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sexta-feira, 6 de junho de 2014

SANTA CLOTILDE, ESPOSA E RAINHA


Santa Clotilde, Rainha. Cena mostrando o batismo
do Rei Clóvis, juntamente com toda a corte dos
francos. 
Nota biográfica:
Clotilde nasceu em Lion, França, no ano 475, filha do rei ariano Childerico de Borgonha. Mais tarde, o rei, junto com a esposa e três dos seus cinco filhos, foi assassinado pelo próprio irmão, que lhe tomou o trono. Duas princesas foram poupadas, uma era Clotilde.

A menina foi entregue a uma tia, que a educou na religião católica. Cresceu muito bonita, delicada, gentil, dotada de grande inteligência e sabedoria. Clóvis, rei dos francos, encantou-se por ela. Foi aconselhado pelos bispos católicos do seu reino a pedir a mão de Clotilde. Ela aceitou e tornou-se a rainha dos francos.

Ao lado do marido, pagão, irrascível, ambicioso e guerreiro, Clotilde representava a gentileza, a bondade e a piedade cristã. Imbuída da vontade de fazer o rei tornar-se cristão, para que ele fosse mais justo com seus súditos oprimidos e parasse com as conquistas sangrentas, ela iniciou sua obra de paciência, de persuasão e de bom exemplo católico.

Clóvis, de fato, amava muito a esposa. Com ela teve três herdeiros, que, infelizmente, herdaram o seu espírito belicoso. Não se importava que Clotilde rezasse para seu Deus, em vez de ir ao templo pagão levar oferendas aos deuses pagãos, quando partia e voltava vitorioso dos combates. Por outro lado, apreciava os conselhos do bispo de Reims, Remígio, agora santo, que se tornara confessor e amigo pessoal da rainha. Com certeza, a graça já atuava no coração do rei.

Foi durante a batalha contra os alemães, em 496, que ele foi tocado pela fé. O seu exercito estava quase aniquilado quando se lembrou do "Deus de Clotilde". Ele se ajoelhou e rezou para Jesus Cristo, prometendo converter-se, bem como todo o seu exército e reino, se conseguisse a vitória. E isso aconteceu.

Clóvis (ou Clodovico), ao vencer os alemães, unificou o reino dos francos, formando o da França, do qual foi consagrado o único rei. Pediu o batismo ao bispo Remígio, assistido por todos os súditos. Em seguida, todos os soldados do exército foram batizados, seguidos por toda a corte e súditos. Ele tornou a França um Estado católico, o primeiro do Ocidente, em meio a tantos reinos pagãos ou arianos.

Clotilde e Clóvis construíram a igreja dos Apóstolos, hoje chamada de igreja de Santa Genoveva, em Paris. Mas logo depois Clodoveu morreu. Pela lei dos francos, quando o rei morria o reino era dividido entre os filhos homens, que eram três.

Foi então que começou o longo período de sofrimento da rainha Clotilde, assistido por todos os seus súditos que a amavam e a chamavam de "rainha santa". Os filhos envolveram-se em lutas sangrentas disputando o reino entre si, gerando muitas mortes na família. Então, Clotilde retirou-se para a cidade de Tours, perto do sepulcro de são Martinho, para rezar, construir igrejas, mosteiros e hospitais para os pobres e abandonados.



Depois de trinta e quatro anos, a rainha faleceu, no dia 3 de junho de 545, na presença de seus filhos. Imediatamente, a fama de sua santidade propagou-se. O culto a santa Clotilde foi autorizado pela Igreja. A sua memória tornou-se uma bênção para o povo francês e para todo o mundo católico, sendo venerada no dia de sua morte.

Comentário do autor do blog: 

Santa Clotilde, rainha dos francos, foi esposa do famoso rei Clóvis, que se converteu ao catolicismo, ele e toda corte e exército, graças à pregação da santa rainha. 
Foi uma das grandes mulheres na história da Igreja e, graças a ela, a nação francesa (oriunda dos francos), tornou-se a "primeira filha da Igreja". 
Numa época na qual até muitos sacerdotes e bispos tornaram-se hereges arianos (adeptos do Arianismo, que negava a divindade de Cristo), Clotilde manteve-se sempre católica, muito fervorosa e praticante da religião. Sua bondade era conhecida por todos os seus súditos. Empregou o "status" de rainha não para ser "servida", mas, para servir aos que dela necessitavam: os pobres e humildes que tanto ajudava. 
Soube aliar um espírito enérgico a uma grande bondade, o que causava admiração em todos os que dela se acercavam. Seu marido, Clóvis, a amava, respeitava e tinha em grande consideração, o que colaborou e muito para sua conversão do paganismo ao catolicismo. 
Durante sua vida e, após sua morte, ocorrida em odor de santidade, já era tida por "santa". Mereceu, com toda certeza, ser elevada pela Igreja à honra dos altares. 
Santa Clotilde vem nos lembrar que para sermos santos não precisamos ser "pobrezinhos" (diferente da pobreza evangélica). Uma pessoa rica, se ela for desapegada de seus bens (e é aí onde se encontra a grande dificuldade, ao ponto do Mestre dizer: "é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus"), se ela empregar a riqueza que tem pelo bem do próximo, se conservar o caráter, a moral e bons costumes íntegros, certamente poderá chegar à santidade. 


A Igreja mesma canonizou muitos reis católicos: São Luís IX, Santo Eduardo, Santo Estevão da Hungria, São Canuto, São Gumaro, São Bóris Miguel, São Judoc, Santo Henrique II, Santo Osvaldo de Northumbria, Santo Alfredo, Santo Edwin, etc, bem como muitos príncipes e princesas. O que eles tinham em comum? Mesmo sendo reis e imperadores, eram cristãos católicos fervorosos, praticantes, tementes a Deus, respeitadores da autoridade e hierarquia eclesiástica, justos, bondosos, misericordiosos, generosos e caridosos. 

Deus não condena a riqueza em si, mas, quando ela é "endeusada", quando é posta "acima" de Deus, do que é direito, do que é justo e do bem comum do próximo. 
Que Santa Clotilde, lá do Céu, interceda por nós, especialmente pela Santa Igreja Católica, à qual tando amava. Amém! 
Santa Clotilde, rogai por nós! 

Um comentário:

Unknown disse...

Essa história nos prova que todos nós, homens e mulheres, somos capazes da santidade. Basta acolher com humildade e fé o que Deus nos revelou e ainda revela, através dos santos e santas, da Igreja que é nossa mãe. Que Deus nos propicie incontáveis vocações à santidade.

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