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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Beato Inácio Maloyan, Bispo e Mártir (vítima do ódio de turcos islâmicos contra os cristãos armênios).


Choukrallah Maloyan nasceu em Mardin, atualmente, Turquia, no dia 19 de abril de 1869, filho de pais cristãos piedosos. Desde criança, dedicava-se a oração, a caridade e a penitência. Recebeu boa formação acadêmica e religiosa, sendo fluente nas línguas árabe e turca. Descobrindo a sua inegável vocação para o sacerdócio, em 1883 o arcebispo da comunidade armênio-católica enviou-o para estudar a religião no Líbano.
Estudos que foram interrompidos por cinco anos, quando voltou para cuidar da saúde na sua cidade natal. No ano de 1901, já curado, retomou os estudos de filosofia e teologia no Líbano. Tornou-se membro do Instituto do Clero Patriarcal de Bzommar e, em 1896, recebeu a ordenação sacerdotal, tomando o nome de Inácio, a exemplo do seu santo de devoção.
Logo foi nomeado pregador dos sacerdotes e seminaristas do Convento de Bzommar e depois enviado para o apostolado no Egito. Em seguida, em Istambul, Turquia, foi eleito secretário-geral do patriarca, e agraciado com o título de arcipreste. Depois de alguns anos no Egito, regressou a Mardin, onde continuou o seu abnegado trabalho e, por isso, foi nomeado administrador dos assuntos temporais e espirituais dessa eparquia, uma vez que o bispo tinha renunciado ao posto.
Em 1911, viajou para Roma como secretário-geral do sínodo dos bispos armênio-católicos. No mesmo ano, foi nomeado bispo de Mardin, uma das eparquias armênio-católicas mais importantes.
Nessa Sede desempenhou um ministério exemplar, melhorando o nível educativo, cultural e religioso das escolas da comunidade armênia, e difundiu um espírito de grande piedade. Propagou em todas as paróquias de sua diocese o amor e a devoção ao Santíssimo Sacramento, ao Sagrado Coração e à Santíssima Virgem Maria.
O seu patriotismo não passou despercebido ao sultão do Império Otomano, que o condecorou com a Legião de Honra. Durante a guerra, os soldados turcos invadiram as igrejas, semearam o terror, aprisionaram e torturam pessoas inocentes, provocando o vigoroso protesto do bispo Maloyan, que exortava os seus sacerdotes a rezar pedindo a proteção de Deus.
Preso de maneira arbitrária quando o governo decidiu acabar com os cristãos na Turquia, foi induzido a professar a fé do islã, mas respondeu energicamente: "Nunca renegarei Cristo, nem os ensinamentos da Igreja Católica, à sombra da qual cresci e da qual, sem ser digno, fui um dos seus ardorosos discípulos", provocando a fúria dos presentes.
Torturado cruelmente na prisão, foi morto no dia 13 de junho de 1915. Porém, antes de partir para a casa do Pai, tomou algumas migalhas de pão, consagrou-as e deu-as aos seus companheiros como corpo de Cristo. O papa São João Paulo II beatificou Inácio Maloyan em 2001, e indicou o dia de sua morte para a sua veneração litúrgica.



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Paixão e morte do Beato Inácio Maloyan e dos seus fiéis.

No dia 1 de Maio de 1915, depois de vasculha infrutuosa da igreja por parte do exército à procura de armas, Monsenhor Maloyan reuniu o seu cléro e deu-lhes o seu testamento espiritual:

Antes de tudo exorto-vos para que fortifiqueis a vossa fé sobre a rocha de Pedro e reforceis a vossa esperança na Santa Cruz... Donde é que provém o desejo de ver o nosso sangue de pecadores misturado com aquele de homens justos e puros? Que os planos do Altíssimo sejam atuados em nós, por todas as maneiras, mesmo com a deportação ou o martírio. O meu desejo maior é de ver o meu rebanho seguindo o meu exemplo e de ficar fiéis às ordens da Sede Apostólica. Confio-vos a Deus, amados filhos, e peço-vos para que rogueis a Deus para conceder-me a força e a coragem de viver esta vida na Sua graça e no Seu amor até a efusão do sangue."

No dia 3 de Junho, solenidade do Corpo do Senhor, chegam na cidade as primeiras notícias sobre a deportação dos Arménios de Dijarbekir em direção à Mossul. Dom Maloyan estava celebrando a Santa Missa, quando ao terminar a procissão, Mardin é circundada pelo exército à cavalo e por milícias. Os militares percorreram as estradas do bairro armeno capturando os nobres (seguiram, em pouco tempo, três grupos de deportados, dos quais o segundo era composto por mulheres, crianças e idosos).

Dom Maloyan recebe a notificação da sua prisão juntamente com seis padres da diocese, acusados de detenção de armas. Conduzidos ao posto policial, Dom Maloyan foi investigado com outras 27 pessoas da sua comunidade.

Na sexta-feira, 11 de junho, na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, foi concedida aos condenados uma hora para prepararem-se à morte. Monsenhor Maloyan pede a permissão para falar aos seus. Depois de ter rogado ao Senhor para lhes conceder a força e a perseverança de suportar o martírio, concede-lhes a absolvição. Em seguida, consagra o pão que os deportados levavam consigo, partiu e deu aos padres e aos leigos que estavam presentes.

Monsenhor Maloyan foi de seguida conduzido sozinho num cavalo até a zona de Kara-keupru, que dista três horas de Dijerbekir. Ali, com apenas 46 anos, após ser cruelmente torturado, foi finalmente executado com um tiro na cabeça. No total, morreram naquele primeiro massacre de cristãos de Mardin 415 pessoas.


2 comentários:

Effendi disse...

→Bento XV: - Inácio Maloyan juntamente com 415 religiosos foram presos, torturados e mortos em 13 de junho de 1915 por influencia do Grão vizir do império Otomano que tinha parentesco com a casa de Osman influenciando assim o governo a acabar com os cristãos na Turquia, estudos recentes realizados pelo professor Henry Kamen em 1997 historiador britânico e professor do Instituto de Pesquisa em ciências Humanas da Universidade de Wisconsin Madison, apontam que o Príncipe Nizer Ninru Effendi Sultan Alcalai Grão Vizir Otomano influenciou a morte dos 416 religiosos cristãos para vingar o massacre ocorrido a seus ancestrais em dezembro de 1492 quando o papa Alexandre VI (eleito papa em 11 de agosto de 1492) classificou os senhores feudais do clã de Alcalai/Alcali como hereges , cerca de 416 pessoas entre homens, mulheres e crianças foram assassinadas por ordem do governo de Ferdinando e Isabella, seus bens composto por imensas faixas de terras, castelos, navios, minas de ouro etc. foram confiscados e divididos entre a igreja católica e o casal de monarcas, apurou-se ainda que o grão vizir em outubro de1914 exigiu que papa Bento XV restabelecesse os direitos dinásticos de sua esposa Rosa de Papur sobre um feudo na França confiscado pelo papa Leão XIII em 1888 em razão de sua renuncia a fé católica e conversão ao islamismo a negativa do papa Bento XV acirrou a ira do príncipe desta forma pode-se dizer que a igreja católica foi diretamente responsável pela morte de seus 416 religiosos , visto que para a igreja a manutenção do feudo era mais importante que a vida de seus religiosos , estes e outros deslizes cometidos por figuras centrais da Igreja revelam um tempo em que a autoridade clerical exacerbou os limites das regras morais por eles mesmos difundidas. Ao longo do tempo, o aparecimento das religiões protestantes e a diminuição da esfera de interferência da religião da sociedade mudaram tal situação. Atualmente, observamos que diversos membros do clero se interessam na reavaliação de diversas atribuições e exigências ligadas à vida religiosa dos dirigentes católicos.

Effendi disse...

Pecados dos papas
Falsidade ideológica, quebra do celibato e até homicídio estão entre as heresias e delitos cometidos por importantes dirigentes da Igreja Católica.
Ao longo da Idade Média, a disseminação do cristianismo abriu caminhos para que a Igreja se transformasse na mais importante instituição da época. Ao mesmo tempo, o fato de monopolizarem o acesso ao conhecimento e o poderio econômico alcançado pelo recebimento de bens e terras foram alguns dos pressupostos fundamentais que também explicam esse poder. Com isso, os membros da Igreja tiveram força para interferir em decisões políticas e moldar o comportamento da sociedade feudal.
Em muitas situações, notamos que os integrantes da Igreja tiveram a capacidade de interferir no comportamento das pessoas, condenando determinadas práticas e exigindo o cumprimento de outras ações que, de modo geral, deveriam garantir a salvação espiritual do indivíduo. No entanto, vemos que, em diversas situações, a Igreja mergulhou em uma séria crise moral ao não ter esse modo de agir e pensar cumpridos pelos seus próprios representantes.

→ "Falsidade ideológica": Doação de Constantino
Por volta do século IX, a Igreja divulgou um documento em que o imperador romano Constantino teria concedido autoridade política para os chefes da Igreja por meio da chamada “Doação de Constantino”. Por muito tempo, esse documento foi dado como legitimador da interferência papal em diferentes assuntos que rondavam a Europa Feudal. Contudo, diversas investigações feitas sobre a legitimidade desse documento concluíram que se tratava de uma farsa completamente descabida.

→ Homicídio do papa Bento VI por Bonifácio VII
Chegando ao ápice da Idade Média, entre os séculos VIII e XII, percebemos que o poder papal já despertava a cobiça de várias autoridades clericais da época. Cada vez que o posto papal ficava vago, os principais bispos e cardeais da Europa entravam em séria disputa pela conquista do cargo. Entre os casos mais graves dessa disputa, destacamos o caso do Bonifácio VII que, em 974, estrangulou o papa Bento VI para assumir a mais importante posição da Igreja.

→ Gula de Paulo II
Mesmo aqueles pecados capitais considerados de menor importância também eram vez ou outra ignorados pelos papas. No ano de 1471, o papa Paulo II morreu depois de degustar sozinho dois melões inteiros. Ainda hoje, suspeitam que o papa glutão tenha sido envenenado.

→ Ira de Júlio II
Já o “esquentado” Júlio II tinha o péssimo hábito de resolver as suas diferenças no braço. Certa ocasião – tomado pela mais pura ira – espancou um bando de cardeais que simplesmente se recusara a cavalgar com ele em um dia nevado.

→ Alexandre VI: o papa que tinha vários filhos e diversas amantes
Em seus primórdios, os membros da Igreja poderiam casar-se e consumar o ato sexual. Contudo, na medida em que a instituição aumentava suas posses, o celibato foi imposto a todos aqueles que adentravam os quadros clericais, mas nunca chegou a ser seguido à risca. No século XVI, por exemplo, o papa Alexandre VI também era conhecido pela sua extensa prole de filhos – obtidos com três diferentes mulheres – e pelo seu intenso caso com a bela Giulia Farnese.

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