Martirológio
Romano: Em Apt, da Provença, Beata Delfina, esposa
de São Elzeário de Sabran, com quem prometeu guardar a castidade, e
depois de sua morte, permaneceu na pobreza e na oração.
Delfina
de Signe nasceu por volta de 1284 em Puy Michel nos montes de
Luberón, França, da nobre família Glandèves. Uma encantadora
figura de mulher, que passa pelo mundo levando a todas as partes a
luz de sua graça, o perfume da virtude, o calor de seu afeto. Não
era uma santidade ruidosa, que tenha marcado a história de seu
tempo, mas uma santidade delicadamente feminina que se difundiu a seu
redor como linfa silenciosa e generosa para alimentar no bem a
quantos estiveram em contato com ela durante sua vida.
Desde
menina sua presença foi luz e consolo para sua família. Aos 12 anos
já estava prometida a um jovem não inferior a ela por sua
gentileza, nobreza de sangue e beleza de alma. Elzeário, o noivo,
era filho do Senhor de Sabran e Conde de Ariano no reino de Nápoles.
Desde o nascimento sua mãe o havia oferecido em espírito a Deus e
mais tarde um austero tio o havia educado em um mosteiro.
O
casamento teve lugar quatro anos mais tarde. Foi um matrimônio
“branco”, porque os dois jovens esposos escolheram o estado de
virgindade
mútuas, um meio de perfeição espiritual mais alto e árduo. No
Castelo de Ansouis, os dois nobres cônjuges viveram não como
castelãos, mas, como penitentes; não como senhores feudais, mas,
como ascetas dignos dos tempos heroicos da primitiva Igreja.
Tendo
se transferido para o Castelo de Puy Michel, entraram na Ordem
Terceira Franciscana (atualmente,
chamada de Ordem Franciscana Secular).
Sua vida interior se enriqueceu com uma nova dimensão, a da
caridade, mediante a qual eles, ricos por sua condição, se fizeram
humildes e pobres para socorrer aos pobres. Delfina e seu esposo além
das penitências, orações e mortificações, se dedicaram a todas
as obras de misericórdia, destacando-se em todas.
Elzeário e Delfina, os esposos santos. |
Quando
Elzeário foi enviado ao seu ducado de Ariano como embaixador no
reino de Nápoles, a atividade benéfica dos dois esposos continuou
em um ambiente ainda mais difícil. Em meio a tumultos e rebeliões,
os dois Santos foram embaixadores de concórdia, de caridade, de
oração. Continuaram suas boas obras multiplicando seus próprios
esforços e sacrifícios até conquistar a admiração do povo.
Elzeário
morreu pouco depois em Paris. Delfina, entretanto, sobreviveu a ele
por muito tempo e honrou a memória de seu esposo do melhor modo
possível, continuando as boas obras e imitando suas virtudes. Teve a
alegria de ver seu esposo colocado pela Igreja no catálogo dos
Santos. Ela, aos 74 anos, pode reclinar sua cabeça serena e feliz
para o eterno descanso. Morreu em Calfières, em 26 de novembro de
1358. Foi beatificada pelo Papa Inocêncio XII em 24 de julho de
1694.
Etimologia:
Delfina = do grego, “aquela que mata serpentes”.
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