Joana nasceu
numa aldeia de Cancale, França, em 25 de outubro de 1792. Era a sexta de oito
filhos de José e Maria Jugan. Seu pai era um pescador e morreu no mar quando
ela tinha quatro anos; sua mãe cuidou sozinha desta grande família.
Logo conheceu a pobreza e, com 16 anos,
começou a trabalhar como empregada na cozinha dos Viscondes de la Choue para
ajudar no sustento da família. A viscondessa era uma piedosa católica que Joana
acompanhava em suas visitas aos doentes e aos pobres. Joana era sensível à
miséria dos idosos que encontrava nas ruas, dividindo com eles seu salário, o
pão e o tempo de que dispunha.
Aos dezoito anos de idade recusou uma
proposta matrimonial de um jovem marinheiro, sinalizando: “Deus me quer para Ele”. Aos vinte e cinco anos deixou sua cidade
para ser enfermeira no Hospital Santo Estevão. Nesse meio tempo ingressou na Ordem Terceira, fundada no século XVII por São João Eudes.
Ela trabalhava muito neste emprego, mas
seis anos depois, em 1823, ela deixou o hospital e foi trabalhar como cuidadora
de uma senhora de 72 anos de idade, a Srta. Francisca Aubert Lecog, mais como
amiga do que enfermeira, onde ficou por doze anos.
Em 1837, elas alugaram parte de uma
pequena propriedade e a elas de juntou Virginia Tredaniel, uma órfã de 17 anos.
Durante este período, as três mulheres formaram uma comunidade católica de
oração e começaram a ensinar o catecismo para as crianças e a cuidar de pobres
e outros necessitados, até o falecimento da Srta. Lecog.
Joana trouxe uma viúva cega, Ana Chauvin,
para viver com elas e inclusive permitiu que a mulher dormisse em sua cama.
Este ato de caridade, aprovado por suas amigas, levou Joana a focar sua atenção
na missão de assistência às mulheres idosas abandonadas.
Sozinha Joana iniciou sua campanha junto à
população para recolher auxílios, tarefa que cumprirá até a morte. Mas logo
sensibilizou uma rica comerciante e com essa ajuda conseguiu comprar um antigo
convento. Ele se tornou a casa mãe da nascente Congregação das Servas dos Pobres, sob a assistência da Ordem Hospitaleira
de São João de Deus.
Joana escreveu uma regra simples para esta
nova instituição de mulheres; elas devem ir diariamente de porta em porta pedir
alimento, roupas e dinheiro para as mulheres sob seus cuidados. Esta era a
missão de Joana, e ela a desempenhou pelas próximas quatro décadas.
Ao receber o hábito de religiosa, tomou o
nome de Joana Maria da Cruz.
Adotando o voto de hospitalidade, imprimiu sua própria vocação: “a doação como apostolado de caridade para
com quem sofre por causa da idade, da pobreza, da solidão e outras
dificuldades”.
A Congregação rapidamente se estendeu por
vários países da Europa. Em 1847, a pedido de Leo Dupont (conhecido como o
Santo Homem de Tours), ela estabeleceu uma casa em Tours. Ela trabalhou com as
autoridades religiosas e civis buscando ajuda para os pobres.
Quando Joana Jugan morreu na França, em 29
de agosto de 1879, na casa mãe de Pern, França, as Irmãzinhas eram quase duas
mil e quinhentas, com cento e setenta e sete casas em dez países. Ela foi
sepultada naquela casa de Pern.
Naquele ano, Leão XIII aprovou as
Constituições da Congregação. Em setembro de 1885, a Congregação chegou à
América do Sul e fez sua primeira fundação em Valparaiso, Chile, que logo foi
destruída por um terremoto e reconstruída em Viña Del Mar. Hoje são quase
duzentas casas em trinta e um países na Europa, América, África, Ásia e
Oceania.
Madre Joana Maria da Cruz, que “soube
intuir as necessidades mais profundas dos anciãos e entregou sua vida à seu
serviço”, foi beatificada por São João Paulo II em 3 de outubro de 1982 e
canonizada em 11 de outubro de 2009 por Bento XVII.
Hoje os peregrinos podem visitar a casa
onde ela nasceu em Cancale, a Casa da Cruz em Saint-Servan, e a casa mãe onde
ela viveu os últimos 23 anos de sua vida, em La Tour Saint Joseph, em
Saint-Pern.
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