Edvige
Carboni nasceu em Pozzomaggiore, a dois de maio de 1880, filha de Giovane
Battista e Maria Domenica Pinna. Sua infância e adolescência transcorrem num
ambiente familiar moralmente são, honesto, forte e generoso, dedicado ao
trabalho assíduo e diligente. Trabalhava no tear e ajudava a mãe nos trabalhos
domésticos. Aos dez anos, Edvige fez sua primeira comunhão e, apesar de sua
vida não revelar exteriormente nada de singular, a serva de Deus iniciou um
caminho de perfeição evangélica, fortificada da oração incessante, dos
sacramentos; humilde, obediente, pura e caritativa com todos, Edvige Carboni
correspondia generosamente à graça de Deus que nela trabalhava de modo pleno,
enchendo-a com os seus dons.
Não ficou
livre das incompreensões que vinham por parte de muitos, Edvige perdoava a
todos e sempre, com doçura e humildade, que foram suas marcas. Na paróquia,
desenvolveu com amor sua atividade de catequista, ensinando a todos como amar e
servir a Deus...e não só com palavras; para todos, ela tinha um sorriso uma
palavra de encorajamento, uma oração; os homens pobres e os doentes eram seus
prediletos, aqueles que se aproximavam dela sentiam a presença do sagrado.
Existiam muitos Padre e Bispos que a estimavam e viam nela o dedo de Deus,
entre esses está o Servo de Deus Padre Giovanni Battista Manzella, Monsenhor
Ernesto Maria Piovella, São Luís Orione, Padre Felício Capello, São Pio de
Pietrelchina e o passionista Ignazio Parmeggiani, seu ultimo confessor.
A luta e a doença da família
impediram-na de tornar-se religiosa e levaram-na a aceitar o emprego perto do
Correio, pois sua família em casa necessitava após o desaparecimento da mãe.
Edvige pensou e decidiu doar-se totalmente sem reservas e com alegria.
Mesmo necessitando de muitas coisas,
ela se privava mesmo do necessário para assistir os pobres e famintos durante
as duas grandes guerras mundiais. Ela não era distante dos problemas do mundo e
tinha coragem de enfrentá-los. Deus e a fé eram o centro de toda a sua intenção
e ação: este é o seu segredo, essa é a sua singularidade no meio a tantas
mulheres do seu e do nosso tempo.
Edvige era aquela mulher forte da Bíblia e
aquela virgem prudente do Evangelho, ela soube perfeitamente fundir e unir a
vida de Marta e Maria. “Senhor, vou morrer de tanto amar-te”, era seu
lema. E todo o seu diário é permeado de expressões similares. Imenso era o seu
amor pela Eucaristia, pela Santíssima Virgem e pelas almas do Purgatório.
Em 1929, resignada pela vontade de Deus, Edvige deixou sua terra natal para viver em seguida em várias localidades do
Lacio, e em 1938 em Roma, ano esse que fez sua ultima visita à Sardenha.
Seria um erro ao falar de sua
gigantesca figura, sem falar de seus dons místicos, e os carismas que muitos
notaram nela, apesar de tudo fazer para que não fossem conhecidos. Não foram,
porém, esses dons que a fizeram santa, mas somente a virtude evangélica que ela
praticou, sua fé forte, sua esperança e caridade, o espírito de bem-aventurança
que nela operou coisas extraordinárias e finalmente a obediência ao Papa que
ela defendia tenazmente diante das críticas ao seu magistério.
Os fatos relatados sobre ela são muitos
e maravilhosos: ela lia os corações, previa eventos futuros, foi vista em
êxtase sob o chão onde estava ajoelhada, a farinha que doava para o pão se
multiplicava, obteve a graça da chuva e com sua oração que um rapaz voltasse à
vida após ter sofrido uma queda de cavalo.
O dom que mais lhe custou foram os
estigmas que trouxe em seu corpo desde 1909 até o fim da vida. Além dos
estigmas ela tinha outros fenômenos místicos: êxtase e visão, a visita de Nossa
Senhora e dos Santos, animação de imagens sacras, perseguição diabólica,
bilocação, comunhão mística, perfume e contato com as almas do purgatório.
Não era portadora de nenhum mal
psíquico; a serva de Deus era equilibrada e mulher sã; chegamos então à
conclusão que Deus se manifesta misteriosamente e maravilhosamente nos seus
Santos; Deus por ser Poderoso, age como quer e em quem quer. O muro que separa
a nossa realidade da realidade eterna é frágil; no místico, Deus anula esse
muro e dá uma resposta a tantos que O negam.
Edvige Carboni deixou sua jornada
terrena para iniciar a celeste em dezessete de fevereiro 1952 em Roma, seu
corpo repousa no cemitério Albano Laziale.
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