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sábado, 28 de junho de 2014

Santa Bartolomea Capitanio e Santa Vicência Gerosa, Virgens e Fundadoras (Instituto da Irmãs da Caridade de Maria Menina)

Santa Bartolomea Capitanio, Virgem e Fundadora 

     Bartolomea Capitanio nasceu em Lovere, Bérgamo, na região da Lombardia no norte da Itália, no dia 13 de janeiro de 1807, filha de Modesto e de Catarina Canossi.
     Desde menina, Santa Bartolomea se mostrou precoce e esperta, e com grande interesse por ensinar. Com todo seu afã por aprender, aos 11 anos ingressou no Mosteiro das Clarissas de Lovere, e em 1822 obteve o diploma de educadora. Naquele educandário, graças à direção de uma superiora culta e piedosa, Irmã Francisca Parpani, Bartolomea fez grandes progressos nos estudos e na via da perfeição. Dois anos depois voltou para casa, onde abriu uma pequena escola para meninas pobres.
     Rica de dons e naturalmente expansiva, Bartolomea não tardou a voltar sua atenção para outro campo de apostolado: a juventude feminina, na qual as ideias péssimas da Revolução Francesa tinham deixado sinais de ruína e falta de orientação moral.
     Devido sua atividade pedagógica manteve contato com outra pessoa também original de Lovere, e que como ela atingiria a santidade. De fato, Santa Bartolomea Capitanio entrou em contato com Santa Vicência Gerosa (1784-1847) (28 de junho), a qual seria sua amiga, companheira e com quem executaria seus planos. Em 1829, Santa Bartolomea começou a trabalhar como diretora no hospital para pobres que tinha sido fundado pelas irmãs Gerosa na mesma cidade de Lovere.
     Durante os exercícios espirituais feitos em Sellere, em 1829, Bartolomea escreveu a Regra de uma nova Instituição, para a qual havia conquistado a adesão de Vicência Gerosa. Quando estas duas amigas se conhecem mais intimamente e trocam ideias, ambas contemplam a grandiosa possibilidade de trabalharem juntas pela juventude, principalmente pelas jovens.
     Assim, fundam a Congregação das Irmãs de Maria Menina, em 1832, instalando-se em um antigo edifício abandonado que tinha o nome de Casa Gaya, e que as pessoas começaram a chamar "o Conventinho".
     Após terem feito os votos solenes de pobreza, obediência e caridade, ofereceram a si mesmas ao serviço dos pobres. Na nova casa se concentraram as obras já iniciadas por Bartolomea: a escola gratuita para as filhas do povo, o orfanato com dez alunas, as reuniões festivas, as pias uniões e a assistência a quantos buscassem ajuda moral e material.
     Em 22 de junho de 1833, Bartolomea e Vicência apresentam o Capítulo Jurídico em catorze artigos, declarando unir-se em sociedade legal, que foi reconhecida pelo governo austríaco (a região então fora anexada a Áustria).
     A obra de ambas foi crescendo com uma rapidez assombrosa, acolhendo cada vez mais discípulas. Entretanto, Bartolomea somente pode dedicar-se à sua fundação por pouco tempo: no dia 26 de julho de 1833, a morte interrompia sua existência breve de anos, mas rica de obras.
     Santa Bartolomea Capitanio destacou-se na perfeição do serviço ao próximo. Foi canonizada junto com Santa Vicência Gerosa em 1950 pelo Papa Pio XII.
     Com a morte de Bartolomea o Instituto parecia que iria naufragar, mas foi se desenvolvendo lentamente, e sem interrupção. Em 21 de novembro de 1835 teve lugar a vestição solene das primeiras Irmãs e a eleição de Vicência Gerosa como superiora. Em 21 de maio de 1837 fundou-se o orfanato de Santa Clara em Bérgamo; em 29 de junho de 1840 o Instituto recebeu a aprovação da Santa Sé e em fevereiro de 1841 a aprovação definitiva da Corte de Viena. Em 12 de março de 1842 foi criada a primeira fundação em Milão; em 07 de fevereiro de 1860 as quatro primeiras Irmãs missionárias partiram para a Índia (Bengala), chamadas por Mons. Marinoni. As Irmãs de Maria Menina são hoje cerca de dez mil, compreendendo setecentas casas.




Martirológio Romano: Em Lovere, da Lombardía, Santa Bartolomea Capitanio, virgem, fundadora junto com Santa Vicência Gerosa do Instituto das Irmãs da Caridade de Maria Menina. Morreu aos vinte e sete anos, atacada pela tuberculose, ou, melhor, consumida por sua caridade (1833).


Santa Vicência Gerosa, Virgem e Co-Fundadora 


        Ela jamais havia pensado em tornar-se uma ‘fundadora’. O seu horizonte era Lovere, cidade do norte da Itália sujeita à República de Veneza. A empresa comercial que geriam garantia aos Gerosa uma vida abastada.
     Santa Vicência nasceu em 29 de outubro de 1784 e foi batizada com o nome de Catarina; começou a estudar nas Beneditinas de Gandino, em Val Seriana, mas a saúde frágil a impediu de continuar e teve que voltar para Lovere.
     A sua vida é constelada de projetos que as circunstâncias revolvem continuamente.
     Reservada e tímida, durante um período viveu contente atrás do balcão do pequeno comércio da família. Mas, sob o ciclone napoleônico os negócios entram em crise, enquanto Lovere passava do domínio veneziano ao francês na República Cisalpina.
     A crise econômica levou à morte seu pai, depois sua irmã Francisca e por último, em 1814, também sua mãe. Apesar da tragédia pessoal, com ânimo e fé inabalável ela aceitou tudo com resignação. Confiante em Deus sofreu no silêncio do seu coração, encontrando forças na oração e na penitência.
     Quando Napoleão caiu, Lovere passou para o domínio do Império dos Habsburg. Naquele período, Catarina se dedicou ao ensino gratuito para jovens pobres, a atividade de assistência e de formação religiosa, encorajada por dois párocos sucessivos. Este empenho local lhe bastava, porque se revelava muito rico de estímulos e de desafios. E eis que surge outro projeto que mudou o curso de sua existência.
     Em 1824, iniciou uma amizade com Bartolomea Capitanio, jovem professora de 17 anos, nascida também em Lovere. Desde menina Bartolomea pensava em dedicar-se a praticar a caridade junto aos pobres e aos doentes. Por isso se diplomou professora no colégio das Clarissas de sua cidade natal.
     O encontro levou Catarina para uma nova aventura: criar um hospital. O que as duas conseguiriam alguns anos depois. Com os bens herdados da família Gerosa, Catarina teria possibilidade de fazê-lo, mas era necessário terem pessoal preparado para a assistência hospitalar.
     Bartolomea tem um projeto bem claro: fundar um instituto religioso com os objetivos de dar assistência aos doentes, dar instrução gratuita às jovens, criar um orfanato, dar assistência à juventude. E convence a amiga. De maneira que no outono de 1837 o instituto nasceu e foi chamado de Instituto das Irmãs de Maria Menina, com sede em Lovere, e com as regras escritas por Bartolomea. Para evitar objeções de caráter político, o instituto foi fundado autônomo. E assim independente ele permaneceu, cresceu e se difundiu nos anos subsequentes.
     Último e tremendo impacto: Bartolomea Capitanio morre no dia 26 de julho de 1833, com apenas 26 anos. Caterina Gerosa fica sozinha, tem pouca instrução, se sente quase velha, desejaria deixar tudo... Mas, ao contrário, permanece, não renuncia.
     Decidida, Catarina acolheu as primeiras jovens e por sete anos a pequena comunidade seguiu a regra das Irmãs de Santa Maria Antida Thouret, até que em 1840 chegava o reconhecimento pontifício, e as Irmãs de Maria Menina tomam vida canonicamente com as regras escritas por Bartolomea Capitanio e com a direção de Caterina Gerosa, que emite os votos assumindo o nome de Irmã Vicência.
     Já em 1842, embora fossem ainda poucas, chamam-nas a Milão. O Arcebispo Cardeal Gaysruk (da alta aristocracia austríaca) desejava fazer uma instituição diocesana. Mas Irmã Vicência resiste: elas nasceram em Lovere e Lovere deve ser a sua casa, com as suas regras.
     Quando Santa Vicência morreu, depois de uma longa doença, em 28 de junho de 1847, as Irmãs eram somente 171. No início do terceiro milênio são cerca de 5.200 religiosas.
     Santa Vicência foi sepultada ao lado da cofundadora no santuário da Casa-mãe em Lovere. Atualmente o Instituto das Irmãs da Caridade das Santas Bartolomea Capitanio e Vicência Gerosa, ou Irmãs de Maria Menina, atua em toda a Europa, África, Ásia e nas Américas.
     Santa Vicência Gerosa é celebrada no dia de sua morte e foi canonizada por Pio XII no Ano Santo de 1950, junto com Santa Bartolomea Capitanio.





Santas Bartolomea Capitanio e Vicência Gerosa, Virgem e Fundadoras
(painel da canonização das santas)

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