Antônio Maria
Zaccaria nasceu de nobre família de Cremona, na Alta Itália. Dotado de grande inteligência, dedicou-se bem
cedo ao estudo das humanidades e, mais tarde, adquiriu os graus de doutor em
medicina, em Pádua. Desde a infância, revelou um grande amor à SS. Virgem, Mãe
de Deus, e invulgar caridade aos pobres e necessitados.
Bem cedo Deus o
fez perceber que a sua missão na terra era ser não tanto médico dos que sofriam
fisicamente, mas do que necessitavam de assistência e medicação
espirituais. Como médico de profissão e
de alma, visitava os enfermos; aos meninos, ensinava a doutrina cristã; ao seu
redor, reunia a juventude para incutir-lhe mais piedade; e adultos, não deixava
de falar uma palavra de conforto ou um conselho útil para a emenda de vida.
Não lhe era
fácil, católico fervoroso que era, passar incólume por entre uma sociedade
frívola, desrespeitadora e fortemente contagiada pelo paganismo e doutrinas
heterodoxas. Na pessoa do grande
Apóstolo dos gentios, reconheceu seu ideal a seguir e imitar. A leitura e o estudo das grandiosas epístolas
de São Paulo, constituíam seu prazer, sua alegria, seu alimento espiritual. Com
este grande arauto da fé, aprendeu o amor a Jesus, que lhe chegou ao grau de
com seu mestre e Apóstolo poder dizer: "Nem morte, nem vida, nem anjos,
nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem poderes, nada me poderá
separar do amor de Cristo" (Rom 8,35).
Respeito humano
era-lhe coisa de todo desconhecida. Com o crucifixo na mão, pregava pelas ruas
da cidade a penitência e o amor de Deus, manifestado na Sagrada Paixão e Morte
de Jesus Cristo.
Com 26 anos de
idade, tomou o hábito talar e ordenou-se sacerdote. Sua primeira Missa, desejou
que fosse celebrada com simplicidade, apenas com a presença de sua amada mãe e
alguns parentes. Conta à tradição, que durante sua Missa, Anjos foram vistos
por alguns dos assistentes.
Nesta nova fase
de sua vida, redobrou o seu zelo pela causa de Cristo e pela salvação das
almas. Era uma alma de fogo. Em Milão, associaram-se-lhe Bartolomeu Farrário e
Jaime Morígia, dois jovens nobres, de virtude exemplar e animados igualmente
pelo zelo apostólico, e com eles lançou os alicerces da Sociedade dos Clérigos Regulares.
A grande devoção que os ligava ao Apóstolo das gentes, fê-los dar o nome
de São Paulo à sua fundação. Reconhecida e aprovada pelos Papas Clemente
VII e Paulo III, a Congregação tomou incremento e propagou-se em diversas
regiões da Itália. Pela circunstância de os fundadores se terem instalado nas
proximidades da Igreja de São Barnabé, receberam o nome de Barnabitas. Antônio Maria fundou uma Congregação religiosa
feminina, à qual deu o nome de Angélicas
de São Paulo.
Com ânimo forte,
enfrentou as dificuldades que se lhe opuseram na execução dos planos, que soube
a Divina Providência ter lhe traçado: Tempestades dolorosas que contra si e suas
instituições se levantaram, com paciência, firmeza e caridade soube
amainar. Muitos sacerdotes, que à sua
direção se confiaram, resolveram a viver de perfeito acordo com as exigências
do seu santo estado e, segundo o exemplo do seu diretor, se dedicar a trabalhos
apostólicos do seu ministério. Em muitas
famílias conseguiu despertar o espírito de piedade e levá-las, pelo caminho do
amor e temor a Deus.
Com suas
férvidas orações, incessantes penitências, e a insistência de sua palavra
convencedora, obteve a conversão de muitos pecadores e, com isto, sua volta a
uma vida reta e edificante.
Modelando-se por
São Paulo, mestre por excelência no amor de Jesus crucificado, de corpo e alma
Antônio Maria se entregou ao apostolado deste amor, documentado e realizado no
SS. Sacramento. Promover a adoração pública e solene de Jesus na Hóstia
consagrada, e introduziu a prece permanente das "Quarenta Horas"
diante do SS. Sacramento, exercício comemorativo das quarenta horas que o Corpo
do Salvador esteve no túmulo. Foi também grande incentivador da leitura orante
das Sagradas Escrituras.
Após vida curta,
mas riquíssima de extenuantes trabalhos e imperecíveis merecimentos, Antônio
Zaccaria faleceu em 05 de julho de 1539. Rodeado da sua família religiosa,
tendo ao seu lado sua própria mãe, à qual predisse morte próxima, consolado com
a assistência visível dos Apóstolos, que lhe prenunciaram forte incremento das suas
fundações, entregou a sua alma a Deus.
Este glorificou o túmulo do seu fiel servo com
muitos milagres, e em 1897, o Papa Leão XIII, inseriu o nome de Antônio Maria
Zaccaria no catálogo dos Santos.
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