Padre
José Allamano tinha uma saúde frágil, mas este servo de Deus era
de uma fortaleza heroica. Sem abandonar as atividades da diocese,
priorizou e se ocupou da formação do clero, dos missionários e
missionárias. O ideal que propunha era de servir as missões com
dedicação total de mente, palavra e coração.
Já quando novo, José Allamano tinha um profundo entendimento do Evangelho, e, desde sempre, tinha dentro de si a vontade de ajudar o próximo. Uma de suas frases mais célebres foi: "Fazer bem o Bem". Essa frase resume bem a maneira de pensar e a vontade que José Allamano tinha em fazer a diferença com a sua bondade.
Boa
parte dos esforços de José Allamano foi ao direcionamento de várias
ações com caráter social, onde por muitos anos ele permaneceu
atuando mesmo sem deixar levar as suas obrigações como sacerdote da Santa Igreja Católica.
Biografia
José Allamano nasceu em 21 de janeiro de 1851 em Castelnuovo D'Asti, ao norte da Itália. A pequena cidade dedicava-se à agricultura e ao cultivo de vinhedo que cobriam as colinas e campos. Também a cidade natal de São João Bosco, “o apóstolo da juventude’'; e de seu tio São José Cafasso, irmão de sua mãe. Ambos foram seus orientadores e educadores desde a infância. Assim, José Allamano viveu no seio de uma família extremamente cristã.
Sendo o quarto de cinco filhos, perdeu o pai quando ainda
criança, aos três anos de idade. Como estudante foi um ótimo
aluno, exemplar e muito aplicado. Tendo nascido em uma família verdadeiramente católica, pode exercer a sua fé com integridade e tranquilidade, num período histórico em que Roma já havia caído há centenas de anos, e pouco existia em relação a perseguições contra cristãos. Assim, desde muito cedo, José Allamano foi inclinado a seguir uma vida religiosa.
Passou sua vida em Turim, e foi ali que iniciou seus estudos
ginasiais no Oratório de Dom Bosco, sendo o melhor da turma. Dom
Bosco, descobriu no garoto, de apenas 11 anos, excelentes qualidades
para torná-lo um membro da Sociedade Salesiana, mas o jovem Allamano
tinha outro ideal: "Deus
me chama agora... não sei se me chamará outra vez, dentro de três
ou quatro anos!" diz
aos seus irmãos - e com
vontade própria e decidido, ingressa no Seminário Diocesano de
Turim. Apesar da constituição física fraca, era espiritualmente
forte e dedicou-se com entusiasmo ao estudo e à oração. Pedia
sempre ao Senhor:
"Torna-me
santo e não somente bom".
Em
20 de setembro de 1873 foi ordenado sacerdote na Catedral de Turim,
com apenas 22 anos de idade. Com 25 anos, foi convocado para
continuar no mesmo seminário, como diretor espiritual, demonstrando
ter, apesar de jovem, excelentes qualidades de formador. Repetiu e
inculcou, biblicamente aos noviços, a seguinte frase:
"Fazer bem o
Bem".
Desempenhou
com muita fidelidade sua função sacerdotal como Professor de
Teologia, Reitor do Colégio Eclesiástico e Reitor do Santuário de
Nossa Senhora Consolata em Turim, pelo período de 46 anos. Muito
atento, e com a mente aberta às necessidades e exigências pastorais
do seu tempo, direcionou todas as iniciativas da diocese em favor da
promoção da ação social da Igreja, da imprensa católica, da
defesa e assistência ao clero, das associações operárias. Tinha
projetos para o mundo; desde
jovem seminarista, distinguiu-se por ter uma visão ampla dos
problemas do mundo e da Evangelização.
Em
1887, em Roma, encontrou-se com o velho missionário, o cardeal
Massaia, expulso definitivamente da Etiópia (África). Já naquela
ocasião o Pe. Allamano manifestava seu ardente desejo de ser
missionário.
Infelizmente,
sua saúde era muito frágil e isto não lhe permitiu chegar, em
termos geográficos, onde seus anseios e ideais o teriam levado.
No segredo do seu coração e para alguns mais íntimos, o Pe. Allamano tinha um grande sonho: dar início a um Instituto que agregasse padres e irmãos, dispostos a darem a vida pela Evangelização, da África inicialmente, e depois também dos outros continentes.
Superadas uma a uma as muitas dificuldades a respeito desse projeto, especialmente a mentalidade da época, chegou a hora da concretização do grande sonho.
No segredo do seu coração e para alguns mais íntimos, o Pe. Allamano tinha um grande sonho: dar início a um Instituto que agregasse padres e irmãos, dispostos a darem a vida pela Evangelização, da África inicialmente, e depois também dos outros continentes.
Superadas uma a uma as muitas dificuldades a respeito desse projeto, especialmente a mentalidade da época, chegou a hora da concretização do grande sonho.
Dia
29 de Janeiro de 1901, era oficializado, o Instituto Missionário da
Consolata, para padres e irmãos. Apenas dois anos mais tarde, ele já
estava enviando os primeiros quatro missionários (2 padres e 2
irmãos) para as missões do Quênia,
país do Sudeste da África.
O
trabalho de Evangelização expandia-se e as forças não eram
suficientes. Bem cedo os missionários sentiram a necessidade da
presença missionária feminina e pediram ao Fundador que enviasse
religiosas para um trabalho complementar. Não era tão simples
atender a este pedido, tendo em vista também, que as congregações
femininas de então, não haviam despertado ainda para o carisma
missionário além-fronteiras. Diante do impasse, o Pe. Allamano,
indo para Roma, expôs a dificuldade ao Papa Pio X. Este logo lhe
perguntou:
-"Por
que não funda você mesmo um instituto missionário feminino?"
-"Eu
não tenho vocação para isto, Santidade".
-"Não
a tem? Pois bem, eu lha dou. Vá e comece a pensar nisto".
Para o Pe. Allamano aquela ordem manifestava a vontade de Deus e imediatamente começou a tomar as devidas providências. O novo projeto custou-lhe vários anos de trabalho árduo, muita reflexão, dificuldades e sacrifícios. Mas, os santos são assim. Diante do que sentem ser vontade de Deus, nada os detém.
Em
29 de janeiro de 1910, o padre Allamano fundou em Turim outro
instituto para as Missões, o das
irmãs
Missionárias da Consolata.
Com a fundação das Irmãs, o trabalho missionário se estende a
outros países africanos: em 1916 na Etiópia; em 1922 na Tanzânia;
em 1924 na Somália; em 1925, Moçambique. Em 1946 no Brasil e assim,
sucessivamente em outros países da Europa, África, América e Ásia.
Dizia que seus missionários eram portadores de esperança: “Esta
é realmente obra do Senhor”.
Padre
José Allamano tinha uma saúde frágil, mas este servo de Deus era
de uma fortaleza heroica. Sem abandonar as atividades da diocese,
priorizou e se ocupou da formação do clero, dos missionários e
missionárias. O ideal que propunha era de servir as missões com
dedicação total de mente, palavra e coração.
Este
mestre e benfeitor do clero foi
chamado à casa do Pai serenamente
na sua residência, junto ao Santuário da Consolata, a 16 de
fevereiro de 1926. Seu corpo repousa em paz na Capela da Casa-Mãe
dos Missionários da Consolata, em Turim, Itália. Mas
sua obra, que tinha sólidos alicerces, foi continuando. Muitos
outros caminhos se foram abrindo e o Instituto foi alargando suas
fronteiras. Os missionários e as missionárias da Consolata estão
hoje presentes em 27 países.
Padre
José Allamano é uma das figuras mais marcantes da Igreja de Turim,
no final do século XIX e começo do XX. Um sacerdote que soube doar
tudo de si no serviço à Igreja e soube também abraçar o mundo com
seu amor filial a Nossa Senhora Consolata.
Ele
foi um homem que sempre esteve profundamente preocupado com a
realidade do mundo que o cercava, e seguindo a Cristo e a igreja, ele
conseguiu colocar boa parte dos seus planos que eram considerados
inovadores.
Todos
esses planos, foram de profunda importância para maior avanço da
igreja católica e para maiores avanços da ordem social, seja onde
fosse a sua localidade de atuação.
Em
7 de outubro de 1990 suas virtudes foram reconhecidas pela Igreja
Católica Apostólica Romana, que o declarou Bem-Aventurado José
Allamano, pela boca do Papa São João Paulo II.
Fontes:
Imagens retiradas do Google Imagens
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