A
medicina foi para eles uma das tramas com a qual o Espírito Santo
teceu a sua santidade, tornando-os cada vez mais semelhantes a
Deus-Amor à medida que se doavam às pessoas fragilizadas e feridas.
São Lucas, padroeiro dos médicos |
Sejam
homens ou mulheres, leigos ou ministros ordenados, muitos cristãos
viveram o exercício da profissão de médicos como um serviço ao
próximo que testemunha o amor e o cuidado de Deus. A medicina foi
para eles uma das tramas com a qual o Espírito Santo teceu a sua
santidade, tornando-os cada vez mais semelhantes a Deus-Amor à
medida em que se doavam às pessoas fragilizadas e feridas. Conheça
alguns deles, cuja santidade foi reconhecida pela Igreja:
São
José Moscati
José
(Giuseppe) Moscati nasceu em Benevento, na Itália, em 1880, mas
mudou-se com a família para Nápoles aos quatro anos de idade. Ele
se doutorou em medicina em 1903, com uma tese sobre a ureogênese
hepática. Ele atuou incansavelmente na pesquisa, no atendimento aos
doentes e em inspeções de saúde pública quando Nápoles sofreu
uma epidemia de cólera em 1911. Permaneceu célibe, fazendo de toda
a sua vida uma doação aos doentes e necessitados e à pesquisa
científica – foi responsável por pesquisas pioneiras sobre as
reações químicas do glicogênio. Não só não cobrava dos mais
pobres, como costumava colocar dinheiro dentro do envelope em que
lhes dava a receita. Em 1922, conquistou a livre-docência. Morreu em
1927, no meio de um dia de trabalho, depois de atender alguns
pacientes.
Beato
Lucas Dochier
Nascido
em 1914 no município francês de Bourg-de-Péage, Paul Dochier já
era médico quando decidiu entrar em um mosteiro trapista (Notre-Dame
d’Aiguebelle) em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, adotando o
nome de Lucas (Luc). Devido ao conflito, mesmo como monge ele
continuou a atender os doentes e feridos, sem nunca cobrar nada.
Transferido para o mosteiro de Tibhirine, na Argélia, em 1946 – em
1938 ele já tinha prestado serviço militar no Marrocos –,
permaneceu exercendo a medicina, atendendo a população,
majoritariamente muçulmana. Em março de 1996, ele foi sequestrado
junto com outros seis monges trapistas, durante a Guerra Civil
Argelina, depois que a comunidade decidiu permanecer na abadia mesmo
diante das ameaças. Ele ficou em cativeiro por cerca de dois meses e
ao fim desse período foi martirizado. Ele será beatificado neste
ano, junto com outros 18 mártires imolados na Argélia entre 1994 e
1996.
Santa
Gianna Beretta Molla
Nascida
em 1922, em Magenta, perto de Milão, Gianna formou-se médica aos 27
anos e em seguida especializou-se em pediatria. Ela desejava
tornar-se leiga missionária no Brasil, onde estava o seu irmão, o
frei Alberto Beretta, para cuidar dos necessitados. Na oração,
porém, discerniu sua vocação ao matrimônio. Casou-se aos 33 anos
com o engenheiro Pietro Molla, com quem teve quatro filhos. Membro da
Sociedade de São Vicente de Paulo e da Ação Católica, ela
considerava o exercício da sua profissão um verdadeiro dom recebido
de Deus, ao qual correspondia a sua missão. Todas as suas gestações
foram difíceis, mas a última teve uma complicação a mais: a
descoberta de um tumor no útero. Gianna recusou-se a abortar e
submeteu-se a uma delicada cirurgia, que teve sucesso. Sua filha
nasceu com saúde, mas a mãe acabou morrendo uma semana depois de
dar à luz, em 1962 – em uma oferta da própria vida que o Beato
Paulo VI chamou de “meditada imolação”.
Beato
Ladislau Batthyány-Strattmann
Ladislau
(László) nasceu na Hungria em 1870, mas a sua família – de
origem nobre – se mudou para a Áustria quando ele tinha apenas 6
anos. Teve uma infância conturbada: seu pai abandonou a família
durante a infância, se tornou protestante e casou com outra mulher.
Sua mãe morreu quando ele tinha 12 anos. Formou-se em medicina aos
30 anos, depois de tentar agricultura, química, filosofia e música.
Dois anos antes, havia se casado com a condessa Maria Teresa zu
Coredo und Starkenberg, com quem teve 13 filhos – além de uma
filha com outra mulher, antes de se casar. Aos 32, Ladislau abriu um
hospital na cidade de Kittsee – que ainda está em operação e
desde 2004 leva o seu nome. Em 1914, herdou um castelo em Körmend,
na Hungria, e se mudou para lá no ano seguinte, transformando uma
ala do castelo em uma clínica. Ficou conhecido por não cobrar nada
das pessoas necessitadas – acabou sendo chamado pelo povo de “o
médico dos pobres”. Ladislau morreu em 1931, em Viena, onde ficou
internado por 14 meses devido a um câncer na bexiga.
Beato
Jacques-Désiré Laval
Quando
jovem, Laval tinha dúvidas se entrava para o seminário ou estudava
medicina. Nascido em 1803, na cidade francesa de Croth, acabou se
doutorando em medicina aos 27 anos, com uma tese sobre a artrite
reumatoide. Exerceu a profissão por quatro anos, mas percebeu que
estava vivendo-a mal, buscando a própria glória, e redirecionou sua
caminhada após um acidente de cavalo que quase o matou. Entrou para
o seminário e foi ordenado aos 35 anos. Dois anos depois, decidiu
entrar na congregação dos espiritanos e foi enviado em missão para
as Ilhas Maurício. Ali, seu conhecimento em medicina o ajudou a
cuidar da população, que era formada majoritariamente por
ex-escravos. Laval ainda ajudou a comunidade local a se desenvolver
na agricultura e no saneamento. Ele compartilhava da pobreza do povo,
jejuando para repartir seu alimento e dormindo em uma caixa de
madeira. Morreu devido a um AVC em 1864 e se tornou conhecido como o
Apóstolo de Maurício.
Fonte: https://www.semprefamilia.com.br/acreditamosnoamor/5-santos-que-foram-medicos/
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