No ano de 252,
uma jovem gaulesa de dezesseis anos chamada Regina (em francês Reine),
convertida ao cristianismo, apascentava suas ovelhas aos pés do Monte Auxois,
local atualmente chamado Alise. Sua mãe morrera durante o parto e seu pai era
pagão.
O governador
romano da Gália, Olibrius (ou Olimbrius), tentou seduzi-la, mas ela resistiu e
recusou inclusive o casamento para não abjurar sua fé.
Ela foi
martirizada e decapitada. A partir do século seguinte um culto se desenvolveu.
Seu corpo foi transferido para fora da cidade de Alise, num local onde foi
construída uma basílica sobre o seu túmulo.
Entre os
milagres obtidos por sua intercessão, está a cura de uma criança de nome
Heriboldo, que sofria com uma forte febre; também há a cura de um homem de
Réome obtida por meio da aplicação de um pedaço de madeira da maca da santa,
bem como a cura de um frade e de um cego.
O culto desta
santa pode ser comprovado com a descoberta em 1909 do “serviço eucarístico” de
Alise. A descoberta constituía de um conjunto que continha uma patena e três
cálices que foram utilizados para a celebração da eucaristia. A patena contém
uma gravura de um peixe (o ichtus) e o nome de “Regina”. O conjunto datado do
século IV não deixa dúvidas quanto a existência da jovem mártir.
A cidade
Alise-Sainte-Reine, que cresceu aos pés do Monte Auxois, a escolheu como
patrona e a cada ano os habitantes organizam a representação de um ‘mistério’
em sua honra e memória. Esta tradição é confirmada a partir do ano 866 e perdura
ainda hoje. Este é o ‘mistério’ mais antigo celebrado sem interrupção na
França. Em 1271 procedeu-se a confecção de um novo busto relicário de prata com
as armas da França, de Castela e da antiga Borgonha.
A Confraria de
Santa Regina, datada de 1544, foi criada pelos religiosos de Flavigny e em
1644, com a reforma dos beneditinos de Saint-Maur, a peregrinação teve um
revigoramento e em 1659 os membros da Confraria foram dotados por Mons. Luís
Doni d’Attichy, Bispo de Autun, de 40 dias de indulgencias. No século XVI os
monges colocavam a corrente de Santa Regina ao redor do pescoço dos peregrinos.
Hoje a corrente é conservada na igreja paroquial de Flavigny-sur-Ozerain e
exposta à veneração dos peregrinos no dia da festa da Santa, dia 7 de setembro.
Suas relíquias
são conservadas na Abadia de Flavigny-sur-Ozerain desde meados do século IX. O
contato com o sarcófago da santa é atestado no século IX. A cripta foi
arranjada para receber o corpo da santa. No século XVII, as relíquias da santa
foram colocadas em um armário atrás do altar-mor e são expostas no dia de sua
festa.
Em 1648 os
monges de Flavigny tomaram conhecimento de outro corpo que diziam ser de Santa
Regina e que havia sido doado por Carlos Magno a Osnabrück, na Vestefália; os
monges mandaram vir uma relíquia deste corpo, o que desencadeou um conflito
entre os Cordeliers de Alise e aos beneditinos de Flavigny sobre a
autenticidade desta relíquia.
Além de
Flavigy-sur-Ozetain e Alise-Sainte-Reine há outros locais onde Santa Regina é
venerada:
- Voisine, Yonne, uma capela datando de 1827
construída por dois habitantes após um voto feito na peregrinação a
Alise-Sainte-Reine.
- Drensteinfurt,
Alemanha
- Osnabrück,
Vestefália
(Fonte: blog Heroínas da Cristandade)
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