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sábado, 23 de novembro de 2013

São Ricardo Pampuri, Médico e Religioso da Ordem Hospitaleira de São João de Deus (os Fatebenefratelli)



São Ricardo Pampuri nasceu em Trivolzio, perto de Pávia, a 2 de agosto de 1897, e foi batizado com o nome de Hermínio Filipe. Foi o penúltimo de 11 filhos de Inocente Pampuri e Ângela Campari. A sua mãe faleceu quando Hermínio era ainda uma criança de apenas três anos de idade e o seu pai morreu alguns anos mais tarde: por isso, foi confiado aos tios. Ainda jovem estudante, entrou para a Sociedade de São Vicente de Paulo e colaborou na fundação da Associação Juvenil da Associação Católica "Dom Bosco".

Ao terminar os seus estudos de Medicina, com 24 anos de idade, tornou-se médico de família em Morimondo, uma aldeia não muito distante de Trivolzio; exerceu aí a sua profissão com zelo e bondade, pondo em prática na vida profissional a sua fé e o seu forte sentido de missão. Escreveu as seguintes palavras à sua irmã Longina, freira missionária:

“Reza para que o orgulho, o egoísmo ou qualquer outra má paixão nunca me impeçam de ver Jesus nos meus doentes. É Ele que cura, é Ele que consola”.

E assim escrevia, nos seus propósitos, ao preparar-se para a profissão religiosa (Na Ordem Hospitaleira de São João de Deus):

"Quero servir-Vos, meu Deus, no futuro, com perseverança e amor supremo: nos meus superiores, nos irmãos, nos doentes, vossos prediletos: dai-me a graça de os servir como Vos serviria a Vós."

Depois da morte, ocorrida no dia 01 de maio de 1930, a sua fama de santidade foi-se difundindo por toda a Itália e, depois, na Europa e no mundo. Vários milagres foram atribuídos à sua intercessão. São ainda muitos os peregrinos que se deslocam a Trivolzio para venerar os seus restos mortais (corpo incorrupto), que repousam na igreja paroquial.

Durante a cerimônia de canonização, celebrada no dia 1 de novembro de 1989, o Santo Padre Beato João Paulo II, afirmou na homilia que proferiu:

 
“Não podem deixar de nos impressionar as palavras com que são Ricardo se dirigia, num último colóquio, ao seu diretor espiritual: ‘Padre, como me acolherá Deus?... Eu amei-O muito, e muito O amo’. Neste intenso amor reside o valor supremo do carisma de um verdadeiro Irmão da Ordem de São João de Deus, cuja vocação consiste precisamente em repropor a imagem de Cristo a cada pessoa que encontra no seu caminho, numa relação feita de amor desinteressado e alimentado pela fonte de um coração puro”.

Oxalá que são Ricardo Pampuri, estimado e venerado com devoção por muitos jovens e médicos, seja sempre um modelo de fé e de oração, de amor e de caridade para os jovens de hoje. Humilde discípulo de Cristo segundo o estilo de são João de Deus, colocou toda a sua humanidade no dom generoso de si mesmo ao serviço dos irmãos que sofrem.
 
Oração: São Ricardo, caminhaste tempos atrás pelas ruas da nossa terra. Rezaste no silêncio das nossas igrejas. Serviste com amor e inteligência aos doentes nas nossas casas. Foste acolhedor para com todas as pessoas que te procuraram.
Hoje, como naquele tempo os teus doentes, eu também te procuro e dirijo-me a ti para que me ajudes a ter a curado corpo e do espírito e obtenha-me do Senhor a tua mesma fé. Amém!
São Ricardo Pampuri, rogue por nós!





São Ricardo Pampuri, rogai por nós, pelos doentes e sofredores!


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MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II  AO PRIOR-GERAL DA ORDEM HOSPITALEIRA DE SÃO JOÃO DE DEUS NO PRIMEIRO CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE SÃO RICARDO PAMPURI:

Ao Reverendíssimo FR. PASCUAL PILES FERRANDO
Prior-Geral da Ordem Hospitaleira de São João de Deus.

1. No centenário do nascimento de São Ricardo Pampuri, desejo dar graças ao Senhor por este Santo que honra essa Família religiosa. A presença das suas Relíquias no hospital dos Fatebenefratelli, na Ilha Tiberina, constitui a ocasião oportuna para repropor, a quantos trabalham no âmbito dessa estrutura hospitalar, o testemunho eloquente da sua vida, inteiramente impregnada do programa ascético do «ama nesciri et pro nihilo reputari». Tive a alegria de proclamar Beato em 1981, e Santo em 1989, esta límpida figura de homem do nosso tempo. Nele refulgem os traços da espiritualidade laical delineada pelo Concílio Ecuménico Vaticano II.

A sua existência terrena, contida no arco de apenas 33 anos, mostra como em breve tempo este jovem religioso soube alcançar o ápice da santidade. Nos primeiros anos de vida em Trivolzio e Torrino, durante os estudos secundários e universitários em Milão e Pavia, na frente ítalo-austríaca durante a primeira guerra mundial, e depois em Morimondo, como médico municipal, deixou em toda a parte vestígios de piedade e de amor pelos pobres. Sustentado pelo exemplo dos seus entes queridos e pelo convívio com piedosos e zelosos sacerdotes, empenhou-se em múltiplos campos de apostolado: foi sócio assíduo e generoso do Círculo Universitário e das Conferências de São Vicente de Paulo, presidente da Associação juvenil da Ação Católica, Terciário franciscano e animador incansável de iniciativas de formação espiritual e de caridade. Com a idade de 30 anos, entrou na Ordem dos Fatebenefratelli, de cujo carisma se tornou um dos intérpretes mais significativos.

2. «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» (Mc 10, 17). Parece ser esta a pergunta que atravessa os pensamentos deste jovem, sempre em busca da perfeição cristã. «Falta-te apenas uma coisa: Vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e segue- Me» (Mc 10, 21). Ao convite do Senhor ele, dotado de fé e caridade profunda, respondeu com alegria, doando-se completamente a Cristo pobre, humilde e casto e entrando na Ordem dos Fatebenefratelli. Vítima de uma doença contraída em zona de guerra, ao abraçar o carisma de São João de Deus, conseguiu dar plenitude ao seu desejo de anunciar e testemunhar aos doentes o Evangelho de Cristo crucificado e ressuscitado.

Como o divino Mestre, sentiu a urgência do «deserto» e da oração (cf. Mc 1, 35) para depois poder servir os irmãos, especialmente os doentes e os sofredores. «Tenho necessidade de me recolher um pouco em mim mesmo na presença do Senhor, para que a minha alma não se torne insensível nem se perca em estéreis e prejudiciais preocupações externas», escrevia numa sua carta. Essa necessidade levava-o a viver constantemente unido ao Senhor, a deter-se por longo tempo diante do tabernáculo e a nutrir uma terna devoção pela Virgem. Na escola do Evangelho, tornou-se para quantos o conheceram e, sobretudo, para os seus assistidos um sinal vivo da misericórdia de Deus, sempre disponível a ver nos doentes o Cristo que sofre, a ajoelhar-se na soleira das casas onde reinava a dor e a partir apressado sem esperar nenhuma recompensa.

Tendo escolhido cumprir profundamente a vontade do Pai, à imitação do seu Senhor, viveu como ato supremo de obediência e de amor também a doença e a morte.

3. Como não acolher a mensagem contida no maravilhoso caminho de santidade de São Ricardo Pampuri, que essas celebrações centenárias repropõem de modo eloquente?

Aos Coirmãos da Ordem à qual pertencia, chamados a servir Cristo nos doentes, o testemunho deste jovem médico- cirurgião indica que a união com Deus deve alimentar constantemente a vida religiosa e a atividade apostólica. Aos leigos que trabalham nas estruturas hospitalares, São Ricardo Pampuri, médico apaixonado pela sua missão entre os doentes, propõe que amem a própria profissão e a vivam como vocação. Ele, que no cuidado dos que sofriam jamais separou ciência e fé, empenho civil e espírito apostólico, convida todos os agentes de saúde a terem sempre em conta a dignidade da pessoa humana, para exercerem o «dever quotidiano» com o espírito do bom Samaritano. O testemunho que deu na doença, que o levou à morte, encoraja todos os que sofrem a não perderem a confiança em Deus; antes, exorta-os a acolher também na prova o projeto de amor do Senhor.

Enquanto invoco a especial proteção de São Ricardo Pampuri, oro para que as celebrações jubilares do seu nascimento e o inteiro programa espiritual e cultural preparado para essa festividade, constituam para todos uma ocasião de renovado empenho na vida cristã, nas relações interpessoais e no serviço aos doentes.

Relicário com o coração
de São Ricardo Pampuri
Possam aqueles que visitam as Relíquias de São Ricardo Pampuri, com a radicalidade e generosidade por ele testemunhadas até à morte, seguir o exemplo de São João de Deus, Fundador dessa Ordem Hospitaleira.

Com estes bons votos, concedo-lhe, bem como aos Coirmãos, às Religiosas colaboradoras, aos Agentes de saúde e aos doentes uma especial Bênção Apostólica.

Vaticano, 22 de Outubro de 1997.


JOÃO PAULO II











Um comentário:

José João Bosco Pereira disse...

Conheci a ordem dos hospitaleiros de São João de Deus e os padres de Divinópolis, MG, dos quais muito admiro e rezo pela ordem e a santificação deles. Viva seus valorosos discípulos de Jesus e seu amor aos doentes e aos médicos e ao hospital São João de Deus de Divinópolis.

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