Páginas

Encontre o (a) Santo (a), Beato (a), Venerável ou Servo (a) de Deus

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Matrimônios Santos: SANTA MARGARIDA e Malcolm Canmore, Reis da Escócia


A Igreja no Brasil celebra, no período de 26 de novembro de 2017, Solenidade de Cristo Rei, à 25 de novembro de 2018, o “Ano do Laicato”, que tem como tema “Cristãos Leigos e Leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema “Sal da Terra e Luz do Mundo”.

“Os leigos são os cristãos batizados que não estão ligados como membros às Sagradas Ordens, ou seja, os que foram incorporados a Cristo pelo Batismo, que formam o Povo de Deus, e que participam da função sacerdotal, profética e régia de Cristo.
Os cristãos leigos estão na linha mais avançada da vida da Igreja; e devem ter uma consciência clara, não somente de pertencerem à Igreja, mas de “serem e sentirem com a Igreja”, isto é, a comunidade dos fiéis na terra em unidade com o Santo Padre, o Papa, e em comunhão com seus Bispos. Juntos, como a Igreja.
O leigo tem como vocação própria, procurar o Reino de Deus exercendo funções no mundo, no trabalho, mas ordenando-as segundo o Plano e a vontade de Deus. Cristo os chama a ser “sal da terra e luz do mundo” (lema deste ano do laicato). O leigo deve ser testemunha de Cristo onde o sacerdote não chega. Ele deve levar a luz de Cristo aos ambientes de trevas, de pecado, de injustiça, de violência, enfim, ao mundo de hoje com suas virtudes e mazelas. Assim, no mundo do trabalho, levando tudo a Deus, o leigo contribui para o louvor do Criador. Ele constrói o mundo pelo trabalho, e assim coloca na obra de Deus a sua assinatura.
Sabendo da importância do leigo para a Igreja, a Igreja no Brasil tem a proposta de celebrar no período de 26 de novembro de 2017, Solenidade de Cristo Rei, à 25 de novembro de 2018, o “Ano do Laicato”.
O tema escolhido para animar a mística do Ano do Laicato foi: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema, como já dissemos: “Sal da Terra e Luz do Mundo” (Mt 5,13-14).

(Retirado do site:http://cnbb.net.br/ano-do-laicato-intensificara-o-trabalho-para-que-cristaos-leigos-e-leigas-sejam-sal-e-luz-na-igreja-e-na-sociedade acesso pela última vez: 30/10/2017).

O Ano do Laicato terá como objetivo geral: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”

(Retirado do site: http://cnbb.net.br/ano-do-laicato-intensificara-o-trabalho-para-que-cristaos-leigos-e-leigas-sejam-sal-e-luz-na-igreja-e-na-sociedade, acesso pela última vez: 30/10/2017).

O Concílio Ecumênico Vaticano II fez vir à tona mais ainda a atividade do leigo na Igreja: “Os leigos que forem capazes e que se formarem para isto podem também dar sua colaboração na formação catequética, no ensino das ciências sagradas e atuar nos meios de comunicação social.” (CIC §906)
Os leigos são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, “eles têm a obrigação e gozam do direito, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente por meio deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que sem ela o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito”. (CIC §900).
“Os leigos podem também sentir-se chamados ou vir a ser chamados para colaborar com os próprios pastores no serviço da comunidade eclesial, para o crescimento e a vida da mesma, exercendo ministérios bem diversificados, segundo a graça e os carismas que o Senhor quiser depositar neles.” (CIC §910). Nesse sentido, além do trabalho essencial dos leigos no mundo, a colaboração intra-eclesial também é muito importante como membros da Igreja.
A Comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato organizou as atividades em quatro eixos: 1) Eventos; 2) Comunicação, catequese e celebração; 3) Seminários temáticos nos Regionais; e 4) Publicações. O Ano do leigo, pretende ainda: “Dinamizar o estudo e a prática do documento 105: ‘Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade’ e demais documentos do Magistério, em especial do Papa Francisco, sobre o Laicato; e estimular a presença e a atuação dos cristãos leigos e leigas, ‘verdadeiros sujeitos eclesiais’ (DAp, n. 497a), como “sal, luz e fermento” na Igreja e na Sociedade.
Contudo, o Ano do laicato será muito especial, pois, teremos a oportunidade de ainda mais aprofundar na missão do leigo e do seu papel no contexto atual de Igreja e mundo. Segundo Papa Francisco: “em virtude do Batismo recebido, os fiéis leigos são protagonistas na obra de evangelização e promoção humana". "Incorporado à Igreja, cada membro do Povo de Deus é inseparavelmente discípulo e missionário. É preciso sempre reiniciar dessa raiz comum a todos nós, filhos da Mãe Igreja”.

(Retirado do site: http://www.news.va/pt/news/papa-francisco-leigos-sao-protagonistas-na-obra-de/ Acesso: 30/10/2017).

Que nossos leigos e leigas neste ano especial, fiéis filhos da Igreja, e seguidores de Jesus Cristo, possam, diante de tantas ideologias e injustiças serem testemunhas de um tempo novo em que o Evangelho vivido seja um sinal de esperança cristã para a sociedade, totalmente comprometidos com Jesus Cristo e guiados pelo Espírito Santo no caminho para o Pai e assim sejam sempre mais testemunhas evangélicas da misericórdia divina!”

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro
Em: http://arqrio.org/formacao/detalhes/1940/ano-do-laicato

Diante desse tema tão importante para a Igreja, o Laicato, trazemos uma série de Matrimônios Santos, estado de vida especialmente laical, para iluminar o ano que celebramos.

SANTA MARGARIDA (OU MARGARETH), 16 DE NOVEMBRO, e Malcolm Canmore, Reis da Escócia:
Apurada delicadeza em casal e união em todas as suas obras.

Santa Margarida é recebida pelo 
Rei Malcolm III da Escócia, 
seu futuro esposo.


Santa Margarida, rainha da Escócia no século XI, impulsionou as artes da civilização, a educação e a religião, e atuava abnegadamente em benefício dos mais necessitados do reino. Seu esposo, o rei Malcolm, consultava-a em todos os assuntos mais graves de Estado, nos períodos de guerra e de paz, e ela administrava mais que o próprio rei os assuntos do palácio.
Como uma mulher deste nível chegou à Escócia em pleno século XI? Margarida, filha do rei SANTO EDUARDO da Inglaterra, nasceu em 1046 no exílio, devido à invasão da Inglaterra pelo rei Canuto da Dinamarca. Foi criada na cristianíssima corte de Santo Estêvão de Hungria, onde recebeu uma esmerada educação na fé, dedicando-se ao estudo das Escrituras desde menina. Depois de retornar à Inglaterra teve que fugir novamente com seus irmãos, durante a perseguição de Guilherme o Conquistador (1067) e chegaram casualmente à costa de Escócia, onde reinava Malcolm Canmore, viúvo, que tinha uns 40 anos de idade.


Estando na Escócia, Margarida, tão bonita como boa e recatada, cativou o coração de Malcolm e, no ano de 1070, tendo ela 24 anos, casou-se com o rei no castelo de Dunfermline. Aquele matrimônio atraiu muitos benefícios para Malcolm e para Escócia. O rei era um homem rude e inculto, mas com boa disposição, e Margarida, segura da grande influência que exercia sobre ele, suavizou seu caráter, educou seus modos e o converteu num dos monarcas mais virtuosos dentre os que ocuparam o trono da Escócia. Graças àquela admirável mulher, as metas do reino foram, desde então, estabelecer a religião cristã e fazer felizes aos súditos. Não só deixou nas mãos da rainha a total administração dos assuntos domésticos, mas também continuamente a consultava nos assuntos de Estado.

Casamento de Santa Margarida com o rei Malcolm da Escócia.

Malcolm se transformou, sob a influência da graça divina, através de sua esposa, tornando-se um magnífico soberano cristão.
Do caráter nobilíssimo de Santa Margarida temos o incomparável testemunho de seu confessor, o sacerdote Turgot, que escreveu sua biografia a pedido de uma filha da santa:

Santa Margarida alimentando os órfãos.

“A rainha unia à doçura de seu caráter um estrito sentido do dever e, mesmo em sua severidade, era tão gentil, que todos que a rodeavam, homens ou mulheres, chegavam instintivamente a amá-la, ao mesmo tempo em que a temiam, e por temê-la, amavam-na. Algumas vezes apontava as faltas dos demais – sempre as próprias -, com essa aceitável severidade moderada pela justiça, que o Salmista nos recomenda usar sempre ao dizer-nos: ‘Encoleriza-te, mas não chegues a pecar’. Todas as ações de sua vida estavam regradas pelo equilíbrio da mais gentil das discrições, qualidade esta que colocava um selo distintivo sobre cada uma de suas virtudes. Em resumo, posso dizer que cada palavra que pronunciava, cada ação que realizava, parecia demonstrar que a rainha meditava nas coisas do céu”

Santa Margarida cuidando de um pobre.


E sobre a influência da “graça conjugal” em seu esposo, o mesmo clérigo escreve:
“Pela ajuda de Deus, ela o fez atentíssimo às obras de justiça, misericórdia, esmolas e outras virtudes. Dela ele aprendeu a praticar vigílias noturnas em constante oração; instruiu-lhe exortando-o e dando exemplo de como orar a Deus com gemidos do coração e abundância de lágrimas. Fiquei admirado, confesso, do grande milagre da misericórdia de Deus, ao perceber no rei tão firme perseverança e entusiasmo em sua devoção, e me perguntei como poderia existir no coração de um homem, vivendo no mundo, total repulsa pelo pecado. Havia nele uma espécie de temor de ofender àquela, cuja vida era venerável, pois só podia concluir, por sua conduta, que Cristo habitava nela; voluntariamente obedeceu a seus desejos e prudentes conselhos em tudo. O que ela rechaçava ele também rechaçava; amava, por amor a ela, o que a agradava. De tal forma que, mesmo sem saber ler, dava voltas e examinava os livros de sua devoção ou de seu estudo, e quando a via demonstrar especial apreço por algum livro, ele também o olhava com delicado interesse, beijando-o e muitas vezes tomando-o em suas mãos. ”

Deus abençoou aos reis com seis filhos e duas filhas, aos quais sua mãe educou com cuidado meticuloso; ela mesma os instruiu na fé e doutrina católica. Sua filha Matilde se casou depois com Henrique I da Inglaterra (de quem deriva a atual família real inglesa) e passou à história com o apelido de Good Queen Maud (a boa rainha Maud), enquanto que três de seus filhos ocuparam sucessivamente o trono de Escócia, um dos quais é venerado como santo.

Santa Margarida com seu esposo e seus filhos.


A rainha Margarida prodigava igualmente, entre os servos do Palácio, os seus cuidados e esmeros; incentivava aos familiares e súditos a leitura das vidas dos santos. E, todavia, apesar dos assuntos de Estado e das obrigações domésticas, mantinha-se recolhida em Deus. Em sua vida privada observava uma estreita austeridade. Juntos os reis realizavam certas práticas penitenciais; serviam pessoalmente a um grupo de órfãos e de adultos pobres, todos os dias, antes de comer. Durante o Advento e a Quaresma, os reis tinham o costume de convidar para comer no palácio a 300 pobres que eles mesmos atendiam, às vezes de joelhos, utilizando louça semelhante a utilizada em sua própria mesa. Fizeram isto de forma privada: só presenciavam os capelães, alguns religiosos e os servos. A santa rainha jejuava todos os anos no Advento e na Quaresma, e assistia todas as noites o Ofício das Horas na igreja; muitas vezes o rei a acompanhava nessas vigílias. Durante o dia empregava algumas horas à oração. Sobretudo dedicava um tempo a cada dia à leitura das Escrituras. O livro dos Evangelhos era para ela o tesouro mais precioso, lendo-os diariamente; Malcolm, dando-se conta desta preferência, mandou fazer um rico e cravejado Evangeliário com as folhas pintadas com letras de ouro e o entregou pessoalmente como sinal de seu especial amor. Certa vez o livro caiu num rio, e foi considerado um milagre o fato de o recuperarem horas depois com as folhas e letras intactas.

Santa Margarida, em seu leito de morte, recebe a notícia do
falecimento de seu esposo e de um de seus filhos.


Certa vez, estando seus filhos já grandes, seu esposo saiu com eles para defender o território nacional na fronteira com a Inglaterra. Ela se despediu deles com lágrimas nos olhos, e depois o seu confessor notou nela uma mudança repentina: não irradiava a mesma alegria e com grande intimidade começou a falar-lhe de toda a sua vida, em ordem. Disse-lhe chorando: “Adeus; meu fim se aproxima. Cuida de meus filhos e lembre-se de mim na Santa Missa”. Algum tempo depois, sofreu uma crise aguda: ficou pálida, seu coração palpitava violentamente, e quando conseguiu falar, disse: “Hoje caiu sobre o reino escocês uma grande desgraça”. Horas depois, após receber o Viático e se dispor a acolher a vontade de Deus, um dos seus filhos chegou, e ao ver o estado de sua mãe, teve temor de lhe comunicar sobre a morte de seu esposo e de um de seus filhos na batalha. Ela lhe revelou que já sabia o que havia ocorrido, mas queria escutar os fatos diretamente dele. Então o filho se encorajou para contar o que acontecera, ao que ela respondeu: “Agradeço-lhe, Senhor. Agradeço porque me dás paciência para sofrer tantas calamidades juntas. Ao enviar-me tantas aflições na última hora de minha vida, tu me purificas de minhas culpas. Assim espero de tua misericórdia”. Santa Margarida morreu aos 47 anos de idade, no dia 16 de novembro de 1903, quatro dias após a morte de seu esposo. Imediatamente o povo começou a honrá-la como santa e é grande sua popularidade na Escócia e em outros países. É recordada, sobretudo, por sua generosidade com os pobres e aflitos.


Texto retirado do livro Matrimônios Santos – Os santos casados como modelos de espiritualidade conjugal; Padre Thomas Kevin Kraft, OP.

Nenhum comentário:

Postar um comentário