Martirológio Romano: Em Bréscia, cidade italiana, Beato José Antônio Tovini, que, sendo professor, ocupou-se em erigir numerosas escolas
cristãs e em promover a construção de obras públicas e, em toda sua atividade,
deixou testemunho de sua vida de oração e de suas virtudes.
José (Giuseppe)
Tovini nasceu em 14 de março de 1841, em Civitate Camuno, província de Bréscia.
Recebeu uma educação especialmente austera. Seus estudos estiveram ao ponto de
interromper-se, porém a intervenção do Padre João Batista Malaguzzi, tio
materno, conseguiu para o mesmo uma vaga gratuita no colégio para jovens
pobres, fundado em Verona, pelo Padre Nicolau Mazza.
Passou também
pelo seminário diocesano, onde foi muito apreciado pelos companheiros e
professores. A morte de seu pai, em 1859, e a difícil situação econômica da
família – era o mais velho de seis irmãos – o fez abandonar a ideia de fazer-se
missionário, em meio a grandes lutas interiores. Em 1860, inscreveu-se na
Faculdade de Jurisprudência de Pádua: trabalhava para sustentar-se fazendo
práticas no despacho de um escritório de advocacia e dando aulas particulares.
Nas vésperas de doutorar-se brilhantemente na Universidade de Pavia, morreu sua
mãe. Ao terminar seus estudos, trabalhou assessorando um advogado e prestando
consultoria um notário de Lovere. Ao mesmo tempo, exerceu o cargo de
vice-reitor e professor de um colégio municipal, tarefa que desempenhou durante
dois anos: era o único que rezava ao começar e ao terminar suas aulas e
comungava cada domingo.
Em 1867,
transferiu-se para Bréscia. Ali foi declarado idôneo para o exercício da
advocacia (espécie de “prova da OAB” para a época) e trabalhou desde 1968 com o
advogado Corbolani, com cuja filha Emília se casou sete anos mais tarde, em 06
de janeiro de 1875, decidindo definitivamente sua vocação. Tiveram dez filhos,
dos quais um foi jesuíta e duas religiosas. Foi pai solícito e afável, educador
atento, que inculcou em seus filhos os princípios da moral católica.
Em 1871 a 1874
foi alcaide de Cividate, promovendo numerosas iniciativas.
Em 1977
ingressou no movimento católico bresciano e participou na fundação do diário “O
Cittadino di Brescia”, de cuja direção administrativa e organizativa se ocupou.
Nesse mesmo ano participou na formação do comitê diocesano da Obra dos
Congressos, do qual foi nomeado presidente (percorreu toda a província para
organizar os comitês paroquiais); logo, foi sucessivamente: presidente do
comitê regional lombardo, membro do conselho diretivo, presidente da terceira
seção de educação e instrução, membro do conselho superior e vice-presidente da
Obra.
Ingressou na
Terceira Ordem Franciscana em 1881. Progrediu no exercício das virtudes
cristãs, em particular nas características da espiritualidade franciscana: a
ascese, a simplicidade, a pobreza, a oração e o diálogo respeitoso.
Empenhou-se
muito na política: foi eleito repetidamente conselheiro municipal em Bréscia. Favoreceu
iniciativas e instituições inspiradas, organizadas, fundadas e orientadas por
ele, através de programas apresentados em congressos católicos italianos em
Bréscia, na Lombardia, assim como em âmbito nacional. Susteve e apoiou outras
muitas iniciativas de caráter social, como as Casas de Desenvolvimento
Municipal. Propôs a fundação da União Diocesana das sociedades agrícolas e das
Casas Municipais. Fundou em Bréscia o Banco de São Paulo e, em Milão, o Banco
Ambrosiano.
Porém, onde
multiplicou seus esforços foi no setor educativo e escolar. Defendeu com afinco
o ensino religioso nas escolas para tutelar a fé e a moral dos jovens, e a
liberdade de educação. Defendeu a escola livre como instrumento eficaz para
formar a juventude nas tarefas de responsabilidade civil e social. Promoveu a
ereção de círculos universitários católicos e colaborou na fundação da “União
Leão XIII” de estudantes de Bréscia, da qual nasceu a FUCI (Federação de
Estudantes Católicos Italianos). Fundou a revista pedagógica e didática “Escola
Italiana Moderna”, de difusão nacional; o semanário “A Voz do Povo”; o “Boletim
dos Terciários Franciscanos”, etc. Propôs arrecadar fundos para uma
universidade católica.
Tratou sempre de
que a Igreja tenha uma presença cada vez mais decisiva no mundo do trabalho, o
que o levou a fazer uma propaganda intensa e constante para a fundação das Associações
de Trabalhadores Católicos. Em sua última fala pública, falou do Apostolado da
Oração, dirigindo um apaixonado convite à comunhão Eucarística. É admirável sua
grande obra, apesar de sua pouca saúde. Faleceu em 16 de janeiro de 1897
prestes a completar 56 anos.
São João Paulo
II o beatificou em Bréscia em 20 de setembro de 1998.
Nenhum comentário:
Postar um comentário