Em
14 de janeiro de 1915, nasce Angelo
Angioni,
em Bortigali, quinta-feira, às 20 horas. Era o quinto filho da
família, e a mãe anotara todos os nascimentos no apêndice de uma
antiga edição das "máximas eternas" de Santo Afonso.
A
GUERRA
Aos
24 de maio de 1915, a Itália declarava guerra à Áustria. O pai
Antônio Angioni precisou apresentar-se ao posto de alistamento e foi
mandado para longe da família por dois longos anos (1915 – 1917).
Em
1916, um decreto dava aos soldados com esposa e quatro filhos o
direito de sair da frente da batalha. Imediatamente a mãe
providenciou tudo para o retorno do esposo.
Em
1917, Antônio Angioni foi transferido para o norte da Sardenha, para
servir a uma autoridade local, em uma cidade chamada Ozieri. Maria
Grazia toma os quatro filhos: Maria, Sebastião, Antônio e Angelo e
se muda para Ozieri para ficar com o marido.
Foram
morar em uma casa ao lado da Igreja Santa Lúcia, o Pároco era o
Padre Gavino Dettori, jovem, zeloso e amigo das crianças e o
vice-pároco Padre Gerolamo Contini, Teólogo, Professor, escritor,
que trabalhou durante 28 anos como vice-pároco de Santa Lúcia.
Neste ambiente, cresceram e desenvolveram várias vocações
sacerdotais, entre elas, a vocação de Antônio José Angioni,
futuro Bispo e Angelo Angioni, missionário no Brasil.
A
VOCAÇÃO MISSIONÁRIA
Em
dezembro de 1921, Antônio José Angioni ingressa no seminário de
Ozieri; em 1926, apenas cinco anos mais tarde, o irmão Angelo
Angioni segue os passos do irmão e ingressa no seminário de Ozieri,
próximo de casa.
Os
pais não se opuseram, apesar da grande preocupação como manter os
filhos nos estudos. O pai, homem de oração e confiante no Espírito
Santo, sujeitava-se aos trabalhos mais humildes em Ozieri para manter
os filhos no seminário. Foi administrador, vendeu carvão vegetal e
domou cavalos. Tanta era sua honestidade e respeito que foi
contratado para serviços oficiais no Instituto de incrementos
hípicos dos militares.
Durante
os seis primeiros anos, Antônio José Angioni permaneceu em Ozieri.
O segundo ano de Filosofia e os quatro de Teologia fez em Cuglieri no
Pontifício Seminário Regional Sardo, onde nasceu a sua grande
devoção ao Sagrado Coração de Jesus.
Antônio
José Angioni foi ordenado sacerdote na Catedral de Ozieri em 13 de
agosto de 1933. No mesmo ano, foi nomeado Vice-Reitor do Seminário
Vescovile e Vice-Pároco da Paróquia de Tula, cidadezinha a dezoito
quilômetros de Ozieri.
Angelo
Angioni que
havia seguido o irmão no Seminário de Ozieri, assim que termina o
ginásio, percebe que sua vocação não era ser padre diocesano, mas
queria
ser um padre missionário.
Ainda quando seminarista, dizia brincando aos sobrinhos: "Quando
for para África, o primeiro leão que eu matar, mando o rabo para
vocês".
Assim
nasceu a vocação missionária. Terminado o ginásio, Angelo
Angioni, em 1932, ingressa no PIME (Pontifício Instituto Missionário
para o Exterior de Milão) recomendado pelo superior do Seminário.
Foi acolhido pelo Superior Geral, Padre Paolo Manna.
No
PIME, Angelo Angioni fez o noviciado, filosofia e o primeiro ano de
teologia; em 1935, surge um sério problema de saúde e o futuro
missionário é obrigado a voltar para casa, para um tratamento em
clima natal. Assim Angelo Angioni continua os três últimos anos de
teologia no Pontifício Seminário Sardo, na Diocese de Ozieri.
A
ORDENAÇÃO SACERDOTAL
Em
31 de Julho de 1938, festa de Santo Inácio, Angelo Angioni é
ordenado sacerdote na capela do Seminário Regional do Sagrado
Coração, em Cuglieri, pelo Bispo Dom Lorenzo Basoli, Bispo de
Ogliastra. Neste mesmo ano, Padre Angelo Angioni fica residindo junto
à família em Ozieri e serve como Vice-Pároco na Paróquia Santa
Lúcia, onde nasceu sua vocação.
MISSÃO
EM TERRAS BRASILEIRAS
Em
1951 foi designado como missionário para a Diocese de São José do
Rio Preto - São Paulo - Brasil. Chegou ao Brasil em novembro de
1951, foi enviado por Dom Lafayete Libanio para a Paroquia São João
Batista - José Bonifácio - São Paulo, onde permaneceu exercendo
santamente seu ministério sacerdotal. Escritor sacro brilhante, foi
autor de várias obras. Em uma delas, intitulada “O Missionário”,
escreveu: "A
Igreja nos convence que ao receber o batismo não fomos jogados numa
religião ou numa igreja com o objetivo de curtir a tranqüilidade de
nossa salvação. Nosso batismo nos põe em movimento na sede de
conquistar almas ao Cristo. A missão da Igreja e a nossa, não vem
de nós mesmos, mas é uma resposta à Santíssima Trindade que tem
como sua natureza íntima a Missão segundo o Plano do Pai, na missão
do Filho e do Espírito Santo. Dessa espiritualidade é constituída
também a missão a participação de todos os membros da Igreja,
especialmente dos leigos missionários. A Igreja não pode ficar
satisfeita e parar de evangelizar até que não tiver levado a Boa
Nova a todos os não cristãos sempre em aumento. O Espírito Santo
continua chamando as pessoas para esta missão bem específica, por
toda a vida”.
O
Apóstolo de Maria
Mons.
Ângelo foi um grande apóstolo da devoção e consagração ao
Coração Imaculado de Maria nas terras brasileiras. O “carro
chefe” de sua devoção a Maria era exatamente o “Oferecimento de
Amor” ao Coração de Maria, isto é, oferecer TODA a nossa vida,
nossas preces, sofrimentos e méritos ao Coração de Maria. O padre
divulgava, assim, mensagens da Santíssima Virgem a uma vidente da
Hungria na qual a Santa Mãe de Deus deu grandes promessas de
salvação a quem praticasse devotamente esse Oferecimento de Amor.
Foi
também grande divulgador do Movimento pelo Advento do Reino de Jesus
Cristo (que teve como grande apóstolo seu irmão que era bispo) que
pregava a dupla consagração ao Sagrado Coração de Jesus e
Imaculado Coração de Maria.
Mons.
Ângelo vivia uma relação muito íntima com Nossa Senhora. Sentia
sua presença junto a ele praticamente de forma constante e, algumas
vezes, “ouvia” a voz da Santíssima Virgem por locução
interior.
Um
dia, a Virgem Maria teria confidenciado a ele que após sua morte um
de seus órgãos não sofreria a corrupção natural. Essa promessa
cumpriu-se como mais adiante relataremos...
O
Escritor
Durante
todos os anos que esteve à frente da Paróquia de José Bonifácio
não descuidou dos conhecimentos culturais, políticos, sociais,
morais, éticos e religiosos. Grande estudioso, conhecedor da
história e geografia mundial, poliglota, músico, teólogo, amante
da ecologia e da medicina natural, não deixou de prestar a sua
contribuição à formação cultural, moral, social e religiosa ao
seu rebanho. Passava as noites debruçado sobre as traduções,
escritos e reflexões que editava com simplicidade e sabedoria. Hoje
temos uma infinidade de opúsculos e livros escritos ou traduzidos
por Monsenhor Angelo, todos editados na gráfica do Instituto
Missionário Coração Imaculado de Maria, que foram difundidos
dentro e fora do Brasil.
Santa
morte
Após
uma vida cheia de méritos, tendo sido fiel ao seu ministério
sacerdotal, sendo um sacerdote conforme o Coração de Jesus e digno
filho da Virgem Maria, Mons. Ângelo é chamado para receber a
recompensa eterna em 15 de setembro de 2008, festa litúrgica de
Nossa Senhora das Dores.
Sete
anos após sua morte, começou o processo diocesano para sua
beatificação/canonização. No dia 08 de junho de 2015, foram
exumados seus restos mortais. Para a surpresa de todos, no meio dos
ossos da caixa torácica, foi encontrado, incorrupto, seu coração.
A Igreja, sábia e prudente, evita chamar tal fenômeno de “milagre”,
limitando-se apenas a declarar “inexplicável”. O fato teve ampla
repercussão na mídia televisionada, sendo matéria de destaque em
vários telejornais.
Como
citado anteriormente, parece que a Virgem Maria, a quem Padre Ângelo
tão bem serviu neste mundo, dignou-se dar o sinal de sua predileção
a seu filho amado e servo fiel.
Um comentário:
Hoje tenho uma povo da faculdade estou rezando aí da td certo eu creio amém
Postar um comentário