela em suas cartas.
Vivendo em
Roma nos anos de sua maturidade, São Jerônimo reunira em torno dele um grupo de
mulheres dedicadas e estudiosas, cujos nomes ainda são encontrados no
Calendário: Santas Paula Romana, Marcela, Lea, Eustoquia e,
finalmente, Asélia.
Estas
primeiras sementes de árvores que daria frutos em abundância nos séculos
seguintes, devem ser venerados por nós com entusiasmo, pois foram modelos para
as gerações que, de auge em auge, chegaram à culminâncias sublimes.
Infelizmente, quando, no dizer de Paulo VI, “a fumaça de satanás penetrou no
seio da Igreja”, um feminismo malsão foi destruindo paulatinamente o que elas
construíram com tanto amor e dedicação...
A história
de Asélia, narrada em uma carta do Santo, é esta: filha de uma família
distinta, com apenas 10 anos decidiu dedicar-se inteiramente ao Senhor. Ela
vendeu suas jóias e suas roupas festivas, vestiu uma túnica escura despojada e
começou a viver em sua casa como uma sepultada viva.
"Trancada em um quarto pequeno -
São Jerônimo escreve - ela estava à
vontade como no céu. Uma única camada de terra era o lugar de sua oração e de
seu descanso; o jejum era para ela divertimento, a abstinência, uma refeição...
Observou bem a clausura para jamais colocar um pé fora dela, nem nunca falar
com um homem...".
Trabalhou
constantemente não para si, mas para os pobres, e, ao mesmo tempo, rezava ou
salmodiava. Também visitava os túmulos dos mártires, mas na obscuridade, para
nunca ser reconhecida. A vida difícil não enfraqueceu o seu corpo: pelo
contrário, aos 50 anos, de acordo com o testemunho de São Jerônimo "ainda
estava com boa saúde e ainda mais saudável de espírito".
"Nada poderia ser mais alegre do que a sua
gravidade - escreve o grande Doutor - nada
mais grave do que a sua alegria; nada
é mais grave do que seu riso; nada
mais atraente do que a sua tristeza. Sua palavra é silenciosa e seu silêncio
fala".
Quando o
grande erudito teve que sair de Roma, forçado pelas muitas hostilidades e
suspeitas malévolas, enviou uma carta diretamente para Asélia, em seu caminho
para a Palestina. Mas nesta carta, como era natural, não falava dela, nem
tentava sua modéstia com elogios. Abria para ela seu coração amargurado,
fazendo para ela, agora morta para o mundo, uma defesa apaixonada de sua
conduta, contra as calúnias e as críticas injustas.
A admiração
e o afeto pela cristã Asélia transpareciam, entretanto, na despedida, quando
São Jerônimo escrevia: "Lembre-se de
mim, ó ilustre modelo de modéstia e virgindade, e com suas orações aplacai as
vagas do mar".
Asélia, que
na época tinha mais de cinqüenta anos, viveu muito tempo ainda em sua clausura
e em sua penitência. Vinte anos depois ainda estava viva e bela, de uma beleza
espiritual. Assim pelo menos a viu um historiador da época, Paládio, que
escreveu: "Vi em Roma a bela Asélia,
esta virgem envelhecida no mosteiro. Era uma mulher dulcíssima, que dirigia
várias comunidades”.
(fonte: blog heroínas da cristandade)
Um comentário:
Deus escreve certo por linha tortas é assim que vejo a vida e a linguagem desta figura impar da Igreja que nos dar o exemplo do silencio, hoje em dia tão raro e ou quase nenhum.
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