Primeiro Texto Biográfico (Pequena Biografia)
Até
os trinta e quatro anos, não tinha ainda encontrado seu caminho
definitivo, até que, em 1612, abandonou tudo e se tornou sacerdote.
Ingressou na Ordem dos Frades Menores dos Capuchinhos de Friburgo,
vestindo o hábito e tomando o nome de Fidélis. Escreveu muito, e
esses numerosos registros o fizeram um dos mestres da espiritualidade
franciscana.
Como
era intelectual atuante, acabou assumindo missões importantes em
favor da Igreja e, a mando pessoal do papa Gregório XV, foi enviado
à Suíça, a fim de combater a heresia calvinista. Acusado de
espionagem a serviço do imperador austríaco, os calvinistas
tramaram a sua morte, que ocorreu após uma missa em Grusch, na qual
pronunciara um fervoroso sermão pela disciplina e obediência dos
cristãos à Santa Sé. Em suas anotações, foi encontrado um
bilhete escrito dez dias antes de sua morte, dizendo que sabia que
seria assassinado, mas que morreria com alegria por amor a Nosso
Senhor Jesus Cristo. Quando foi ferido, por um golpe de espada, pelos
inimigos, pôs-se de joelhos, perdoou os seus assassinos e, rezando,
abençoou a todos antes de morrer, no dia 24 de abril de 1622. O papa
Bento XIV canonizou são Fidélis de Sigmaringen em 1724.
Segundo texto biográfico
São
Fidélis, capuchinho e mártir, nasceu no ano de 1577, em Sigmaringa,
pequena cidade da Alemanha, na Suábia. Seu pai chamava-se João Rey.
Fez os primeiros estudos na universidade de Friburgo, na Suíça.
Aplicou-se sobremaneira à jurisprudência e formou-se doutor em
direito. Levou uma vida mortificada, não bebendo vinho e trazendo
sempre o cilício. As virtudes que praticou, entre outras a modéstia
e a doçura, valeram-lhe a estima e a veneração de todos os que o
conheceram.
Em
1604, partiu com três jovens gentis-homens, que foram enviados a
viajar pelas diferentes partes da Europa. Fidélis procurou
principalmente inspirar-lhes os mais vivos sentimentos de religião.
Sem cessar, dava-lhes exemplo da piedade mais terna. Não deixava
passar nenhuma grande festa sem se aproximar da santa comunhão. Em
todas as cidades que se encontravam no caminho a ser por ele
percorrido, visitava as igrejas e os hospitais e ajudava os pobres,
segundo as possibilidades. Chegou até, algumas vezes, a se despojar
das próprias roupas, para vestir os indigentes. Após essas viagens,
obteve em Colmar, na Alsácia, um lugar na magistratura, cargo que
exerceu com muito êxito. A justiça e a religião eram a regra
invariável de todo o seu modo de agir.
Interessava-se
vivamente pelos indigentes, fato que lhe valeu o cognome de advogado
dos pobres. Algumas injustiças que não pode impedir lhe inspiraram
desgosto pelo cargo que ocupava. Temendo não ter forças para
resistir às ocasiões de pecados, resolveu abandonar o mundo e
retirar-se para o convento dos capuchinhos de Friburgo. Vestiu o
hábito no ano de 1612 e recebeu do superior o nome de Fidélis. Deu
os bens que possuía à biblioteca e ao seminário do bispo, a fim de
poder ajudar os jovens clérigos, que não eram suficientemente
favorecidos pela fortuna. Todos os outros bens foram distribuídos
entre os pobres.
Desde
o momento em que se fez religioso, não sentiu ardor senão pelas
humilhações e austeridades da penitência. Renunciou à própria
vontade, para fazer apenas o que os superiores lhe ordenassem. As
tentações que o assaltaram não conseguiram desencorajá-lo.
Venceu-as, confiando-se ao diretor espiritual, cujos conselhos seguia
com docilidade. As mortificações prescritas pela regra não eram
suficientes ao fervor que o dominava.
No
advento, na quaresma e nas vigílias das festas, comia apenas pão,
frutas secas e tomava água. Nada era capaz de interromper-lhe o
recolhimento da alma. Nas orações, pedia sobretudo a graça de não
cair nem no pecado nem na tibieza.
Não
havia ainda terminado o curso de teologia, e o encarregaram de pregar
a palavra de Deus, e de ouvir as confissões dos fiéis. Desempenhou
ambos os encargos com grande êxito. Superior do convento de
Weltkirch, operou prodígios de conversão nessa cidade e nos lugares
vizinhos, descerrando o véu que cobria os olhos aos calvinistas. A
notícia dos frutos que acompanhavam seus trabalhos apostólicos
chegou até Roma.
A
congregação da Propaganda, então, o nomeou para ir pregar aos
grisões. Foi o primeiro missionário a ser enviado a esse povo,
desde que abraçara o calvinismo.Associaram-lhe oito religiosos de
sua ordem, os quais deviam trabalhar sob sua direção. Não se
deixou bater nem pelas fadigas nem pelas ameaças que lhe fizeram de
lhe tirar a vida. Converteu dois gentis-homens calvinistas, nas
primeiras conferências. Em 1622, penetrou no cantão de Prétigout e
converteu muitos hereges, fato que se atribui menos à palavra que
pregou do que ao fervor e à continuidade das orações.
Tantas
conversões fizeram com que os calvinistas entrassem em estranho
furor, chegando a tomar armas contra o imperador. Resolveram acabar
com elas, desfazendo-se daquele que lhes era o principal causador. O
santo missionário, informado das decisões, preparou-se para o que
desse e viesse. No dia 24 de Abril de 1622, confessou-se a um dos
companheiros, rezou missa e pregou na aldeia de Gruch. O sermão
desse dia foi mais ardente do que os anteriores. Predisse sua morte a
várias pessoas e, desde então, passou a assinar as cartas da
seguinte forma: “Irmão Fidélis, que deve, em breve ser pasto dos
vermes”. De Gruch foi pregar em Sevis, onde exortou com veemência
os católicos a permanecerem firmemente presos à fé.
Um
calvinista procurou alvejá-lo na igreja. Inutilmente os fiéis lhe
rogaram que se retirasse. Respondeu que não temia a morte, que
estava pronto a sacrificar a vida pela causa de Deus. Enquanto o
santo retornava a Gruch, caiu nas mãos de uma tropa de soldados
calvinistas, que estavam sendo chefiados por um ministro. Trataram-no
de sedutor e quiseram forçá-lo a abraçar o calvinismo. “Que me
propondes? Disse Fidélis. Vim ao vosso meio para refutar erros e não
para adotá-los. A doutrina católica é a fé de todos os séculos e
não vejo por que renunciá-la. De resto, sabei que não temo em
absoluto a morte”.
Um
do grupo o atirou por terra. Levantando-se, pôs-se, de joelhos e fez
a seguinte oração: “Senhor, perdoai meus inimigos. Cegos pela
paixão, não sabem o que fazem. Senhor Jesus, tende piedade de mim!
Santa Maria, Mãe de Jesus, assisti-me!” Terminada essa oração,
recebeu a segunda pancada que o atirou ao chão banhado em sangue. O
furor dos soldados não se satisfez com isso. Furaram-lhe o corpo com
punhaladas e cortaram-lhe a perna esquerda. A bem-aventurada morte
aconteceu-lhe em 1622. Estava com quarenta e quatro anos de idade e
dez de profissão.
Os
católicos o enterraram no dia seguinte. Algum tempo depois, os
imperiais desfizeram os calvinistas, de acordo com uma profecia do
santo. O ministro que se colocara à frente dos soldados ficou tão
comovido com o fato, que se converteu e abjurou publicamente a
heresia.
O
corpo do santo missionário se encontra na igreja dos capuchinhos de
Weltkirch. A perna esquerda e a cabeça, que tinham sido separadas do
tronco, estão na catedral de Coire. A transladação delas se fez
com muita solenidade. Grande número de milagres foi operado por
intercessão do servidor de Deus.
Foi
beatificado por Bento XIII, em 1729, e canonizado por Bento XIV, em
1746. Seu nome foi inscrito no Martirológio Romano, para ser
celebrado no dia 24 de Abril.
Fonte: http://www.padrerodrigomaria.com.br/santo-do-dia-24-de-abril-sao-fidelis-de-sigmaringen/
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