Agripina, cujo
nome é por certo de ilustre memória na antiga onomástica romana, é muito
venerada pelos católicos na Sicília e, em menor grau, na Grécia.
A tradição nos
fala de uma mulher de nobre ascendência que havia consagrado sua virgindade a
Cristo e vivia reclusa em sua casa, porém realizando obras de caridade com
todos os que batiam à sua porta.
Durante a
perseguição de Valeriano (257-260), escandalizada com as matanças de cristãos,
pediu uma audiência com o imperador e, por ser de ilustre família, foi
recebida. Levada a presença de Valeriano recriminou-o duramente por sua conduta
com a comunidade cristã e instou-o a se converter se não queria ir para o fogo
eterno junto com seus deuses. Quando o césar a impeliu a sacrificar aos deuses,
ela se negou corajosamente, o que o levou a mandar castigá-la. Agripina foi
duramente açoitada e vários de seus ossos se quebraram. Em seguida a colocaram
na prisão. Após varias sessões dessas, ela acabou morrendo na cela ou durante o
tormento.
Seu corpo foi
recolhido por três jovens piedosas, Paula, Basa e Agatônice, e foi levado para
a Basílica de São Paulo, onde foi enterrado. Posteriormente um monge trasladou
suas relíquias para a Sicília, onde foram recebidas por São Gregório de
Agrigento, que as trasladou para a cidade de Mineo.
No tempo do
imperador Constantino, Severo, bispo de Catânia, mandou erguer uma igreja em
sua honra. No século XI suas relíquias foram desenterradas e levadas para
Constantinopla para protegê-las da profanação da pirataria turca.
Tudo isto é
mencionado pela tradição. Mas não há dados sobre a Agripina histórica. Uma passio foi escrita no século VIII,
posterior, portanto, à data de seu martírio.
Alguns
historiadores dizem que esta história é pouco verossímil, mas tem pontos de
verdade: as boas relações entre os monges basilianos gregos da Sicília com os
de Roma, São Gregório foi bispo de Agrigento, mas nos séculos VI-VIII e não no
tempo de Constantino. E quanto ao bispo Severo, ele realmente foi bispo de
Catania, mas também no século VII. Para explicar a popularidade da santa, o
hagiógrafo Papebrochio determinou que a trasladação das relíquias seria mais
tardia, mas não há provas disto.
Para concluir,
muito provavelmente Santa Agripina é uma santa histórica, cuja existência e
martírio são reais, porém não se sabe com certeza como foi martirizada.
Ela é padroeira
da cidade de Mineo e dos emigrantes desta cidade no bairro de North’s End, em
Boston (EUA), onde até hoje ela é comemorada.
Santa Agripina é
protetora dos leprosos e das vítimas de tortura por causa de seu martírio, e é
invocada contra os maus espíritos e as tempestades.
Sua iconografia
consiste em uma pequena torre sobre um livro, uma cruz e a cabeça de Valeriano
a seus pés.
Fonte: blog
Heroínas da Cristandade.
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