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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

15 de novembro: Comemoração dos Fiéis Defuntos da Ordem Carmelita


Hoje, toda a Ordem Carmelita faz memória aos seus filhos e filhas falecidos: frades, monjas, seculares e religiosos de congregações e institutos carmelitanos. Podemos dizer que hoje, 15 de novembro, é o "Dia de Finados" próprio da Ordem. 

O Purgatório é uma realidade pouco falada na Igreja hoje em dia. Observem bem as homilias no Dia de Finados: fala-se em: "eles estão em paz", "nossos entes queridos que já estão com Deus", "nossos familiares e amigos que já fizeram sua páscoa definitiva", "nossos familiares e amigos que já se encontram na luz do paraíso", etc. Quase ninguém usa literalmente a palavra Purgatório em homilias ou outras pregações. Parece até um tabu. Dá a falsa ideia ao povo que "todo mundo está no Céu", o que não é, infelizmente, verdade. O Céu existe, mas, o Purgatório e o Inferno também existem! 

Ora, meus irmãos e irmãs, ir para o Céu direto é para poucos, muito poucos! Somente os santos e santas, já completamente purificados de seus defeitos, que passaram pela noite escura da alma, purificados de tudo aquilo que os prendia ao mundo e que já gozavam em vida da plena união com Deus e sua santíssima vontade, bem como aqueles que morreram mártires da fé, foram direto para o Céu. Todos os demais (até mesmo alguns santos e beatos), após a morte, possivelmente passaram algum tempo no purgatório, nem que sejam algumas "horas" ou "dias" (se bem que o tempo lá não é igual ao nosso), pois, todos nós, mesmo os muito bons, temos nossos defeitos, fraquezas e imperfeições. Daí que santo Agostinho, aproximadamente uns 02 a 03 anos após a morte de sua mãe santa Mônica ainda pedia a um amigo sacerdote: "lembre-se sempre, no santo altar, da alma de minha mãe". 

Não podemos descuidar desse ato de caridade e boa obra espiritual: "rezar pelos vivos e falecidos". Mesmo que sua vovó, seu vovô, sua mãezinha, seu paizinho, um tio, uma tia, um amigo ou uma amiga, um irmão ou irmã de sangue ou de comunidade tenham sido muito virtuosos, pode ser que ainda estejam no Purgatório, pois, como disse o próprio Jesus: "Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo" (Mateus 5, 26). Claro que Jesus não se refere aqui ao centavo "dinheiro", mas, aos mínimos defeitos, aos pequenos pecados veniais ou erros ainda não reparados suficientemente. 

Lembrando que "centavo é centavo", é pouquíssima coisa. É  quase nada! Porém, ainda é razão para deter a alma na pena temporal do Purgatório. A misericórdia divina é infinita e tudo perdoa? Sim! Claro! Porém, o pecado, mesmo perdoado, deixa uma "nódoa", um "defeito" na alma que precisa ser curado, que precisa ser apagado e reparado.

Quando somos perdoados por Deus, a culpa é extinta, no entanto, a alma fica com a "tendência a pecar de novo" renovada. Uma espécie de "cicatriz" ou inclinação ao erro que fica na alma. Sem falar nas consequências do erro que cometemos, tanto em nós mesmos, quanto no próximo, em nossas famílias, na sociedade, etc. No Céu só se entra livre de tudo isso!

Por mais que eu ame meu pai, minha mãe, minhas irmãs, tios, tias, primos e primas, meus filhos, minha esposa e demais parentes, Deus me livre que eu venha a passar a eternidade convivendo com eles portando os mesmos defeitos que eles tinham ou tem na terra, por menores que sejam! E eu também, Deus me livre, que tenha na outra vida os mesmos defeitos que tenho agora! Que lástima seria, meu Deus! Por isso, graças à sua infinita Misericórdia, Deus "inventou" o Purgatório: para que possamos ir para o Céu limpos, curados, sanados, aperfeiçoados e verdadeiramente santos, livres não somente do pecado, mas, também, dos efeitos e consequências que eles nos deixaram ou deixam em nossas almas, cheios e plenos da Graça recebida no Santo Batismo. 

Giovani Carvalho Mendes, ocds. 

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