Infância
Pe. José Kentenich criança. |
Nascido em 18 de Novembro de 1885 em
Gymnich, perto de Colónia, Alemanha. É batizado no dia seguinte na Igreja Matriz
de São Cuniberto, recebendo o nome de Pedro José, sendo que José se tornou seu
nome familiar. Seus pais descendem ambos de famílias de pequenos agricultores. Em
12 de Abril de 1894, quando contava ele nove anos de idade, não podendo tê-lo
consigo por causa de grandes dificuldades familiares e econômicas, sua mãe
Catarina o levou ao Orfanato de S. Vicente em Oberhausen. À entrada, a mãe
consagra-o a Nossa Senhora. José, menino de oito anos, leva esta consagração
muito a sério. Maria, agora, tem a Seu cargo a educação de José.
“O que sou e o que em Schoenstatt se
formou, à Mãe de Deus o devo.”- assim o confessa mais tarde, ao lançar um olhar
retrospectivo sobre a sua vida.
Recebeu sua primeira comunhão em 1897,
no primeiro domingo depois da Páscoa. Neste dia manifestou a sua mãe o desejo
de se tornar sacerdote.
Juventude
1ª Comunhão em 1897 no Orfanato de São Vicente. |
Em 22 de Setembro de 1899 ingressou à
Congregação Missionária dos Palotinos, tendo, portanto, 14 anos incompletos. Em
1904 faz o Noviciado e estuda Teologia em Limburgo. Suporta, durante anos, uma
grave crise espiritual que o leva quase ao esgotamento das suas forças. José,
intelectualmente muito dotado, é assediado pelas perguntas: O que é a verdade?
Posso eu conhecê-la? No entanto, o seu amor a Maria nunca fora afetado por
nenhuma dúvida ou incerteza que tantas vezes o atormentavam. Graças à Mãe de
Deus, ele encontra uma saída para a sua crise interior. Ela concede-lhe a
participação, de uma forma verdadeiramente profunda, no Seu amor ao Deus Trino
e aos Homens.
Sacerdote
/ Diretor Espiritual
1910 - Após a ordenação sacerdotal. |
Em 1910 recebe a Ordenação Sacerdotal e
torna-se professor no Seminário Menor da sua comunidade em Ehrenbreitstein. Em 1912
trabalha como Diretor Espiritual dos alunos no novo Seminário Menor em
Schoenstatt, Vallendar, às margens do Rio Reno. Neste momento, percebe-se que o
Pe. Kentenich é um pedagogo muito dotado. O seu objetivo pedagógico é claro e
entusiasma os alunos a que se tornem personalidades fortes e livres; que vivam
santamente no meio do mundo moderno.
O Pe. Kentenich condu-los a uma séria
auto-educação e oferece-lhes, sobretudo, Maria, como Mãe e Educadora. Sua
pedagogia gera uma confiança extraordinária que une os alunos e os conduz com
muito equilíbrio ao mundo sobrenatural, sem desvinculá-los do mundo natural
(relacionamento pessoal, dedicação ao estudo e trabalho, amor à pátria etc). O
diretor espiritual indica-lhes constantemente a Maria, como modelo do
verdadeiro relacionamento com Deus e da dedicação ao próximo.
Pouco depois, alguns desses alunos são
chamados como soldados para a guerra e oferecem a própria vida a Deus, em
holocausto pela frutuosidade da Obra que iniciaram com o Pe. José Kentenich.
Após a guerra muitas pessoas chegam a Schoenstatt atraídas pela espiritualidade
que conheceram nos campos de batalha. A Obra se expande além dos muros do
seminário em grupos de famílias, sacerdotes, irmãs, homens, mulheres e jovens.
Fundação
de Schoenstatt
A 18 de Outubro de 1914, com alguns
alunos, arrisca o primeiro passo para a fundação do Movimento de Schoenstatt.
Numa pequena capela, em Schoenstatt, selam uma Aliança com Maria, a “Aliança de
Amor”. Por ela se pede à Santíssima Virgem que Se estabeleça nessa capelinha e
atue como Educadora do Homem livre. O Pe. Kentenich e os jovens acreditam que
essa capela se converterá num lugar de peregrinação e de graças para muitas
pessoas. Eles mesmos se empenham, como contribuição para este fim, em levar uma
vida radical de fé e de compromisso por Schoenstatt. “Nada sem Ti; nada sem
nós!” é a breve fórmula que abrasa os corações desta nova comunidade de caminho
com Maria, que agora começa.
O desejo de fundar um Movimento
torna-se, a pouco e pouco, realidade. A capela, em Schoenstatt, é hoje o lugar
de origem de um movimento internacional para homens e mulheres, crianças e jovens,
famílias e sacerdotes. Atualmente, existem cerca de 180 santuários de
Schoenstatt em mais de 130 países do mundo. A eles peregrinam inúmeras pessoas
que imploram à Mãe de Deus a graça de realizarem a sua vocação cristã em todos
os estados de vida, na Igreja e na sociedade.
Uma das características principais do
Pe. Kentenich é conservar sempre “a mão no pulso do tempo e o ouvido no coração
de Deus”. Seguindo os sinais indicados pela Divina Providência, em 18 de
outubro de 1914, em meio a I Guerra Mundial, com seus alunos, sela a Aliança de
Amor com Maria, suplicando-lhe que torne a pequena Capelinha, no terreno do
seminário, um Santuário de Graças e um centro de renovação religioso e moral
para a Alemanha e o mundo.
Em uma carta, Padre José Kentenich
afirma: "No domingo passado estive
em Schoenstatt. Os momento mais belos foram os que eu passei na capelinha,
diante da imagem de graças da Mater Ter Admirabilis. Sim, nossa capela é
realmente um lugar de graças onde a Mãe Três Vezes Admirável atua com todo o
seu poder. É uma nova Nazaré, onde Jesus e Maria vivem intimamente
unidos."
Campo
de Concentração
Em 20 de setembro de 1941, depois de um
interrogatório, Pe. Kentenich foi preso pela Gestapo (polícia secreta do Estado
durante o nazismo) em Coblença e levado ao porão do Alojamento, num calabouço,
onde ficou por quatro semanas. Mesmo assim foi-lhe permitido conservar o traje
preto e assim ser reconhecido como sacerdote. Com a ajuda de dois guardas,
foram providenciados todos os paramentos e objetos sagrados para que se pudesse
celebrar a Santa Eucaristia em sua cela, diariamente.
Entre 1941 e 1945, o Pe. Kentenich
encontra-se cativo dos nacional-socialistas. Primeiro na prisão de Coblença,
depois no campo de concentração de Dachau. Também aí continua a trabalhar
intrepidamente na missão da sua vida, anunciando aos homens o amor
misericordioso de Deus e, com a ajuda de Maria, ajudando-os a que se tornem
pessoas de um grande amor. No meio do inferno de Dachau, muitos prisioneiros
puderam experimentar, graças ao Pe. Kentenich, uma grande proximidade com Deus.
Em 20 de janeiro de 1942 decidiu-se a ir
livremente para o Campo de Concentração e assim foi levado, em 11 de março,
para Dachau, onde as condições de alimentação eram tão deficientes que o número
de mortos por fraqueza e fome aumentava dia a dia. Não muito depois de sua
libertação o Pe. Kentenich conta que o Campo de Concentração de Dachau era
povoado de "figuras cambaleantes e vacilantes". De março a agosto
foram registradas 550 mortes.
Sem prévio aviso, os doentes e
incapacitados ao trabalho eram reunidos e levados às câmaras de gás. Pe.
Kentenich só escapou porque o chefe do bloco onde ele estava evitou que fosse
apresentado ao médico que sorteava os "candidatos à morte".
Com a morte diante de si, Pe. Kentenich
frequentemente dava de presente os alimentos que lhe eram trazidos ocultamente
e até mesmo uma parte de sua ração habitual para ajudar aos outros. Em vários
outros casos conseguiu que companheiros de prisão fossem tirados da lista fatal
da câmara de gás. "Nós, Sacerdotes do Campo de Concentração de Dachau,
vivendo nas condições mais primitivas, não queremos reagir de modo primitivo,
mas de modo singelo e autêntico e, se for a vontade de Deus, ou morrer
heroicamente no campo como personalidades sacerdotais fortes, ou mais tarde,
como sacerdotes amadurecidos, continuar a trabalhar com zelo e fecundidade para
o reino de Deus."
Mesmo assim, por caminhos secretos
conseguia receber hóstias e vinho para a celebração da Santa Missa no campo e
durante todo o tempo de prisão dava diariamente duas conferências para cerca de
100 sacerdotes.
Em 22 de outubro de 1942, após liberação
dos superiores do campo, recebeu um pacote contendo 2 pares de meia, 2 ovos
cozidos, 250 gramas de manteiga, e algumas bolachas e salgadinhos, que foram
repartidos com seus amigos mais íntimos. Estas "encomendas" vinham
regularmente até o início de 1945 quando foram novamente proibidas. Em seguida
o campo foi acometido de um surto de tifo. De janeiro a março de 1945, morreram
cerca de 11.000 pessoas. Em correspondência secreta, pediu a Schoenstatt que
enviassem vacinas contra o tifo, assim todos os padres foram vacinados.
Em 6 de abril de 1945, pode deixar o
Campo de Concentração de Dachau, devido ao fim da guerra. Sua primeira visita
foi ao Pároco da aldeia para agradecer todo o auxílio prestado aos sacerdotes
por seu intermédio.
Em 20 de maio de 1945, depois de três
anos e meio de prisão, celebrou novamente a Santa Missa no Santuário da Mãe de
Deus. Era um domingo de Pentecostes, a festa do Espírito Santo.
Viagens
internacionais
Entre 1947 e 1948, o Pe. Kentenich
inicia as suas viagens pela América do Sul, África e E.U.A. para incrementar
contatos internacionais e ajudar os schoenstattianos desses países na
construção do Movimento. O seu amor à Mãe de Deus impele-o a trabalhar por eles
a uma escala internacional.
Nos primeiros dias de maio de 1947, a
convite de Frei Martinho Friese, o Pe. Kentenich visitou o Jaraguá, onde 20
anos mais tarde se estabeleceria a primeira comunidade dos padres de
Schoenstatt no Brasil.
Exílio em Milwaukee, EUA, 1951-1965 |
Exílio
De 1951 a 1965, a Igreja separa o Pe.
Kentenich da sua Obra. Milwaukee, nos E.U.A., torna-se o lugar de residência
fixa. As autoridades eclesiásticas competentes examinam a sua pessoa e a sua
fundação. Nos longos anos de ausência de Schoenstatt, ficou comprovada a
autenticidade do amor do Pe. Kentenich à Igreja e a fidelidade à sua Obra.
Últimos
anos de vida
Na Noite Santa de 1965 regressa a
Schoenstatt. No tempo que ainda resta de vida, este sacerdote octogenário
trabalha ininterruptamente na consolidação interna e externa do Movimento de
Schoenstatt. Apesar de todos os compromissos, jornadas, retiros e, ainda, do
sobrecarregado programa de trabalho diário, a sua primeira preocupação foi
sempre cada pessoa. A sua profunda união com Deus e a sua paternal bondade, que
deixava irradiar, deram a muitas pessoas uma ideia do amor de Deus, nosso Pai.
Na manhã de 15 de setembro de 1968, Pe.
Kentenich dirigiu-se à nova Igreja da Santíssima Trindade, no Monte Schoenstatt,
para celebrar a Missa pela primeira vez. Era festa de Nossa Senhora das Dores.
De volta à sacristia, convidou dois padres para almoçarem com ele e em seguida
ficou em silêncio, junto a seus dois assistentes. De repente notaram que o Pe.
Kentenich se inclinava para frente. Procurava apoiar-se, mas não conseguiu. O
corpo dobrou-se e o Padre foi caindo. Tentaram sentá-lo numa cadeira, mas
acharam melhor deitá-lo de costas no chão. Padre Kentenich levou a mão ao
coração e respirou ainda por dois ou três minutos. Chamaram rapidamente um
médico e outro padre administrou-lhe a unção dos enfermos. O médico chegou e
examinando-o disse: "O coração está parado". Padre Kentenich estava
morto.
Cinco dias depois foi sepultado no mesmo
local onde falecera. Após a missa de corpo presente, o corpo foi levado até o
Santuário da Mãe Três Vezes Admirável. Sobre sua sepultura, um sarcófago
simples de basalto cinzento, estão gravados, além de seu nome, data de
nascimento e falecimento, as palavras que ele mesmo desejou: "Dilexit Ecclesiam"
(Ele amou a Igreja).
Todo o seu amor pertencera a Igreja.
Toda sua vida foi uma vida pela Igreja: pela Igreja na atualidade, mas
sobretudo pela Igreja do futuro e pela obra que ele mesmo iniciou, o Santuário
da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt.
Agora, ele continua a missão da sua
vida; porém, de uma nova forma. Que o Pe Kentenich, de fato, a realiza,
experimentam-no já muitas pessoas que a ele se vinculam e recorrem nas suas
necessidades.
Espírito Santo, Tu és a alma de minha
alma. Cheio de humildade Te adoro. Ilumina-me, fortifica-me, guia-me e
consola-me. Revela-me, tanto quanto isso ao plano do eterno Pai corresponde,
revela-me os Teus desejos. Faze-me entender o que o Amor eterno de mim deseja.
Faze-me entender o que devo fazer. Faze-me entender o que devo sofrer. Faze-me
entender o que, em silêncio, com modéstia e reflexão, devo aceitar, carregar e
suportar. Sim, Espírito Santo, faze-me entender a Tua vontade e a vontade do
Pai. Pois, minha vida inteira não quer ser mais que um contínuo e perpétuo SIM
aos desejos e ao querer do eterno Pai.
Padre José Kentenich
Oração
para Canonização do Padre José Kentenich
Deus
Pai todo-poderoso, és o amor e a misericórdia. Somente Tu, como Pai onisciente,
compreendes tudo o que se passa em mim. Ajuda-me, Pai de bondade, nesta minha
grande aflição. Atende-me por intermédio do Pe. José Kentenich. Como fiel
sacerdote ele amou tanto a Tua igreja peregrina e procurou conduzir todos os
que dele se aproximavam a um amor pessoal a Ti. Foi sábio e humilde conselheiro
para todos os que dele precisaram. Concede-me, Pai eterno, por intercessão do
Pe. José Kentenich, especialmente a graça (...). Em sinal de gratidão, eu Te
ofereço o precioso sangue de Cristo, nas intenções da Santa Igreja e por todos
os que se encontram em grande aflição. Querida Mãe, Rainha e Vencedora Três
Vezes Admirável de Schoenstatt, roga ao Pai Eterno, que conceda ao Pe. José
Kentenich a honra dos altares, como recompensa por todo o bem que fez à Igreja,
para Teu louvor e a glória da Santíssima Trindade. Amém. Rezar 03
"Glória ao Pai".
2 comentários:
Obrigado, Állyssen, pela maravilhosa matéria. Deus lhe pague e recompense a grande ajuda que você está me dando, visto que, muitas vezes, o tempo me falta devido à minha carga horária de trabalho deveras extenuante. Que a Virgem Maria a proteja, abençoe e santifique. Amém!
É um grande prazer colaborar. Eu que agradeço pela oportunidade!
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