
Professou
em Bergerac e estudou dois anos, passando depois a Agen e Bordeus. Ensinou
lógica e filosofia em Albi. Também deu aulas em Paris. Voltou a Aquitânia em
1345, quando foi eleito procurador geral da Ordem; depois de acabar os estudos
de teologia em Paris, onde obteve o grau de mestre em 1348, foi à corte do Papa
Clemente VI, em Avinhão, e fez a oração fúnebre em seu funeral.
Atividade Diplomática como
Conciliador de Conflitos e Representante do Santo Padre
Conhecido
por sua habilidade diplomática e sua oratória, ajudou aos Papas seguintes como
seu representante, intentando resolver conflitos entre reis cristãos, a unificação
das Igrejas Católica e Ortodoxas e a união para combaterem contra os
muçulmanos.
Foi
delegado papal em negociações com Gênova (1352, para conseguir a paz com
Veneza), Milão e Veneza. Em 1354 foi nomeado bispo de Patti e Lipari e
representou o papa na coroação de Carlos IV de Luxemburgo. Em Serbia, em 1356,
intentou acalmar o conflito entre Veneza e Hungria.
Entre
1357 e 1359 foi enviado a Constantinopla, onde recebeu o apoio de nobres e do
próprio João V Paleólogo para a unificação das Igrejas Católica e Ortodoxa. Foi
a Chipre e empreendeu uma peregrinação à Terra Santa, voltando depois à Sicília
e Chipre. Em 1359 foi enviado com as tropas como Delegado Universal à Igreja do
Oriente e bispo de Corinto, com a mesma missão de combater aos turcos, aliado
com Veneza, Chipre e os cavaleiros da Ordem de Malta. Em Chipre, coroou Pedro I
de Chipre como rei de Jerusalém.
Concebe
a ideia de uma nova cruzada e marcha para pedir ajuda ao Ocidente, aproveitando
para por paz em um conflito entre Milão e Roma. Em 1363 foi nomeado arcebispo
de Creta e, em maio de 1364, Patriarca Latino de Constantinopla (era um título
simbólico, sem jurisdição real) e legado papal de Urbano V, sucedendo ao
cardeal Talleyrand. Nesse mesmo ano foi cofundador da Faculdade de Teologia da
Universidade de Bolonha. Preocupou-se em consolidar a paz entre os reis
cristãos e de trabalhar pela união das Igrejas, convertendo-se em um precursor
do ecumenismo. Entre suas missões diplomáticas, levou uma vida austera e
modelar, preocupado pela evangelização dos povos e a caridade para com os mais
necessitados.
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Apesar
dos altos cargos que exerceu, nas suas viagens Frei Pedro Tomás procurava
sempre, como residência, os conventos dos seus irmãos carmelitas, vivendo ali
como irmão e com os irmãos de Nossa Senhora do Carmo a vida normal da
comunidade, segundo a Regra.
Com
Pedro I de Chipre, participou na cruzada contra Alexandria em outubro de 1365,
que foi tomada, porém, imediatamente abandonada, por medo de um contra-ataque
turco. A tradição diz que em um dos ataques das tropas cristãs o bispo foi
ferido com uma flecha e morreu em Chipre três meses depois, em 06 de janeiro de
1366. Por isso era tido como “mártir”.
Na realidade,
voltou a Famagusta são e salvo, porém, enquanto preparava uma viagem até Roma,
enfermo “de um catarro” e muito magro (“reduzido a pele e ossos”, conforme
relatos da época), morreu em um convento carmelita de sua cidade no dia 6 de
Janeiro de 1366. Apesar de ser bispo
pediu que o levassem para sua última morada vestido com o hábito da Ordem.
Devoção a Nossa Senhora
Era
muito devoto de Nossa Senhora. Amou tanto Nossa Senhora que parece trazia no
coração o seu nome. Foi um dos mais ardorosos defensores da Imaculada Conceição
de Maria Santíssima. A ele se atribui o tratado “De Immaculata Conceptionis” em quatro volumes de sermões. É dele a
profecia inspirada pela Virgem Maria de que a Ordem do Carmo durará até ao fim
dos tempos.
Veneração
Rapidamente começaram os relatos de milagres em seu
túmulo, no convento carmelita de Famagusta. Fala-se também de uma claridade que
envolvia seu cadáver exposto ao público em seu funeral.
Em
maio de 1366, quatro meses após sua morte, descobriu-se que seu corpo ainda
estava incorrupto e Pedro de Chipre pediu sua canonização a Urbano V. O Papa
proibiu o translado do corpo do santo bispo durante dez anos, ainda que este
houvesse pedido que seu corpo fosse transladado para Bergerac. Pouco depois,
Philippe de Mézières escreveu sua vida, base de sua posterior hagiografia.
Os seus esforços
pela promoção e consolidação da unidade da Igreja Oriental fazem deste santo do
séc. XIV um precursor do ecumenismo e um verdadeiro “apóstolo da unidade da
Igreja”.
A conquista
turca de Chipre em 1571 e o terremoto de 1753 acabaram com o rastro do santo em
Chipre. Em 1609, a Santa Sé autorizou a festividade de Pedro Tomás entre os
carmelitas, que foi confirmado por Urbano VIII em 1628; formalmente não foi
canonizado. Em Lebreil, se levantou uma capela sobre a casa que se crê que
nasceu, porém, foi derrubada durante a Revolução Francesa. Foi restaurada em
1895 como santuário em sua memória.
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