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sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

SÃO FAUSTINO MÍGUEZ (Faustino da Encarnação), Presbítero Escolápio (de São José Calasanz) e Fundador

          Hoje trazemos um santo espanhol que foi canonizado no mesmo dia dos nossos santos mártires de Cunhaú e Uruaçú, 15/10/2017, pelo Papa Francisco na Praça de São Pedro. 
      Esse novo santo, pertencente à família religiosa de São José de Calasanz, foi sensível aos apelos de seu tempo, dando atenção aos mais necessitados e especialmente à situação das mulheres, pelas quais fundou uma família religiosa, para que lhes promovesse a vida cristã e cidadã, de maneira mais digna para a mulher daquele tempo. 
            Ainda hoje a missão de São Faustino Míguez se faz muito necessária, para resgatar a dignidade e valor da mulher em sua feminilidade, característica única desse belo ser criado por Deus. 
         Além disso, o Pe. Faustino da Encarnação, seu nome de religioso, dedicou-se muito aos estudos, destacando-se no conhecimento de plantas medicinais, com o qual muito ajudou as pessoas em suas enfermidades. Sua vida de oração foi intensa, louvando sempre ao mistério que acompanha seu nome, a Encarnação do Verbo de Deus.



 BIOGRAFIA

FAUSTINO MÍGUEZ nasceu em Xamirás, uma aldeia de Acebedo del Rio, Celanova, na província de Orense (Espanha), a 24 de março de 1831, sendo o quarto filho do casal Benito Miguez e Maria Gonzalez, agricultores pobres e cristãos. A sua família era profundamente cristã e trabalhadora, propiciando-lhe um ambiente de fé, onde aprendeu a oração e o amor a Maria, a solidariedade com os necessitados e a responsabilidade no trabalho. Foi batizado com o nome de Miguel e assumiu o nome de Faustino da Encarnação ao ser consagrado sacerdote. A sua vida transcorreu como a de todos da sua idade, dividida entre os estudos, o trabalho rural, o encontro com os amigos, a família e as orações. Na escola de S. José de Calasanz seguiu Cristo, dedicando-se à educação. Como Padre das Escolas Pias aplicou-se todos os dias ao serviço da infância e da juventude.
Estudou latim e ciências humanas no Santuário de Nossa Senhora dos Milagres, em Orense, no qual se sentiu chamado por Deus para se tornar sacerdote e professor segundo o espírito de São José Calazans. No ano de 1850 ingressou no Noviciado das Escolas Pias de São Fernando, em Madrid, onde tomou o hábito, professou os seus votos perpétuos e se ordenou sacerdote, em 1856.
Durante alguns anos, padre Miguez desenvolveu seu apostolado em Cuba, no Colégio de Guanabacoa, onde começou a se entusiasmar pelos estudos de Botânica e a se dedicar a uma atividade que, com o tempo, viria a se constituir em uma de suas ocupações prediletas: a produção e distribuição de ervas medicinais, que curavam múltiplas doenças e com as quais recuperou importantes personalidades da sua época.
Sempre atento às necessidades das pessoas, tomou contato com a realidade vital do povo, participou nos seus problemas, sofrimentos e enfermidades, e respondeu-lhes na medida das suas forças. Dada a sua vocação científica, procurou também com este seu talento socorrer a humanidade abatida por tantos sofrimentos físicos e, a exemplo do Mestre divino, preocupou-se da saúde tanto da alma como do corpo.
Depois, retornou à Espanha, e como padre escolápio (religiosos e leigos de São José Calasanz), lecionou em muitas escolas das mais variadas dioceses do país. Nos cinquenta anos de magistério, quis sempre ocupar o lugar comum de professor, sem cargos de destaque, para se dedicar diretamente na formação e instrução das crianças e jovens. Em algumas ocasiões chegou a ser o diretor dos alunos internos, para os quais foi amigo, pai, companheiro e conselheiro. Escreveu vários livros de fácil compreensão, sobre ciências naturais e botânica. Como sacerdote escolheu o ministério do confessionário se tornando diretor espiritual de muitos paroquianos.
Ao mesmo tempo, para ajudar os doentes se dedicou à preparação de produtos fitoterapêuticos, com os quais obteve curas surpreendentes. Enfrentou muitos opositores, entretanto, muitos o procuravam porque já haviam sido curados pelas propriedades das ervas que ele indicara. Após as polêmicas e oposições, doze medicamentos foram aprovados pela Diretoria Geral da Sanidade Pública e vendidos nas farmácias.
Transferido para a diocese de Getafe, padre Faustino fundou para o bem da humanidade, o Instituto Miguez, com a aprovação do Vaticano, passando a cultivar e a produzir os medicamentos aprovados. Com isto, trouxe muitas divisas para a Ordem. Em Sanlúcar de Barrameda, na Galiza, constatou a ignorância e o abandono em que vivia a mulher e a marginalização que existia no campo educativo. Convicto da importância da mulher na família e na sociedade, e animado do mesmo espírito que tinha impelido S. José de Calasanz, fundou em 1875 o Instituto Calasanziano das Filhas da Divina Pastora, dedicado à promoção humana e cristã das meninas, especialmente das mais pobres, a fim de que, guiadas desde a mais tenra idade, chegassem a ser, dizia, boas cristãs, boas filhas, boas esposas e boas mães e membros úteis para a sociedade, da qual devem formar a parte mais interessante.


Morreu em Getafe, aos 94 anos de idade, no dia 8 de março de 1925. A sua longa vida consagrada totalmente ao Senhor, a quem amou sobre todas as coisas, foi um contínuo ato de fé e de aceitação da Sua vontade em todos os momentos. Deixou-se modelar por Deus e só procurou a Sua glória. Amou o Instituto das Escolas Pias e procurou viver com radicalidade e autenticidade a sua vida religiosa. Padre Faustino Miguez, foi beatificado pelo Papa João Paulo II, em 1998. A sua festa litúrgica ocorre no dia de sua morte. Sua canonização se deu no dia 15 de outubro de 2017, junto com os santos mártires de Cunhaú e Uruaçú, Brasil.

«Quem se humilha será exaltado» (Lc 18, 14). Ao elevar à glória dos altares o sacerdote escolápio Faustino Míguez, cumprem-se estas palavras de Jesus que escutamos no Evangelho. O novo Beato, renunciando às próprias ambições, seguiu Jesus Mestre e consagrou a sua vida à educação das crianças e dos jovens, conforme o estilo de São José de Calasanz. Como educador, a sua meta foi a formação integral da pessoa. Como sacerdote, buscou sem cessar a santidade das almas. Como cientista, quis aliviar a enfermidade libertando a humanidade que sofre no corpo. Na escola e na rua, no confessionário e no laboratório, o Padre Faustino Míguez foi sempre transparência de Cristo, que acolhe, perdoa e anima.


Trecho da Homilia de Beatificação – Papa São João Paulo II – 25 de outubro de 1998

«Homem do povo e para o povo», nada nem ninguém lhe esteve alheio. Constatou a situação de ignorância e marginalização em que vivia a mulher, a quem considerava a «alma da família e a parte mais interessante da sociedade ». Com a finalidade de a guiar desde a infância pelo caminho da promoção humana e cristã, fundou o Instituto Calasanziano das Filhas da Divina Pastora, dirigido para a educação das meninas na piedade e nas letras.
O seu exemplo luminoso, entretecido de oração, estudo e apostolado, prolonga-se hoje no testemunho das suas filhas e de tantos educadores que trabalham com denodo e alegria, para gravar a imagem de Jesus na inteligência e no coração da juventude.



Sobre a celebração de sua canonização



Um dos momentos mais emocionantes da celebração para quase dois mil peregrinos calasâncios foi a leitura do Breve Pontifício por meio do qual o Papa inscreve oficialmente no Catálogo dos Santos o Pe. Faustino:
"Em homenagem à Santíssima Trindade, para exaltar a fé católica e o crescimento da vida cristã, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, os Santos Apóstolos Pedro e Paulo e a Virgem, depois de ter refletido longamente, invocando, muitas vezes, a ajuda divina e ouvindo o parecer de inúmeros irmãos no Episcopado, declaramos e definimos Santos os Beatos Faustino Míguez (...) e os inscrevemos no catálogo dos Santos, e estabelecemos que, em toda a Igreja, sejam devidamente honrados entre eles. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo."
Com a benção final, os peregrinos da Praça de São Pedro explodiram, exultando de alegria, em aplausos e cantos. Agora podemos dizer: SÃO FAUSTINO MÍGUEZ, ROGAI POR NÓS!


Sugestões de Vídeo sobre São Faustino Míguez:





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