Páginas

Encontre o (a) Santo (a), Beato (a), Venerável ou Servo (a) de Deus

domingo, 12 de novembro de 2017

Venerável Serva de Deus Guadalupe Ortíz de Landázuri Fernández de Heredia, Leiga do Opus Dei.



Guadalupe estudou Química, curso que terminou em 1940 – interrompido durante a guerra civil espanhola – com um dos melhores currículos da turma. Querendo dedicar-se à docência universitária, começou o doutorado.
Em 1936, na madrugada de 8 de setembro, na Prisão Modelo de Madri, seu pai foi fuzilado. Guadalupe, que neste momento tinha 20 anos, acompanhou-o durante sua última noite “apoiando com sua serenidade a meu pai e também a mim”, como contou seu irmão mais velho, Eduardo, médico, cujo processo de canonização também foi iniciado.
Em janeiro de 1944, por meio de uma pessoa conhecida a quem confiou que desejava falar com um sacerdote, agendou uma conversa com o Pe. Josemaría Escrivá e, atraída por sua profunda alegria, abriu-se em confidência e lhe perguntou: “Que devo fazer com a minha vida?” Como ela mesma contaria mais tarde, a conversa foi decisiva: “Tive a sensação clara de que Deus me falava através daquele sacerdote”.

Em 19 de março, com 27 anos, escreveu uma carta a São Josemaría, pedindo a admissão no Opus Dei como numerária. Nessa época, havia ainda muito poucas mulheres no Opus Dei e o trabalho que havia para fazer era abundante. Guadalupe dedicou todos os seus esforços ao que era necessário em cada momento: a administração doméstica dos primeiros Centros, o início do trabalho em outras cidades espanholas como Bilbao e Saragoça, a direção da primeira residência universitária – Zurbarán – em Madri. Seu caráter otimista e comunicativo contribuiu para um ambiente cordial no qual as estudantes se sentiam queridas e estimuladas a viver com responsabilidade sua vida cristã.
Para iniciar as atividades apostólicas com mulheres no México, o Fundador do Opus Dei pensou – entre outras – em Guadalupe. Ela respondeu afirmativamente e lhe escreveu: “Hoje pedi muito à Virgem Maria para que no México se possa fazer muito. Sei que no começo será difícil: tenho certeza, mas não me preocupo”. Lembrando esse começo, disse: “Em 5 de março de 1950, saímos de Madri. Eu era a mais velha, ainda que fosse muito jovem. Levávamos somente a bênção do Padre, amor ao Senhor e bom humor”.
Ao chegar ao México, Guadalupe se matriculou em algumas matérias do doutorado em Química, que ainda não havia terminado. Logo em seguida começaram, com a ajuda de pessoas conhecidas, os trâmites necessários para a instalação da residência universitária.
Guadalupe, diante do imenso trabalho que tinha em suas mãos, do cuidado das pessoas e das preocupações econômicas que também não faltavam, escrevia ao Padre:...“tudo isso, conhecendo-me como me conhece, não é verdade que é demais para mim? Porém não desanimo nem me assusto, somente lhe peço oração para que nunca, em nada, por pequeno ou grande que seja, deixe de fazer o que Deus quer”.
Durante uma viagem a Roma, em outubro de 1956, teve que passar por uma cirurgia devido aos primeiros sintomas de uma doença cardíaca. Mesmo tendo se recuperado da cirurgia, seu coração não havia se restabelecido por completo, sofrendo contínuas recaídas. Sua doença, contudo, passava normalmente inadvertida. Como em tudo na sua vida, via na doença um novo modo de aproximar-se de Cristo.
Não voltou mais ao México. Muitas das pessoas que a conheceram neste país escreveriam, depois, suas lembranças. Em uma delas se lê: “sua forma de rezar chamou a minha atenção; colocava-se em Deus e ficava muito recolhida e sempre a víamos alegre, contente e risonha. Fui descobrindo, com ela, o que era uma entrega a Deus. Chamava a atenção o modo como vivia o que dizia; tinha encarnado o espírito da Obra”. E referindo-se ao seu caráter forte, se disse: “quando tinha de corrigir, o fazia com fortaleza, mas com tanta delicadeza e carinho que não se entendia a repreensão como tal, ao contrário, a agradeciam”.
Depois de passar um tempo em Roma, colaborando com São Josemaría no trabalho de governo do Opus Dei, Guadalupe voltou à Espanha. Entre 1960 e 1974, deu aulas no Instituto Ramiro de Maeztu e na Escuela de Maestría Industrial da qual foi catedrática e vice-diretora. Em junho de 1965, defendeu a sua tese de doutorado, obtendo a máxima pontuação. Guadalupe preocupava-se em proporcionar aos seus alunos uma boa formação humana, além do simples ensino de Química ou Física. Uma de suas alunas escreveu: “Foi para mim uma professora especial da qual nunca poderei me esquecer. Tinha uma grande personalidade e era uma mulher belíssima, embora se vestisse sobriamente, sem adornos supérfluos. Era, entretanto, muito simples; tratava-nos muito bem, com compreensão e afeto. Por isso, se criou ao redor dela um agradável ambiente. Lembro-me de como, afastando-se do quadro negro cheio de fórmulas químicas, nos falava do que se podia fazer com as combinações de diferentes elementos químicos e nos mostrava que tudo era uma manifestação impressionante da diversidade da criação e concluía: ‘Vede como Deus faz as coisas!’”.
A partir de 1968, participou também na promoção do Centro de Estudos e Pesquisas em Ciências Domésticas, como professora de Materiais Têxteis.

Em 1˚ de julho de 1975, devido a uma grave lesão cardíaca, teve que fazer uma cirurgia na Clínica Universitária de Navarra. Como consequência de complicações posteriores, faleceu em 16 de julho. Seu irmão, Eduardo, explica: “Ela sabia dos riscos de tal cirurgia e, sem a menor hesitação, aceitou-a, pensando que assim poderia ser mais útil à Obra ou, «se eu não resistir e Deus quiser que eu morra» –dizia–, «ir para o Céu é ainda melhor»".
Em 18 de novembro de 2001, o Cardeal Arcebispo de Madri, D. Antônio Maria Rouco Varela, presidiu a abertura do seu processo de canonização na capital espanhola. 



Segundo texto biográfico sobre a venerável serva de Deus: 

Guadalupe Ortiz nasceu em 12 de dezembro de 1916 em Madri, dia de Nossa Senhora de Guadalupe. Estudou Química na Universidade Central de Madri, sendo uma das cinco mulheres do seu curso naquele ano. Durante a guerra civil consolou o pai, que era militar, nas horas prévias à sua execução e perdoou os responsáveis desde o primeiro momento. Depois da guerra, terminou a faculdade e foi professora de Física e Química no Colégio das irlandesas e no Liceu Francês de Madri.
No início de 1944, através de um amigo, conheceu o fundador do Opus Dei, São Josemaria Escrivá, que lhe ensina que o trabalho profissional e a vida cotidiana podem ser um lugar de encontro com Cristo. Mais tarde diria: "Eu tive a sensação clara de que Deus falava comigo através daquele sacerdote". No mesmo ano se incorporou ao Opus Dei.
Depois disso, Guadalupe se entrega incondicionalmente à procura da santidade, fazendo o possível para aproximar muitas pessoas de Deus. Dedicou-se de modo especial à formação de jovens, primeiro em Madri e depois em Bilbao.
Começou o trabalho apostólico do Opus Dei no México, onde morou de 1950 a 1956. Foi uma aventura que viveu generosamente e com grande fé. As pessoas que a conheceram ressaltam que a sua prioridade era para cumprir a vontade de Deus e estar a serviço dos outros. Animados por Guadalupe, vários de seus amigos promoveram atividades de desenvolvimento humano e cristão, como um centro de formação humana e profissional de camponesas em uma área rural do Estado de Morelos.
Em 1956 mudou-se para Roma, onde colaborou com São Josemaria no governo do Opus Dei. Depois de dois anos, por motivos de saúde, voltou à Espanha e retomou o ensino e pesquisa no campo científico. Terminou a sua tese de doutorado em química com nota máxima. Foi pioneira doCentro de Estudios e Investigación de Ciencias Domésticas (CEICID). Mais tarde, recebeu a medalha do Comité Internacional Rayonne et des Fibres Synthétiques, por uma pesquisa sobre fibras têxteis. Ao mesmo tempo, continuou a desempenhar tarefas de formação cristã no Opus Dei. Em todas as suas ações refletia-se a sua aspiração de amar a Deus com o seu trabalho, a sua amizade e o seu exemplo de alegria.
Faleceu em por uma doença cardíaca, com fama de santidade, no dia de Nossa Senhora do Carmo (16 de julho) de 1975, aos 59 anos de idade.
Desde então, a devoção privada a Guadalupe vem se expandindo cada vez mais. De acordo com o postulador, as pessoas que recorrem à sua intercessão recebem graças muito variadas: curas, favores relacionadas com a gravidez e o parto, obtenção de empregos, compatibilizar trabalho e família, solução de problemas econômicos, reconciliações familiares, aproximar amigos e colegas de trabalho a Deus, etc.





Guadalupe Ortiz de Landázuri é declarada Venerável Serva de Deus. 


O Papa Francisco autorizou na manhã de 04 de maio de 2017 a promulgação de doze decretos relativos a causas de canonização. Entre eles, o decreto sobre as virtudes heroicas de Guadalupe Ortiz de Landázuri (1916-1975), uma pessoa do Opus Dei.
Ao saber da notícia, o prelado do Opus Dei, Mons. Fernando Ocáriz, comentou: "Como repete o Papa Francisco, os santos são a face mais bela da Igreja. Estes novos decretos são, portanto, causa de profunda gratidão a Deus, que é a fonte de toda a santidade. Ele age nas almas de tantos homens e mulheres do nosso tempo, e deixa-nos esses exemplos como luz e apoio para a nossa vida. "
Mons. Ocáriz disse que "cada causa de canonização nos ajuda a descobrir o amor de Deus e a alegria do caminho cristão. Precisamente alegria é uma característica central da vida de Guadalupe. Irradiava alegria cristã nas diversas ocupações da sua vida: como a química, as tarefas domésticas, o ensino e a extensa e intensa dedicação apostólica que desenvolveu na Espanha, México e Itália. O exemplo de Guadalupe nos lembra que quando Deus chama à santidade, até mesmo as coisas mais comuns adquirem um horizonte amplo e belo e são ocasião para aproximar muitas pessoas da felicidade da união com Deus".
"Peço a Deus que o seu exemplo nos ajude a trilhar o caminho cristão difundindo paz e alegria ao nosso redor", acrescentou o prelado.
Em uma entrevista, o postulador da causa, o sacerdote Antonio Rodríguez de Rivera, define Guadalupe como "uma mulher que ama a Deus, cheia de fé e esperança, que com o seu trabalho e otimismo, ajudou os outros nas suas necessidades espirituais e materiais. Era patente a alegria em todas as suas atividades, também perante situações mais difíceis".








Oração para pedir a intercessão da Venerável Serva de Deus: 
Senhor, nosso Deus, que quereis que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade, concedei-me por intercessão da vossa serva Guadalupe saber aprender, como ela, a realizar com amor o trabalho cotidiano e contagiar com a fé e a alegria a todas as pessoas que me rodeiam, para que assim possam unir-se aos que vos conhecem e vos amam. Dignai-vos glorificar a vossa serva Guadalupe e concedei-me por sua intercessão o favor que vos peço... (peça-se). Amém. Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

Em conformidade com os decretos do Papa Urbano VIII, declaramos que em nada se pretende prevenir o juízo da Autoridade eclesiástica, e que esta oração não tem finalidade alguma de culto público.
A todos os que obtiverem graças por intercessão de Guadalupe Ortiz o favor de comunicá-las à Prelazia do Opus Dei - Escritório para as Causas dos Santos através do formulário, ou pelo email ecs.br@opusdei.org, ou ainda enviando por correio para Rua João Cachoeira, 1496, CEP 04535-007, São Paulo, SP
Com aprovação eclesiástica


FONTE: http://opusdei.org.br/pt-br/section/guadalupe-ortiz-de-landazuri/








Nenhum comentário:

Postar um comentário