Aleixo, filho
único do senador Eufemiano, italiano, nasceu em Roma, no ano de 350. Herdeiro
de uma considerável fortuna, cresceu dentro da religião cristã. Desde a
infância, ficou famoso por sua natural caridade, possuindo todas as graças e
virtudes. Os pais, como era costume na época, cuidaram do seu enlace com uma
jovem de excelente família cristã e ele acabou se casando.
Porém, na noite
de núpcias, sem consumar a união, e após conversar com a esposa, abandonou tudo
para aproximar-se de Deus. Como peregrino, vagou de cidade em cidade até chegar
em Edessa, na Síria, onde ficou por algum tempo.
Vivia como um
piedoso mendigo ao lado da basílica do Apóstolo Tomé, repartindo com os pobres
as esmolas que recebia. Seu amor e caridade aos pobres eram notáveis. Diz à
tradição que ele curava várias doenças apenas com sua benção e oração. Diversos
prodígios aconteciam com a sua presença, por isso passou a ser chamado de
"o homem de Deus" e venerado por sua santidade. Mas teve de abandonar
a cidade, porque desejava continuar no anonimato.
Retornou para a
vida de peregrino. Sofreu tanto que ficou com outra aparência, irreconhecível.
Quando em Roma, foi para a casa do pai e disse: "Tende compaixão deste pobre de Jesus Cristo e permita-me ficar em
algum canto do palácio". Não tendo reconhecido o próprio filho, ele o
acolheu e mandou que o levasse para cuidar da cocheira dos animais. Viveu assim
durante dezessete anos, na cocheira do seu próprio palácio, sendo maltratado
pelos seus próprios criados e sem ser identificado pelos pais.
Morreu em 17 de
julho e foi enterrado num cemitério comum para criados. Porém, antes de morrer,
entregou um pergaminho ao criado que o socorreu, na qual revelava sua
identidade. Os pais, quando souberam, levaram o caso ao conhecimento do bispo,
que autorizou sua exumação. Aleixo foi levado, então, para um túmulo construído
na propriedade do senador.
Outra tradição conta que certo dia o Papa
Inocêncio I estava celebrando uma missa para o imperador, e ouviu uma voz
dizer: “Procure o homem de Deus”.
Guiado pela voz ele e o imperador foram à casa de Eufemiano e, quando lá
chegaram, encontraram Santo Aleixo morto e envolto em roupas rasgadas e debaixo
de uma escada e na mão segurava um pergaminho com o seu nome e sua história.
A fama de sua
história e de "homem de Deus" espalhou-se entre os cristãos romanos e
orientais, difundindo rapidamente o seu culto. De uma forma inexplicável,
talvez milagrosa, seu nome foi encontrado na Inglaterra, no século XII nos “Salmos
de Santa Christina de Markyate”.
Segundo uma
antiga tradição romana, a casa do senador ficava no monte Aventino. Em 1217,
durante a construção da igreja dedicada a são Bonifácio, neste local as
relíquias de santo Aleixo foram encontradas. Por tal motivo o papa Honório III
decidiu que ela seria dedicada a santo Aleixo.
Outro grande
devoto deste santo foi o bispo Sérgio de Damasco, que viveu em Roma no final do
século X. Ele acabou fundando o Mosteiro de Santo Aleixo, destinado aos monges
gregos.
No século XV, os
Irmãos de Santo Aleixo elegeram-no como patrono. Em 1817, a Congregação dos
Sagrados Corações de Jesus e Maria nomeou-o seu segundo patrono, como exemplo
de paciência, humildade e de caridade a ser seguido. A Igreja manteve o dia de
sua festa no dia 17 de julho, como sempre foi celebrada pela antiga tradição cristã.
Na arte
litúrgica da Igreja ele é mostrado
1.
Segurando
uma escada, ou
2.
Em
farrapos, dormindo debaixo de uma escada
; ou
3.
Como
um pedinte, ajoelhado ante o Papa; ou
4.
Dando
ao Papa uma carta.
Ele é o
padroeiro dos pedintes e peregrinos.
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