Macário
do Egito (ca. 300 - 391 d.C.) foi um monge cristão egípcio e um eremita. Ele
também é conhecido como Macário, o Velho, Macário, o Grande e Luz do Deserto.
Macário nasceu
no Alto Egito. Uma antiga tradição afirma que o seu nascimento ocorreu no
vilarejo de Shabsheer (Shanshour), em Al Minufiyah, por volta de 300 d.C. Algum
tempo antes de iniciar sua vida ascética, Macário ganhava a vida
contrabandeando natrão nas redondezas de Nítria, uma vocação que o ensinou como
sobreviver e como viajar através da vastidão desolada da região.
Ainda jovem,
Macário foi forçado a se casar contra a sua vontade. Assim, ele fingiu estar
doente e pediu aos seus pais a permissão para ir até as regiões selvagens para
relaxar. Quando retornou, ele descobriu que sua esposa tinha morrido e, logo em
seguida, seus pais também partiram. Macário então distribuiu todo seu dinheiro entre os pobres e necessitados.
Admirando suas virtudes, o povo da vila acabou levando-o até o bispo de
Ashmoun, que o ordenou padre.
Um tempo depois,
uma mulher grávida o acusou de tê-la atacado. Macário não tentou se defender e
aceitou a acusação em silêncio. Porém, quando o parto se aproximou, o trabalho
de parto ficou muito difícil. Ela não conseguiu dar à luz até que confessou que
Macário era inocente. Uma multidão então clamou por sua inocência, mas ele
preferiu fugir para o deserto da Nítria (Wadi El Natrun) para escapar de todas as glórias do mundo.
Por um breve
período, Macário foi banido para uma ilha no Nilo pelo imperador Valente,
juntamente com São Macário de Alexandria, por conta de uma disputa sobre o Credo
de Niceia. Ao retornar, em 13 Paremhat (= 4 de abril), eles foram recebidos por
uma multidão de monges do deserto da Nítria, alegadamente cinquenta mil, entre
os quais São Pichoi e São João Anão.
Morte e relíquias
Macário morreu
no ano de 391 d.C. Após sua morte, os nativos da vila de Shabsheer roubaram seu
corpo e construíram uma grande igreja para ele na vila. Durante o papado do
Papa Miguel V de Alexandria, as relíquias de São Macário foram trazidas de
volta ao deserto da Nítria no dia 19 Mesori. Hoje em dia, o corpo de São
Macário encontra-se em seu mosteiro, o Mosteiro de São Macário, o Grande, em
Scetes, no Egito.
Legado e o mosteiro
Macário é um
santo para a Igreja Católica Romana e para a Igreja Católica Oriental, para a
Igreja Ortodoxa e a Igreja Ortodoxa Oriental. São Macário do Egito fundou um
mosteiro que ainda hoje tem o seu nome, o Mosteiro de São Macário, o Grande,
que vem continuamente sendo habitado por monges desde a sua fundação, no século
IV d.C. Hoje, ele pertence à Igreja Ortodoxa Copta. Todo o deserto da Nítria é,
às vezes, chamado de "Deserto de Macário", pois ele foi o monge
pioneiro na região. As ruínas de diversos mosteiros na região quase confirma a
tradição local de que os claustros de Macário eram iguais, em número, aos dias
do ano.
Obras
Genádio de
Marselha reconhece apenas uma carta como sendo genuinamente de Macário,
endereçada aos monges mais jovens. Embora cinquenta Homilias espirituais terem
sido atribuídas à Macário umas poucas gerações após sua morte, os estudiosos
patrísticos modernos estabeleceram que Macário não teria como ser o autor.
Exatamente quem o autor delas seria não foi definitivamente estabelecido,
embora seja evidente a partir das afirmações contidas neles, o autor seria da
Mesopotâmia superior, onde o Império Romano fazia fronteira com o Império
Sassânida, e que elas teriam sido escritas antes de 534 d.C. Além das homilias,
algumas cartas foram atribuídas a ele. A primeira, chamada "Ad filios Dei", podem de fato serem
as cartas genuínas de Macário mencionadas por Genádio, mas as outras
provavelmente não são dele. A segunda, chamada "Grande Carta",
utilizou a De instituto christiana, de Gregório de Nissa, que foi escrita em 390
d.C. O estilo e conteúdo da "Grande Carta" sugere que seu autor é o
mesmo mesopotâmio anônimo que escreveu as cinquenta Homilias espirituais.
Os ensinamentos
de Macário são caracterizados por uma forte ênfase pneumática que
inter-relaciona o trabalho de salvação de Jesus Cristo (como o 'Espírito de
Cristo') com as obras sobrenaturais do Espírito Santo. Esta iniciativa
'pneumática' nas "Homílias espirituais" é geralmente chamada de
mística e, assim, é uma forma de pensamento espiritual que tem encantado os
místicos cristãos de todas as eras, ainda que, por outro lado, em sua
antropologia e soteriologia, ele frequentemente se aproxime do ponto de vista
de Santo Agostinho.
(Fonte: Wikipedia)
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