Amada
Adélia Le Bouteiller nasceu ano dia 02 de dezembro de 1816 em Percy
(França), terceira de quatro filhos de André e Maria Francisca Le
Bouteiller Morel, pequenos proprietários e tecelões.
Na
escola teve como educadora a terciária carmelitana Irmã Maria
Farcy, professora há 48 anos, que muito influenciava na formação
das jovens da paróquia e certamente inspirou a vocação religiosa
de Amada Adélia.
Em
1º de setembro de 1827 o pai morreu com apenas 39 anos de idade.
Infelizmente, na época, uma ocorrência comum. A mãe ficou sozinha
com quatro filhos, teve de criá-los e apoiá-los ajudada pelos
filhos mais velhos; Amada, que tinha quase onze anos, continuou seus
estudos e ao mesmo tempo tinha que cuidar da casa.
Em
1837, seus dois irmãos se casaram e Amada, com 20 anos, começou a
trabalhar como empregada doméstica para ganhar a vida.
Com
a Irmã Farcy, organizadora da paróquia, ela ia todos os anos em
peregrinação a Chapelle-sur-Vire, a cerca de 15 km de Percy, e
nesta localidade entrou em contato com a Congregação das Irmãs das
Escolas Cristãs da Misericórdia, fundado em 1804 por Santa Maria
Madalena Postel (1756-1846), para a educação da juventude.
Atraída
pela sua espiritualidade, aos 25 anos, em 19 de marco de 1841, ela
decidiu dar-se totalmente a Deus e entrou na Abadia de Saint
Sauveur-le-Vicomte, aceita pela fundadora de oitenta e quatro anos,
que apesar de sua idade era de grande vitalidade e com dons
carismáticos.
Amada
teve como mestra de noviças a Beata Plácida Viel (1815-1877), que
após a morte da Fundadora, levou a Congregação a um
desenvolvimento incrível.
Quando
Amada ingressou, as cinquenta freiras estavam envolvidas na
construção da igreja da abadia e dos prédios antigos, que foram
encontrados em ruínas quando elas entraram. A vida era austera,
levando em conta os anos de fome que se vivia, mas isto não assustou
Amada, acostumada com as dificuldades que sua família sofreu após a
morte prematura de seu pai.
A
14 de setembro de 1842, ela recebeu o hábito religioso com o nome de
Irmã Marta. No inverno seguinte, sendo ainda noviça, Madre Postel
mandou-a para a Casa de La Chapelle-sur-Vire, que Irmã Marta
conhecia bem, para ajudar nos serviços materiais da comunidade.
Um
dia, ao lavar a roupa nas águas geladas do Rio Marquerand,
escorregou de sua mão um lençol puxado pela correnteza; em uma
tentativa de pegá-lo ela deslizou na água gelada o que causou um
início da paralisia das pernas, por isso foi mandada de volta para a
Abadia.
Ali
ela teve um colóquio com Madre Madalena Postel que assegurou que ela
não seria enviada para casa, apoiando as mãos sobre seus joelhos,
ela prometeu rezar por ela; curada pouco depois, Irmã Marta atribuiu
sua recuperação à Madre.
Em
07 de setembro de 1843 ela fez sua primeira profissão na Abadia Casa
Mãe da Congregação. Irmã Marta foi designada para a cozinha, para
trabalhar nos campos e, em seguida, tornou-se a economa de confiança
da Madre Fundadora, uma tarefa que ocupou por quase 40 anos até sua
morte; fez tudo em espírito de obediência, ela fez de maneira
grande as coisas pequenas.
Sua
vida religiosa transcorreu no serviço de Deus e das irmãs, sempre
simples e jovial na execução dos serviços mais humildes; dedicada
à oração e à meditação, alimentou a sua espiritualidade lendo
autores da chamada "Escola Francesa de Espiritualidade".
Cuidava
dos domésticos e dos trabalhadores que prestavam serviço à Abadia,
também dos hospedes de passagem; distribuiu o vinho para 250 pessoas
por dia e durante a guerra chegou a 500 pessoas.
Diz-se
que, durante a guerra entre a França e a Alemanha, quando os
estoques da abadia exauriram pavorosamente, Irmã Marta pendurando na
parede uma imagem de Madre Madalena, morta há algum tempo, rezou
intensamente e a partir desse momento os estoques de 'cidra’
(vinho) e outros alimentos não acabaram.
No
inverno de 1875-1876, Irmã Marta, agora em seus sessenta anos, caiu
e fraturou a perna; a longa convalescença, somando-se a morte de sua
mãe e da amada Irmã Plácida, sua confidente, foram suas grandes
provações. Ela suportou-as sem deixar de atender os interesses da
despensa, apoiando-se a um bastão, mas o seu declínio era evidente.
Em
18 de março de 1883, Domingo de Ramos, enquanto ela pretendia levar
as garrafas para a cozinha depois do jantar, caiu uma vez e, em
seguida, uma segunda vez, tarde da noite, atingida por um acidente
vascular cerebral; morreu depois de receber os Sacramentos aos 67
anos.
Ela
foi enterrada no cemitério da Abadia de St. Sauveur-le-Vicomte; a
causa de beatificação começou em 1933, e em 4 de novembro de 1990
o Papa João Paulo II a beatificou.
Fonte:
blog Heroínas da Cristandade e site www.santiebeati.it
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