Nascida a 01 de
Outubro de 1549, em Almendral, aldeia pertencente à diocese de Ávila, na Velha
Castela, era filha de ricos lavradores, modelos de vida cristã, caridosos para
com a pobreza e altamente piedosos.
Órfã aos dez
anos, para ganhar a vida fez-se pastora, o que a impediu de estudar. Embora os
irmãos se opusessem, Ana, aos 2 de Novembro de 1570, procurou o convento das
carmelitas descalças, que Santa Teresa fundara em Ávila. Primeira postulante
conversa, Ana foi humilde, profundamente humilde, obedientíssima e serviçal. E
a afeição que se estabeleceu entre Ana de São Bartolomeu e Santa Teresa foi
rápida e profunda, afeição que havia de durar até a morte, sem que jamais
sofresse o mínimo declínio.
Ana principiou a
profissão a 15 de Agosto de 1570. Pouco depois, teve uma visão, na qual Nosso
Senhor lhe mostrou as devastações que o calvinismo fazia na França. Sequiosa de
salvar almas, impressionada, entrou a praticar severas mortificações.
![](http://www.rocaviva.eu/recitalTeresiano/images/18_ana.jpg)
"Às vezes – escreveu a Beata Ana de São
Bartolomeu – ela viajava dias inteiros
sob a chuva e a neve, não encontrando aldeia alguma por muitas e muitas léguas,
não fazendo outra coisa senão tremer até os ossos. À noite, nas hospedarias,
não havia fogo, nem meios de o entreter, nem coisa alguma para comer. Os
alojamentos eram tais que, das camas, podia-se perceber o céu, e a chuva caía
cômodo adentro, Muitas vezes, o hábito de nossa Santa Madre encontrava-se
gelado" ...
Alquebrada pela
idade (naquela época era raro uma mulher viver além dos 60 anos) pelos duros
trabalhos e a oposição dos adversários, faleceu Santa Teresa no mosteiro de
Alba de Tormes, a 15 de Outubro de 1582, nos braços da bem-amada filha Ana que
jamais lhe negou amais terna afeição.
Considerada a
herdeira espiritual da santa fundadora, Ana exerceu no Carmelo uma profunda
influência. O Carmelo reformado, foi Ana enviada a Madri e, depois, à fundação
de Ocaña, na região de Toledo.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJDpSbvCyj2GsBgZj_S-7E2O9DnCaF2cowEiH47IuyYORdmQaoqDSS7thUCxlcXcAXoF6TXdSr18hp5fszFxIHuE2yCSgaXoth6OXUiFmAWYDhXn2LnubrTgYoGUhpl8iw9uXfURYXcvQ/s400/Ana+de+San+Bartolome+X.jpg)
Fundadora do
mosteiro de Tours, depois de ter sido priora de Paris, sofreu toda sorte de
opressão. Invencível, porém sempre confiando em Deus, continuou a combater para
manter a reforma francesa no espírito de Santa Teresa.
Vencida – que a
luta fora desigual –, tomou o caminho da Bélgica, refugiando-se no mosteiro de
Mons. Escolhida, pouco mais tarde, para governar o mosteiro de Anvers, fundado
pelo arquiduque Alberto e a arquiduquesa Isabel, ali encontrou verdadeiro
paraíso na terra.
Simples e
humilde, no convento exercia os ofícios mais pequenos. E as mais altas
personalidades do tempo, contritas, procuravam-na para aconselhar-se. Henrique
IV venerava-a, e Maria de Médicis e a infanta Isabel amavam-na sobremodo.
Quando o
arquiduque Carlos partiu para a expedição de Breda, foi vê-la, com a
bem-aventurada palestrando durante muitas horas.
Suportando com
imensa paciência as cruéis enfermidades todas que a acometeram no fim da vida,
faleceu santamente no dia 07 de Junho de 1626, na festa da Santa Trindade, com
setenta e seis anos, sendo enterrada no Carmelo de Anvers. Bento XV
beatificou-a no dia 6 de Maio de 1917. (Vida dos Santos, Padre Rohrbacher,
Volume X, p. 138 a 141).
Nenhum comentário:
Postar um comentário