Conhecida como Santa Maria do Egito ou Maria Egipcíaca, a eremita viveu
por volta de 500 d.C. A história de Maria era muito conhecida da cristandade
na Idade Media.
Maria
teria começado a sua vida no Egito. Era linda e teria sido uma
prostituta com 17 anos de idade; era cínica, irônica e totalmente
desencantada da vida. Na verdade, ela não amava a nada. Desprezava a todos, até mesmo os homens com os quais saía.
Certo dia, ela, por mera curiosidade, se uniu a um grupo de peregrinos para
conhecer Jerusalém.Inclusive, durante o trajeto, cometeu por diversas vezes pecados de fornicação.
Tendo chegado à Cidade Santa, pretendeu entrar em um dos santuários, porém, uma força misteriosa e irresistível não a deixava entrar na igreja junto com os outros peregrinos. Por mais que tentasse, não conseguia passar da porta de entrada. Tocada pela Graça divina, em frente a uma imagem da Virgem Maria (de acordo com outra versão: no Santo Sepulcro), ela reconheceu a enormidade dos seus pecados e recebeu uma locução interior ordenando-lhe que fosse para o deserto após o Rio Jordão, onde encontraria a paz.
Tendo chegado à Cidade Santa, pretendeu entrar em um dos santuários, porém, uma força misteriosa e irresistível não a deixava entrar na igreja junto com os outros peregrinos. Por mais que tentasse, não conseguia passar da porta de entrada. Tocada pela Graça divina, em frente a uma imagem da Virgem Maria (de acordo com outra versão: no Santo Sepulcro), ela reconheceu a enormidade dos seus pecados e recebeu uma locução interior ordenando-lhe que fosse para o deserto após o Rio Jordão, onde encontraria a paz.
Imediatamente,
Maria foi para o deserto e apenas levou com ela três pedaços de
pão. Ela se confessou e comungou no monastério de São João
Batista, mas, não ficou lá e deixou os monges penalizados com a sua
determinação de ir ainda mais para o deserto e para a solidão. Diz a tradição que ela
conseguiu ficar 48 anos no deserto sofrendo de sede, fome e de frio, levando uma vida de contínua oração e severíssima penitência.
Comia apenas algumas frutas (e em pouquíssima quantidade) e suas roupas viraram pobres farrapos. Algumas vezes, se via
tentada a voltar a vida de pecado, mas a Virgem Maria sempre dava a
ela a fortaleza que precisava. Ela não sabia ler, mas recebia de anjos, que lhe apareciam e confortavam, a instrução da fé católica.
Havia um santo monge chamado Zósimo que nos conta o que sabemos sobre Maria. Ele era um velho homem e viveu em um monastério na Palestina por 53 anos . Todo ano, após a Sexta Feira da Paixão, ele ia para o deserto meditar e, a cada ano, ele caminhava alguns dias a mais do que o ano anterior.
Havia um santo monge chamado Zósimo que nos conta o que sabemos sobre Maria. Ele era um velho homem e viveu em um monastério na Palestina por 53 anos . Todo ano, após a Sexta Feira da Paixão, ele ia para o deserto meditar e, a cada ano, ele caminhava alguns dias a mais do que o ano anterior.
Certo
ano, ao caminhar 20 dias além do anterior, ele parou para descansar
e estava orando quando viu alguém à sua frente. A principio pensou
ser o demônio, mas depois viu que se tratava de uma mulher idosa,
extremamente magra, tão magra que, apesar de quase nua, não tinha
seios, ao ponto de quase não dar para distinguir se era um homem ou
uma mulher. Ela estava tostada pelo sol, preta e seca como um velho
pedaço de madeira.
O
monge foi até ela, mas ela gritou "Antes
coloque um manto sobre mim ,porque eu não tenho roupas".
Ele a perseguiu até uma moita onde ela se escondeu. "Pelo
amor de Deus",
disse ele, "que
fazes aqui? Por quanto tempo estás aqui?"
"Padre - respondeu ela - , por favor, dê-me seu manto, me abençoe e perdoa-me os meus pecados e eu sairei daqui". Em seus escritos, São Zósimo deu detalhes sobre ela e esse santo encontro.
"Padre - respondeu ela - , por favor, dê-me seu manto, me abençoe e perdoa-me os meus pecados e eu sairei daqui". Em seus escritos, São Zósimo deu detalhes sobre ela e esse santo encontro.
Maria,
a Egipcíaca, falou sobre a Bíblia que ela inexplicavelmente
conhecia muito bem. Zósimo ficou impressionado com seu conhecimento
espiritual e a sua sabedoria.
Maria
disse a Zósimo : "Deixe
o seu manto e só volte no próximo ano na Sexta da Paixão e venha
com a Eucaristia para mim, e, por favor, não diga uma só palavra a
ninguém”.
Como
havia prometido, ele retornou no ao seguinte na Sexta Santa e deu a
ela a Santa Comunhão. Ele trouxe ainda figos, damascos e lentilhas,
mas, após Maria receber os sacramentos, ela só comeu três
lentilhas. Agradeceu a ele e suplicou que ele retornasse no ano
seguinte.
De
acordo com a tradição, Santa Maria do Egito faleceu pouco tempo
depois desse último encontro. A santa teria deixado uma mensagem a
um monge seu amigo, a qual ela teria escrito em um pedaço de pedra
com outra pedra. A mensagem dizia o seguinte : "Padre
Zósimo, enterre o corpo desta Maria pecadora aqui. Devolva a terra o
que é apenas terra, e ore por mim".
Ele reverenciou Maria o resto de sua vida. Chamava-a de Maria, a
Egipcíaca . Parece que viveu cerca de 78 anos.
Na
arte litúrgica da Igreja é mostrada com um longo cabelo e com o seu
emblema: três pedaços de pão. Às vezes, é mostrada ainda sentada
em baixo de uma palmeira no deserto, ou lavando os cabelos no Jordão,
ou olhando o rio Jordão à distancia, ou sendo expulsa de uma igreja
por um anjo com uma espada, ou recebendo a sagrada comunhão de São
Zósimo.
Santa
Maria do Egito ou Egipcíaca é mais conhecida pelos ortodoxos e
pelos católicos de rito oriental.
Sua
festa é celebrada no dia 02 de abril na Igreja Católica Romana e no
dia 09 de abril na igreja ortodoxa grega.
Gravuras narrando a vida de Santa Maria do Egito ou Santa Maria Egipcíaca. |
A Santa Penitente indo para a glória do Céu. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário