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domingo, 1 de fevereiro de 2015

Santa Maria de Santo Inácio (Claudina Thévenet), Virgem e Fundadora.



Martiriológio Romano : Em Lyon, França, santa Maria de Santo Inácio (Claudina) Thévenet, virgem, que, movida pela caridade e com ânimo esforçado, fundou a Congregação das Irmãs de Jesus e Maria , para a formação espiritual das jovens, especialmente as de condição humilde (1837) .


CLAUDINA THÉVENET, a segunda de uma família de sete filhos, nasce em Lyon no dia 30 de março de 1774. “Glady”, como era conhecida, exerce cedo uma benévola influência sobre seus irmãos e irmãs porque sua bondade, delicadeza e desapego próprio a conduzem a ter complacência sempre pelos demais.

Têm 15 anos quanto explode a Revolução Francesa. Em 1793 vive as horas trágicas do assédio de Lyon pelas forças governamentais e, em janeiro de 1794, repleta de horror e de impotência, assiste à execução de seus irmãos, condenados a morte por represálias, depois da queda da cidade. Suas últimas palavras: “Perdoa, Glady, como nós perdoamos” as faz suas, as grava em seu coração e lhe marcam profundamente dando um novo sentido a sua vida. Mais adiante se dedicará a socorrer as inumeráveis misérias que a Revolução produziu. Para Claudina, a principal causa do sofrimento do povo era a ignorância de Deus e isto desperta nela um grande desejo de dá-Lo a conhecer a todos. Seu zelo apostólico atrai principalmente crianças e jovens e arte por dar a conhecer Jesus e Maria.

 
O encontro com um santo sacerdote, o Padre André Coindre, lhe ajudará a conhecer a vontade de Deus sobre ela e será decisivo na orientação de sua vida. No átrio da igreja de São Nizier, o Padre Coindre tinha encontrado duas pequenas meninas abandonadas e tremendo de frio. As conduziu com Claudina que não vacilou em ocupar-se delas.

A compaixão e o amor com as meninas abandonadas são a origem da Providência de São Bruno em Lyon (1815). Algumas companheiras se unem com Claudina. Reúnem-se em Associação. Elaboram e experimentam umas Regras e pronto a elegem como Presidente.

No dia 31 de julho de 1818 o Senhor se deixou escutar pela voz do Padre Coindre: “há que formar uma comunidade. Deus te escolheu” disse a Claudina. E assim, no dia 06 de outubro deste mesmo ano, se funda a Congregação das Religiosas de Jesus-Maria, em Pierres-Plantées, sobre a colina da Croix Rousse. Em 1820 a nascente Congregação se instalará em Fourviére (em frente ao célebre santuário) em um terreno adquirido pela família Jaricot. Em 1823 obtêm a aprovação canônica para a Diocese de Puy e em 1825 para a de Lyon.

O propósito inicial do jovem Instituto era o de recolher as meninas pobres até os 20 anos de idade. Ensinavam um oficio e os conhecimentos próprios da escola primária, todo isto desde uma sólida formação religiosa e moral. Mais desejavam fazer mais, e Claudina e suas irmãs abriram também seus corações a meninas de classes favoráveis construindo para elas um pensionato. O fim apostólico da Congregação será afinal, a educação cristã de todas as classes sociais com uma preferência pelas meninas e jovens, e entre elas, as mais pobres.
Os dois tipos de obras se desenvolvem simultaneamente a pesar das provas que acompanharam a fundadora ao longo dos últimos doze anos de sua peregrinação nesta terra: a morte dolorosamente repentina do Padre Coindre (1826) e das primeiras irmãs (1828); a tenacidade para impedir a fusão de sua Congregação com outra também recém fundada; os movimentos revolucionários de Lyon em 1831 e 1834 com todas as consequências que deveriam sofrer os habitantes de Fourviére, por ser a colina um ponto estratégico dos dois grupos antagônicos.

O insigne valor da fundadora não se intimidou pela adversidade, ao contrário, empreende com audácia novas construções, entre elas a da Capela da Casa Madre, ao mesmo tempo em que se entrega à redação das Constituições da Congregação. As estava ultimando quando, a seus 63 anos, a morte tocou a sua porta. Era o dia 03 de fevereiro de 1837.

“Fazer todas as coisas com o único desejo de agradar a Deus” foi o fio condutor de toda sua vida. Esta busca constante da vontade de Deus, “levar uma vida digna do Senhor agradando-O em tudo”, lhe deu uma fina sensibilidade para ler os sinais dos tempos, discernir os desígnios de Deus sobre ela e dar uma resposta íntegra e total. Esse caminho lhe mereceu “compartilhar a sorte dos santos na Luz” (Col. 1, 10-11).

“Encontrar a Deus em todas as coisas e todas as coisas em Deus” é viver em espírito de louvor. Em um mundo em que está completamente ausente a esperança, redescobrir a bondade do Criador, presente na criação e nas pessoas, reafirma o sentido de viver e convida à ação de graças. Claudina fez de sua vida religiosa apostólica “um hino de glória ao Senhor”. Suas últimas palavras: “Que bom é Deus” foram a exclamação admirável da bondade de Deus que soube descobrir ainda nos momentos mais dolorosos de sua vida.

Claudina imprimiu em sua Congregação sua forte personalidade. Dotada de uma grandeza de alma pouco comum, de prudente inteligência e boa organização, foi, principalmente, uma mulher de grande coração. E queria que suas filhas verdadeiras mães das meninas confiadas a seu cuidado: “É necessário ser mães das meninas – lhes dizia – sim, verdadeiramente mães, tanto de alma como de corpo”. Nenhuma parcialidade, nenhuma preferência, “as únicas que os permito são para as mais pobres, as mais miseráveis, as que têm mais defeitos. A estas sim, amem-nas muito”.

A solidez de uma construção se revela ao passo do tempo. Cinco anos apenas da morte da Fundadora suas filhas chegavam à Índia (1842). Em 1850 entram na Espanha e em 1855 vão ao Novo Mundo, ao Canadá.

175 anos depois da fundação da Congregação, são mais de mil oitocentas Religiosas de Jesus-Maria repartidas hoje em cento oitenta comunidades pelos cinco continentes. Todas acolhem com grande gozo e gratidão a canonização desta humilde e generosa filha da França que o Senhor escolheu para fazê-la sua Fundadora.

Foi canonizada no dia 21 de março de 1993 por S.S. São João Paulo II.

Na ocasião, o Santo Padre comentou a situação do novo Instituto:
"Hoje, para o maior prazer da Igreja, as Filhas da Madre Thévenet são mais de duas mil, presentes em todos os continentes e vivendo verdadeiramente do seu espírito. Escolas e colégios, lares para jovens e para pessoas idosas, pastoral catequética e familiar, dispensários e casas de oração, não têm senão uma finalidade: levar a que se conheçam Jesus e Maria, trabalhando ao mesmo tempo na promoção social dos pobres".

Fontes:
http://hagiosdatrindade.blogspot.com/2009/09/santa-claudina-thevenet-fundadora-da.html

http://www.passioniste.org.pf/claudine_thevenet.jpg

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