Santa Maria Crucifixa di Rosa |
Maria Crucifixa di Rosa (1813-1855), que na vida secular chamava-se Paula, é uma daquelas
criaturas raras que, intercedendo em favor dos outros, sentem nascer-lhe asas.
Nascida no ano de 1813, em Bréscia, no seio de uma família rica, entende, através da doença que levou à morte sua jovem mãe, que a vida não é um gozo para os ricos e um calvário para os pobres, mas, para todos uma provação da qual é necessário prestar contas. Será dessa pequena semente que nasce a frondosa árvore da caridade hospitaleira? Milhares de doentes nos hospitais, de crianças nas escolas, de moças arrancadas às calçadas, de jovens educados e de anciãos amados e bem cuidados reservam gratidão às Servas da Caridade que seguiram o exemplo amoroso da fundadora.
Paula é filha de um industrial bresciano que
conseguiu realizar vultosos negócios lucrativos, porém não adora o "deus" dinheiro. Órfã de mãe aos 11 anos, Paula é colocada no colégio das
Visitandinas. Com 19 anos, Paula assume a direção da fiação de Acquafredda
tornando-se amiga daquelas moças operárias, que de segunda a sábado vivem longe
da família.
O pai começa a
se dar conta que a personalidade potencialmente forte da filha não aceitará
nunca mais ficar isolada entre as paredes de uma casa familiar.
Painel da Beatificação |
A epidemia de
cólera, que assola Bréscia em 1836, transforma Paula em enfermeira que assiste
as mulheres atingidas pela doença. O amor não abandona nunca seu lugar de
guarda. A filha do industrial descobre que nenhuma empresa tem cotações mais
altas do que a bondade desinteressada. Funda em Bréscia duas escolas de
surdo-mudos. Contemporaneamente assiste as mulheres internadas em “casa
d’Indústria” e se dedica às meninas em risco de desencaminhamento. Finalmente
se concretiza a Pia União, que desembocará na vasta Congregação das Servas da
Caridade. Mas, onde encontra tempo para tamanha rajada de iniciativas, essa
frágil mulher que descerá no túmulo com somente 42 anos? Levanta-se duas horas
antes do amanhecer e mergulha na oração mental. Vai à Missa na Catedral
acompanhada da doméstica e passa outras duas horas em diálogo com Deus.
Numa bela manhã
se entrevê já luminoso o dia.
As primeiras
Servas da Caridade são enfermeiras que seguem Paula na doação de um sorriso e
de uma prolongada assistência aos doentes.
A associação
benéfica, que no começo é uma semente invisível, passa por seu primeiro teste
geral na primeira guerra de independência (1848) e nas “dez jornadas”, nas
quais Bréscia, combatendo contra os austríacos, se vê proclamada a “leoa da Itália”.
O amor é sempre
a carta vencedora neste “canteiro que nos faz tão ferozes”.
A Pia União, que
se torna Instituto das Servas, com os três votos basilares de sua orientação de
vida, graças à pronta ratificação do Beato Pio IX, se difunde como o voo da pomba e
alcança várias cidades italianas. A árvore hospitaleira alarga seus ramos e
estende suas raízes pela Itália e fora dela. Com a profissão religiosa, Paula
assumirá o nome de Maria Crucifixa.
Seu frágil corpo
e sua forte fibra cedem ao mal que a consome em dezembro de 1855. Mas no túmulo
não vem sepultada a Congregação, flor daquele Amor que é eterno como Deus.
Trechos de: F.
Molinari, “Maria Crucifixa Di Rosa: uma santa para os outros”.
Painel da Canonização |
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