Santa Maria
Josefa nasceu em Vitória (Espanha), no dia 7 de setembro de 1842; no dia
seguinte recebeu o nome de Maria José no batismo. Ficou órfã de pai muito cedo
e foi sua mãe quem a preparou para a Primeira Comunhão, recebida aos dez anos.
Aos 16 anos foi completar a sua formação
e educação em Madrid, hospedando-se na casa de alguns parentes, e desde muito
cedo começou a demonstrar uma grande devoção à Eucaristia e a Nossa Senhora,
uma forte sensibilidade em relação aos pobres e aos doentes e uma inclinação
para a vida interior.
Regressou a Vitória aos 18 anos e logo
manifestou à sua mãe o desejo de entrar num mosteiro, pois se sentia atraída
pela vida de clausura. Mais tarde, costumava dizer: "Nasci com a vocação
religiosa".
A
3 de dezembro de 1865 ingressou na Congregação das Servas de Maria,
recentemente fundada por Santa Maria Torres Acosta. Assistiu com exímia
caridade as vítimas da peste que flagelou a cidade de Madrid, Medina del Campo
e Osuna.

Maria José, que tomou o nome de Irmã
Maria Josefa do Coração de Jesus, foi eleita Superiora Geral e governou a Congregação
até a sua morte, que ocorreu em Bilbao, em 20 de março de 1912.
A Santa teve a alegria de ver em vida a
Congregação estender-se às cidades de Vitória, Santander, Valladolid, Burgos e
Chile, contando cerca de 300 religiosas, que tratavam de doentes em
residências, hospitais, sanatórios. Atendiam também idosos e crianças
abandonadas.
A sua morte foi muito sentida em toda a
região e o seu funeral foi uma grande manifestação de pesar. Os seus restos
mortais foram trasladados para a Casa Mãe, onde ainda se encontram.
Os pontos centrais da espiritualidade de
Santa Maria Josefa podem definir-se como: um grande amor à Eucaristia e ao
Sagrado Coração de Jesus; uma profunda adoração do Mistério da Redenção e uma
íntima participação nas dores de Cristo e na Sua Cruz; e a completa dedicação
ao serviço dos doentes, num contexto de espírito contemplativo.
Para ela, "a caridade e o amor de
uns pelos outros formam, ainda nesta vida, o céu das comunidades...; a vida
religiosa é uma vida de sacrifício e de abnegação; o fundamento de uma maior
perfeição é a caridade fraterna" (Pe. Pablo B. Aristegui, Beata Maria
Josefa do Coração de Jesus, Mensajero, 1992, pág. 97).
Sua vocação de serviço aos enfermos
ficou bem expressa nas palavras por ela escritas: "Desta maneira, as
funções materiais do nosso Instituto, destinadas a salvaguardar a saúde
corporal do nosso próximo, elevam-se a uma grande altura e fazem a nossa vida
ativa mais perfeita que a contemplativa, como ensinou o Doutor Angélico, São
Tomás de Aquino, que falou dos trabalhos dirigidos à saúde da alma que vêm da
contemplação" (Directorio de Asistencias de la Congregación Religiosa
Siervas de Jesús de la Caridad, Vitória 1930, pág. 9).
A causa da Canonização de Santa Maria
Josefa começou em 1951; foi solenemente beatificada por João Paulo II em 27 de
setembro de 1992 e canonizada em 1 de outubro de 2000.
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