São Vicente Pallotti, Presbítero e Fundador. |
Vicente Pallotti nasceu
em Roma no dia 21/04/1795. No dia seguinte foi batizado na Igreja de São
Lourenço, em Damasco, com o nome de Vicente Luiz Francisco.
Seu pai, Pedro Paulo, não
se casou jovem. Tinha trinta e três anos…A esposa de Pedro Paulo chamava-se
Maria Madalena Rossi…Provinha de uma família religiosa, sem pretensões, mas
rica em virtudes. Vicente nos traça o
perfil espiritual e humano da própria mãe:
“Uma
mulher de profunda abnegação; mulher piedosa; forte diante do sofrimento;
mulher de profunda fé que sabia ser grata a Deus dizendo que o próprio Deus a
visitara através da doença; mulher, esposa e mãe exemplar; mulher que soube
educar seus filhos na fé, no temor de Deus e educá-los através de seu próprio
testemunho. Tanto que nunca quis ter empregados, para que não tivessem modelos
negativos; mulher de muita oração, ocupava seus filhos nos estudos e na oração”.
“Deu-me Deus pais santos. Que conta lhe
deverei dar, se não aproveitar dos seus ensinamentos”!
Pedro Paulo realizou em pleno centro de Roma
um matrimônio feliz: 10 filhos. Cinco morreram na infância. Os que sobreviveram
eram homens. Nenhum se casou. Por isso a família Pallotti não teve
descendência.
“Quem se coloca com toda a alma no caminho do
amor de Deus, não pode falir”.
Era 1807. Vicente tinha apenas 12 anos. No seu
tempo livre corria à casa do Padre Bernardino para conversar, pedir conselhos e
ajudá-lo no que precisasse. Entre os dois estabeleceu-se uma profunda e longa
amizade que foi amadurecendo. Amigo não se cansa. Amigo descansa, anima, é
força no caminho da vida. Fazzini era um sacerdote sábio, soube comunicar ao
pequeno Vicente os valores fundamentais da vida cristã. Nos longos diálogos com
o cego Fazzini, aprendeu a enxergar mais com o coração que com os olhos. Fazzini e Vicente foram amigos por 30 anos. E
o sacerdote morreu em 1838 aos 80 anos de idade.
Sacerdócio
Foram os encontros com o amigo, padre Fazzini,
que levaram Vicente a tomar a decisão de ser sacerdote, realizando assim um
desejo que sentia desde pequeno, quando disse a sua mãe: “Um dia você me verá celebrar a Missa no altar de São Felipe Néri”.
Casa de Oração
Aos 15 anos, foi impedido de entrar no
seminário por causa das perseguições religiosas. Então, transforma a casa num
pequeno seminário, onde padre Fazzini o acompanha nos estudos e oração e já
pensa no seu apostolado de amanhã.
“Minha
intenção é, agora e sempre, rezar com muito fervor a Deus uno e trino, a nosso
Senhor. O Esposo diletíssimo de minha alma, a minha mais enamoradíssima Mãe,
aos anjos e santos e a todos os justos, para que Deus dê ao meu diretor
espiritual abundantíssimas luzes por um caminho (direi assim) infinitamente
santo, seguro, perfeito e oculto aos olhos dos homens”.
Vocação
sacerdotal
Vicente Pallotti, na sua amizade com
Bernardino Fazzini, foi descobrindo que Deus o chamava para o sacerdócio. Uma
descoberta que lhe fez experimentar o amor de Deus. Toda manhã saía de casa
para ir até o seminário para participar das aulas e retornava à família onde se
dedicava ao estudo, ao trabalho e à oração.
Pobreza
No tempo livre do estudo, encontramos o jovem
Vicente no meio das crianças do seu bairro, atento aos pobres e doentes, pelos
quais quer ser: “Quisera ser alimento
para os famintos, veste para os nus, bebida para os sedentos, licor para o
estômago débeis, plumas macias para repouso de membros quebrados e cansados,
medicamento e saúde para os doentes e sofredores, para os coxos, para os
mutilados, para os surdos, para os mudos; luz para os cegos de corpo e de
espírito; vida para ressurreição das criaturas todas que morreram para Deus e
para os homens, a fim de que o retorno à vida as leve a realizar, até o dia do
juízo, grandes coisas para a honra do meu Deus, do meu Criador, do meu bem, do
meu tudo”.
Sensibilidade pela dor alheia
Quando vejo ou ouço falar em pessoas aflitas,
angustiadas, atribuladas, cansadas, carregadas de pesos e fadigas: lavradores,
carroceiros, pedreiros, pobres, pelas noites em que não dormem, porque eles mesmos
estão doentes ou inquietos; o desprezo e o sofrimento dos pobrezinhos de Jesus
Cristo; quando reflito sobre todas as outras misérias que não enumerei e nem
sequer compreendo. Se eu mesmo ou outra pessoa pudesse penetrar em todos os
ângulos da terra e enxergar de uma só vez as misérias que atribulam a pobre
humanidade, acredito que o coração humano não suportaria semelhante visão, mas
todos morreríamos de dor”.
Renuncia às honras
Padre Vicente era um ótimo aluno de Teologia,
aplicado, inteligente, fiel, à doutrina da Igreja. Professor, amado pela sua
compreensão e temido pela sua exigência. Despojou-se de toda autoridade e
fez-se um aluno no meio dos outros, cativando a simpatia de todos. Não tardou
em compreender que não era a sua vocação ser professor, embora tivesse
capacidade. Sentia que o Senhor o queria no meio do povo.
Evangelizava os carreteiros (“caminhoneiros”
da época)
Havia em Roma um grande albergue chamado Santa
Galla, ponto de encontro de todos os migrantes e pobres que ali encontravam
refúgio, pousada e um prato de comida. Naquele tempo não havia caminhões, todo
o transporte era feito através de charretes. Os carreteiros reuniam-se perto do
albergue para descansar, beber e depois retomar caminho. Uma vida dura e
difícil, mal pagos e longe da própria família, corriam riscos da solidão e
abandono. Padre Vicente era acompanhante espiritual destes excluídos da
sociedade, para todos tinha uma palavra de ânimo e de coragem. Exercia a pastoral
dos migrantes do tempo. Padre Vicente sabia fazer-se amar e pelo caminho do
coração podia anunciar o Evangelho. Quando chegava ao acampamento, os
carreteiros sentiam-se felizes porque viam nele um amigo sincero.
Amor
“A fim
de acender o fogo do amor em todos os corações, a divina providência deixou os
homens estes meios: orações, obras de serviço Evangélico e todas as demais
obras que conduzem a este fim, bem como os meios temporais para isto
necessários e adequados”.
“Procura a Deus e irás encontrá-lo Procura-o
sempre, irás encontrá-lo em tudo”.
Entrega total da vida
Uma das características da vida de Padre
Vicente era não saber dizer não, e era sua alegria ir ao encontro de todos.
Ajudar, doar seu tempo e amor com plena e total generosidade. Não pensava que o
dia tinha 24 horas, assumia compromisso para 48 horas diárias. Estando em
apuros recorria aos amigos sacerdotes ou leigos para que o ajudassem. “Padre
Vicente era tão santo que não precisava dormir” – diziam os amigos – que o viam
sempre trabalhando, estava disponível de dia e de noite para os irmãos. Durante
a noite a luz do quarto ficava acesa, era Padre Vicente que depois das fadigas
diárias, dedicava-se ao estudo.
Dons extraordinários
Tinha o dom de prever
acontecimentos futuros: previu a eleição do Cardeal Capellari como Papa, com o
nome de Pio IX;
Também tinha o dom de
ler as consciências e os corações. Quando as pessoas aflitas vinham até ele
para pedir-lhe conselhos ou uma luz para suas vidas, antes que elas
apresentassem suas dificuldades, ele ia dizendo tudo o que se passava, dando
conselhos acertados e apropriados a cada caso.
Não
tinha vergonha de pedir dinheiro
Padre Vicente queria ajudar os missionários, e
desde o início do seu sacerdócio, foi procurando terços, medalhas, crucifixos
para doá-los aos missionários que voltavam para a própria missão. Não se
envergonhava de pedir, sabia que não era para ele e que tudo isso seria um meio
para tornar-se missionário com os missionários.
Pia
Sociedade do Apostolado Católico
No dia 11 de julho de 1835, um dia calorento
do verão italiano, o Papa assinou o documento de aprovação da Pia Sociedade do
Apostolado Católico.
Amor aos doentes
“Vicente atuava com eles, como mãe solícita
por seus filhos queridos. Administrava-lhes remédios, dava-lhes de beber,
erguia-os na cama, quando era necessário, animava-os a suportar tudo com
paciência, consolava-os de maneira mais afetuosa”.
Instituto
feminino
Tem início o Instituto Feminino, no dia 25 de
maio de 1838, primeiro dia da Novena de Pentecostes.(p.61).
Visita
ao Papa Pio IX
Um dia, foi visitar o Papa Pio IX, já seu
velho amigo. O Papa, olhando com carinho para Padre Vicente, lhe perguntou:
-Está contente, Padre
Vicente?
E, notando que não
estava plenamente feliz, diz a todos:
-Vocês veem. Eu sabia
que o Padre Vicente não estaria de modo algum satisfeito. Estar satisfeito é
parar no caminho.
Contra
a preguiça
“Não
sejamos preguiçosos nem dorminhocos, nem entregues ás seduções do mundo”.
Morte
O médico diagnosticou uma pleuresia, doença
grave, porque tinha os pulmões bem debilitados. O Padre Vaccari, o sucessor na
direção do Apostolado Católico, disse-lhe apreensivo:
- Padre Vicente, se o senhor pedir a Deus que
prolongue a sua vida, Ele o escutará. Vicente, olhando-o com muita bondade
respondeu-lhe:
-Deixa-me
ir para onde Deus me chama.
Era o dia 22 de janeiro
de 1850, às 21h45. Padre Vicente partia feliz e rico em merecimentos para a
Casa do Pai.]
São
Vicente Pallotti e a Devoção Mariana
Grande devoto de Maria Santíssima. |
“A devoção a Nossa Senhora consiste antes de tudo em imitar seu filho e dele aprender a imitá-lo. Promoverei com todos os meios a devoção a Maria, minha mais que enamoradíssima Mãe”.
“Quando
escrevo ou falo de Nossa Senhora, particularmente na minha pregação, quero dar
à Santíssima virgem os títulos mais augustos. Sou indigno de amá-La, mas, pela
misericórdia de Deus e os méritos de Jesus Cristo, desejo obter a graça de
amá-La e desejo amá-La com o mesmo amor que Deus a ama”.
“Cantarei
eternamente as misericórdias do Senhor. Cantarei eternamente as misericórdias
de Maria. Meu Deus e meu Tudo”!
“Maria não é saudada com o título de rainha
dos sacerdotes, dos bispos, do Papa, mas com o título de Rainha dos Apóstolos,
porque está acima dos apóstolos. Ainda que não possua a jurisdição
eclesiástica, concorreu mais que estes na propagação da fé e na dilatação do
reino de Jesus Cristo: por isso, cada um no seu estado segundo as suas condições
com confiança na graça pode cooperar na propagação da fé e merece o título de
apóstolo. Tudo o que fizer para tal fim será apostolado”.
“Nossa padroeira, Maria, poderia vos falar,
mais ou menos, o seguinte: ‘Recordai-vos de que o meu Divino Filho vos
recompensará no seu reino de glória, por cada pensamento, cada palavra, cada
ação e cada pequena coisa com que tiverdes contribuído para a difusão da Santa
Fé. Sim, Ele irá até vos coroar por toda a eternidade com a coroa gloriosa de
seu apostolado, se, para este fim, fizerdes tudo quanto vos for possível.
Decidi-vos a fazer o máximo possível para aumentar os meios adequados para a
difusão da Santa Fé, sobretudo, por meio de jejuns e da oração humilde,
confiante e perseverante. Estejai atentos para não esmorecer na decisão. Meus
filhos, se Deus vos fez poderosos sobre esta terra, utilizai, então, este poder
para a difusão, a conservação e o reavivamento da Santa Fé. Sois instruídos?
Contribuí, então, o mais possível com o vosso conhecimento, a fim de que o Pai,
o Filho e o Espírito Santo, os mistérios da redenção e a lei do Evangelho se
tornem conhecidos. Sois ricos em bens terrenos? Utilizai-os, então, tanto
quanto puderes, para aumentar os meios para a difusão da fé. Aproveitai sem
cessar, com todas as forças, até a vossa morte, tudo quanto vos recomendei e
vossa recompensa será grande no reino da glória. Sim, Deus mesmo será vossa
recompensa por toda eternidade’”.
Em honra da Mãe de Deus
escreve três livrinhos, chamados “Mês de Maio”, dedicados aos sacerdotes, aos
religiosos e aos leigos.
“A vida de Jesus Cristo seja a minha vida”. |
No dia 22 de janeiro de
1950, Vicente Pallotti é beatificado pelo Papa Pio XII.
No dia 20 de janeiro de
1963, Vicente Pallotti é canonizado pelo Papa João XXIII, na Basílica de São
Pedro, em Roma.
Fonte: São Vicente
Pallotti – A Caridade de Cristo nos impulsiona – Frei Patrício Sciadini, Ocd –
Edições Loyola. Coleção "Os Fundadores", 1995.
Outras Imagens de São Vicente Pallotti:
Um comentário:
Que dimensão de santo e tão pouco conhecido no Brasil que conhece tanto picareta. Oh Senhor tende piedade desse povo.
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