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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

SANTA MARIA FRANCISCA DAS CINCO CHAGAS DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, Virgem Terciária Franciscana, Mística e Estigmatizada.



Santa Maria Francisca das Cinco Chagas
de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Ana Maria nasceu em Nápoles no dia 25 de março de 1715, filha de Francisco Gallo e Bárbara Basini, comerciantes, porém, de condição modesta. Aos quatro anos pediu à mãe que a levasse à igreja para participar do Santo Sacrifício da Missa. Obteve também, nessa idade, o privilégio de poder confessar-se, embora tivesse que esperar até os sete anos para fazer a Primeira Comunhão. Depois disso, sua surpreendente maturidade levou o confessor a permitir-lhe comungar diariamente, privilégio muito raro na época.  Desde pequena mostrou tanta piedade e prática de virtudes, que foi chamada de "a santinha”.
Quando chegou à adolescência, o pai colocou-a em sua pequena fábrica, onde já trabalhavam sua mãe e suas irmãs. Ana Maria soube conciliar o trabalho com a vida de piedade.
Mesmo contrariando o pai, que lhe preparava um “vantajoso casamento” com um rico cavalheiro, tomou o hábito franciscano com apenas 16 anos de idade, tornando-se terceira franciscana, seguindo a Regra e a orientação dos frades menores, que tinham o convento de Santa Lucia do Monte em São João José da Cruz. Na ocasião, precisou pedir autorização a seu pai. Disse-lhe: “Meu pai, não posso fazer a sua vontade, porque estou resolvida a deixar o mundo e a tomar o hábito religioso na Ordem Terceira de São Francisco, para o que desde já lhe peço autorização”.
Essa determinação foi um rude golpe para o avarento pai, que julgava tal união ocasião de melhora da situação econômica da família. Por isso empregou todos os meios para convencer a filha a ceder, inclusive agressão física. Trancou-a depois, por vários dias, em um quarto da casa, não lhe fornecendo senão pão e água para alimentar-se. Finalmente, a intervenção de um religioso muito respeitável levou Francisco a conceder a autorização pedida.
Com sua consagração a Deus, mudou seu nome para Maria Francisca das Cinco Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ana Maria foi admitida na Ordem Terceira de São Francisco, na reforma de São Pedro de Alcântara, em 1731, escolhendo os nomes de “Maria”, por devoção a Nossa Senhora, “Francisca”, por devoção a São Francisco, e “das Cinco Chagas”, por devoção à sagrada Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Permaneceu no mundo, porém, viveu na mais perfeita observância da severa Regra Franciscana, submetendo seu corpo, já cansado por um contínuo trabalho, a flagelações, vigílias e cilícios.
Êxtases, transes, arroubos místicos, profecia, eram para ela situações vulgares. Parecia viver em outro mundo, sendo, por isso, incompreendida, perseguida e submetida a vários exames pelas autoridades eclesiásticas. Em sete anos de duro martírio suportou todos os mal-entendidos com inalterável mansidão.
Nos últimos anos da sua vida, estava impedida de participar da Santa Missa, por causa de uma grave doença que a mantinha acamada. Muitos sacerdotes, principalmente o religioso barnabita, padre Bianchi, viam que durante a Missa desaparecia um pedaço da Hóstia Magna consagrada e um pouco de vinho consagrado. Era o Anjo da Guarda da Santa que levava a Comunhão à religiosa.
Para Santa Maria Francisca das Cinco Chagas era a Comunhão Espiritual o único alívio para a dor aguda que sentia, quando ficava fechada em casa, longe do seu Amor, especialmente quando não lhe era permitido fazer a Comunhão Sacramental. Então, ela subia ao terraço da casa e, olhando para a Igreja, suspirava entre lágrimas: “Felizes aqueles que hoje Te puderam receber no Sacramento, ó Jesus! Felizes os Sacerdotes que estão sempre perto do Amabilíssimo Jesus!” E assim só a Comunhão Espiritual podia tranquilizá-la um pouco.
Santa Maria Francisca,
patrona de Nápoles
Em 1763, Santa Maria Francisca conheceu, por revelação divina, que o reino de Nápoles seria desolado por uma grande fome seguida por terrível epidemia. Ela mesma foi atingida pela enfermidade chegando às portas da morte, tendo recebido os últimos Sacramentos.
Assistida por muitos religiosos fiéis, fortalecida pela Eucaristia, morreu serenamente no seu quarto no dia 6 de outubro de 1791, aos 76 anos. Seu corpo foi sepultado na igreja de Santa Luzia do Monte, onde é venerado, incorrupto, ao lado do túmulo de São João José da Cruz.
Foi canonizada pelo Papa Pio IX a 29 de junho de 1867. 

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