Nos dias tão difíceis em que vivemos, em que a instituição célula da sociedade, a FAMÍLIA, é tão atacada, e em que a MATERNIDADE tem sido deixada de lado por muitas mulheres em busca de ideais diversos e avessos aos planos de Deus, faz-se necessário conhecermos essas grandes testemunhas de Cristo, que testemunharam o Evangelho por meio da vivência familiar, assumindo a santa vocação a que o Senhor as chamou, de mulher, esposa e mãe, na dedicação à família e à educação dos filhos.
VENERÁVEL MARGHERITA OCCHIENA, MAMÃE MARGARIDA, A MÃE DE DOM BOSCO
CENAS DE SUA VIDA
Margarida
Occhiena, a mãe de Dom Bosco, nasceu no Piemonte, norte da Itália,
no povoado de Capriglio, no dia 01 de abril de 1788 e faleceu em
Turim em 25 de novembro de 1856. Eram seus pais
e, portanto, avós maternos de Dom Bosco: Melquior Marcos Occhiena e
Domingas Bossone.
O Piemonte de então
As ideias liberais, revolucionárias, que eclodiram na Revolução Francesa, infiltraram por toda a Europa e chegaram até o Piemonte. Um verdadeiro vendaval que agitou, transtornou, destruiu mentes e ideais para uma ordem nova de concepções e de pessoas, de direitos e de deveres humanos. Provocaram lutas, abalaram tronos, derrubaram reis, muito sangue foi derramado. Veio a epopéia de Napoleão Bonaparte e suas sequelas dolorosas.
O Piemonte de então
As ideias liberais, revolucionárias, que eclodiram na Revolução Francesa, infiltraram por toda a Europa e chegaram até o Piemonte. Um verdadeiro vendaval que agitou, transtornou, destruiu mentes e ideais para uma ordem nova de concepções e de pessoas, de direitos e de deveres humanos. Provocaram lutas, abalaram tronos, derrubaram reis, muito sangue foi derramado. Veio a epopéia de Napoleão Bonaparte e suas sequelas dolorosas.
O
Piemonte assistiu, foi palco, participou destas vicissitudes. Viu com
tristeza o Papa Pio VII passar pelos caminhos que o levaram ao
exílio. Ser aclamado pelos fiéis quando voltou de Paris onde
coroara o imperador e permanecendo por três dias em Turim.
Chorou
novamente, com lágrimas de filhos impotentes, ante a tirania e a
força quando de novo viu o Papa passar prisioneiro por aquelas
mesmas estradas. Era a opressão francesa comandada por Napoleão
Bonaparte.
Foi
neste ambiente de contratempos e instabilidades que Margarida viveu
sua infância e adolescência. Foi sendo provada e desenvolvendo
virtudes que a tornaram a mulher forte e decidida, forjada para a
vida difícil que teve que encarar.
Na
escola da mãe, em meio a afazeres domésticos e dos plantios, o amor
ao trabalho, a oração, deram-lhe os fundamentos sólidos da
perfeição cristã que ela procurou serenamente por toda a vida. O
amor entranhado à pobreza, no desprendimento dos bens materiais, do
supérfluo. Uma vontade férrea para enfrentar as agruras da
vida. Uma acuidade perspicaz e corajosa para saber discernir e
entender os dons do Espírito Santo, sobretudo a Sabedoria.
O perfil de Mamãe Margarida
O perfil de Mamãe Margarida
Margarida
adquiriu, com a idade e a ação da graça divina, o espírito de
fortaleza, a confiança ilimitada em Deus, o equilíbrio da prudência
e do são critério. A maneira simples, desembaraçada, franca e
firme no falar, no decidir, no agir.
Casou-se
em 06 de junho de 1812 com Francisco Luís Bosco, viúvo de primeiras
núpcias, cujo filho Antonio, então com 04 anos, ela adotou, criou e
o educou como seu, com todo o carinho como fizera com seus próprios
filhos: José e João Melquior.
A viuvez
A viuvez
Apenas
cinco anos durou o enlace que tão bem iniciara. Francisco
Bosco, vindo do campo suado, entrou na adega fria pouco depois de
sair já começou a sentir-se mal. Uma febre violenta
apossou-se dele. Mal podia respirar. Era a pulmonite. Foi
fulminante, não resistiu e morreu logo depois, no dia 11 de maio de
1817.
As duas alianças
As duas alianças
Margarida
tirou a aliança do dedo de Francisco e colocou-a em seu dedo junto
com a sua. Era a recordação que dele quis guardar. Fidelidade e
amor até a morte. Sempre que vinham lhe dizer que seria bom para ela
aceitar algum pretendente ( o que não
faltava ), para ajudar a criar os
filhos, ela mostrava as duas alianças.
Tinha
agora dupla missão: ser mãe e pai. E
acrescentava: Deus me deu um marido e mo tirou; ao morrer
deixou-me três filhos. Eu seria uma mãe cruel
abandonando-os justamente quando mais precisam de mim. Se insistiam
que um bom tutor poderia cuidar muito bem deles, ela reafirmava: Um
tutor não é mais que um amigo, ao passo que eu sou a mãe de meus
filhos. Não os abandonarei jamais, ainda que me ofereçam todo o
ouro do mundo.
A
jovem camponesa, robusta, forte, acostumada às labutas diárias da
vida da roça, viúva tão cedo, desdobrou no trato da terra, nos
cuidados da família, na educação dos filhos. Enquanto a sogra,
mesmo presa à sua cadeira de paralítica cuidava da casa e das
crianças, ela ia para a lavoura, prover o sustento da casa.
Enfrentava dificuldades, arcava com canseiras,
com o preparo da terra, com as sementeiras, o plantio, as podas, as
colheitas, o armazenamento, tantas trabalheiras mais, próprias da
vida do agricultor. Suas mãos, mesmo calejadas, eram suaves,
carinhosas, em acariciar os filhos, em arrumá-los, vesti-los, em
oferecer-lhes segurança e fortaleza que dificilmente outra mãe lhes
poderia dar.
A Boa Samaritana
A Boa Samaritana
Em 1825, a sogra, Margarida Zucca, ultrapassava os oitenta anos. A velhice, a paralisia e os achaques prendiam-na definitivamente ao leito. Margarida, por sua vez, desdobrava-se em desvelos para com a sogra. Não se preocupava com sacrifícios. Médico, remédios, gastos necessários, em nada se poupava.
Houve
alguém que sentiu-se na obrigação de recomendar-lhe que fosse mais
econômica, afinal, para que gastar tanto com uma velha a quem não
restava senão morrer. Com a nobreza de alma e
a dignidade de sua personalidade retrucou:
Como mãe de meu marido ela é minha mãe também. Tenho a
obrigação de respeitá-la e cuidar dela. Prometi ao meu pobre
Francisco antes dele morrer. Se tudo que tenho feito, puder prolongar
sua vida, um minuto que seja, dou-me por bastante feliz.
A gratidão da sogra
A gratidão da sogra
No
leito de morte, após agradecer à nora de coração, a avozinha
pediu aos netos: - Respeitem
muita sua mãe. Tratem-na bem, imitem seu exemplo. Vejam com que
bondade ela cuidou desta sua pobre avó. Eu mesma sei que lhe fui de
grande peso. Por mim ela sofreu com paciência, rodeou minha vida de
carinhos. Fez sempre tudo para que eu não me aborrecesse.
Toda
a redondeza a conhecia como mãe dos que passavam necessidade. Jamais
dizia não a quem batesse à sua porta. Pobre
de bens terrenos era rica em dedicação, em desprendimento. Ao
saber que alguém estava doente não deixava de ir visitá-lo. Todos
recebiam-na de portas abertas. Prestava ao adoentado os socorros
necessários dentro do que lhe era possível, interessava-se por ele
e pela família.
Outras
vezes, altas horas da noite, alguém batia à porta da humilde casa
dos Bosco pediam a ajuda de Margarida, posto que, a família não
sabia como resolver o caso de alguém que adoecera repentinamente.
Ela chamava então um dos filhos, dizendo: Vamos fazer um ato de
caridade com um sofredor. Arrumavam rapidamente e saiam. Jamais
deixou de atender um pedido de ajuda. Quando o caso era grave, sendo
a paróquia distante, preparava o moribundo para o “grande passo”.
Ali ficava até fechar-lhe os olhos, consolando a família naquela
hora tão difícil da despedida.
A mais difícil provação
A mais difícil provação
Sobre os ombros de Margarida arcara de vez a responsabilidade da casa e da família. Educar os 02 filhos e conviver com o enteado, agora com 18 anos e julgando então, o chefe da casa, o herdeiro presumível dos bens que o pai deixara. Só a fé em Deus evitara que sucumbisse.
No
ponto de vista de Antonio, todos tinham que fazer a sua parte no
trato com a terra. Era dela que tiravam o sustento para viver. Não
tinham outro meio. Dois braços a menos fariam muita diferença.
Logo, João Bosco deveria esquecer os estudos e
ajudá-lo a cuidar da terra.
Embora
sem estudos, Margarida sabia dar grande valor a eles. Quis o melhor
para os filhos. Sentindo a vocação de João Bosco para o
sacerdócio, tudo fez para vê-lo realizar seu sonho. Por
outro lado não queria a desunião, nem o confronto entre João e
Antonio o que parecia inevitável. A primeira medida foi
mandar Joãozinho para Capriglio, para a casa do avô Melquior.
Por
02 anos, de 1824 a 1825, no inverno, graças a tia Mariana, que
conseguiu-lhe a vaga, João estudou na escola do pároco, Pe. José
Lacqua, em Capriglio. Muitas foram as dificuldades. Para
Antonio, os 02 anos de estudo que Joãozinho tivera eram mais que
suficiente. Agora, de volta à casa, João devia passar dos livros
para a enxada.
João,
ao contrário, durante todo o verão, após as duras jornadas de
trabalho e em todo momento livre, estava sempre com um livro na mão,
o que desafiava a suposta autoridade do irmão, que irritado
continuava a provocá-lo. Por mais que
Margarida colocasse água na fervura, Antonio continuava resmungão,
humilhando o irmão, que nem sempre se calava. Tudo em vão, Antonio
provocava um clima cada vez mais tenso na família, até que um dia a
corda arrebentou.
Não
sabendo mais com quem aconselhar-se Margarida decidiu chamar
Joãozinho e conversou com ele. Em meio às lágrimas decidiram que
Joãozinho devia sair de casa e ir procurar trabalho nos sítios
vizinhos. João sabia das dificuldades que enfrentaria, todavia,
obedeceu a mãe que como ele também sofria. Apesar de extrema, tal
atitude foi a mais correta que se podia tomar e, a despeito de tudo,
“o futuro provará”, foi daí que se deslanchou a carreira do
nosso caro santo.
A presença da mãe na vida do santo
A presença da mãe na vida do santo
Na vida dos grandes santos, a presença da mãe na formação dessas extraordinárias personalidades é quase uma constante. Com Dom Bosco não foi diferente. João Bosco, que desde cedo mostrou grande interesse e aptidão pelos livros, recebeu estímulo e força daquela camponesa simples e analfabeta.
Foi
estudar com o Padre Calosso, que ficara admirado com a dedicação, a
força de vontade e a prodigiosa memória do garoto. Para completar
os estudos no seminário, dom Bosco foi sapateiro, garçom, alfaiate,
e até deu aulas à noite para os colegas. Não
foram poucos os sacrifícios, desafios e provações pelos quais
passou Dom Bosco em cada passo que dava.
Agora,
com 19 anos, devia decidir que caminho tomar. Se
pudesse entraria para o clero diocesano, mesmo não sentindo atração
pela vida paroquial. Queria ser padre para cuidar dos jovens. No
fundo, o problema eram as taxas, os altos custos dos estudos. Não
achava justo exigir mais estes sacrifícios da mãe e do irmão José.
Nem eles querendo os podiam fazer. Mantinham porém, a fé em Deus.
Alguma luz havia de acender.
O
convívio com os Frades Franciscanos do Convento da Paz, pareceu
atrair-lhe para a vida religiosa. Ainda mais que os Frades o acolhiam
de braços abertos, dispensando toda questão financeira. Mas outra
vez um sonho alertava Dom Bosco de que no Convento da Paz ele não
encontraria a paz. Margarida foi comunicada, deveria dissuadir o
filho de dar este passo. Sobretudo porque, sendo pobre e com o
avançar da idade haveria de precisar do amparo do filho que só
viria caso tornasse Padre e não como Frade.
Naquela
época, procurar o seminário, era buscar uma segurança econômica.
Era alcançar junto à famílias ricas o papel de mestre, preceptor,
ou ainda, engajar-se como professor bem remunerado nas universidades.
Muitos se ordenavam sem o mínimo de vocação. Daí advinham
escândalos, egoísmos e ganâncias de riquezas e poderes.
Margarida
tinha, na sua simplicidade de humilde lavradora, o dom do
discernimento, que o espírito de Deus lhe infundia. Iluminada
por Ele, nunca poderia aceitar ver o filho como um sacerdote indigno.
Margarida
rezou, refletiu e decidiu. Teve com o filho um diálogo célebre:
- É verdade que queres ser religioso?
- Sim, mamãe. Creio que não vai se opor.
- O que quero é que examine seriamente o passo que você quer dar.
Depois siga a sua vocação sem se preocupar com ninguém.
- A primeira coisa é a salvação de sua alma. O pároco está
pensando na necessidade que eu possa ter no futuro. Mas nessas coisas
eu não entro, pois antes de tudo está Deus Não te preocupes
comigo. Eu, de você, não quero nada. Escute bem. Nasci na
pobreza, tenho vivido na pobreza, quero morrer na pobreza. E guarde
bem o que te digo: Se você decidir ser Padre diocesano e, por
desgraça, um dia se tornar rico, eu jamais irei visitá-lo.
Lembre-se bem disto.
A
atitude de Margarida te uma conotação profunda com a sua fé e o
seu conceito do sacerdócio Dom Bosco formou-se com muito esforço e
naquele dia, a mãe, essa admirável camponesa modesta e rude, ainda
lhe disse:
- Meu filho, agora que você é padre, pense só em ajudar os outros
que não tiveram a sua sorte. Não se preocupe
comigo. Nossa Senhora tomará conta de nós.
Uma educadora analfabeta
Uma educadora analfabeta
Apesar de analfabeta, foi uma completa educadora cristã. Aproveitava de todas as oportunidades para falar de Deus aos filhos. Nos rastros de Deus que pontilhava o multiforme da natureza, Margarida via e lia, na rústica simplicidade de sua robusta fé, o poder, a bondade, a misericórdia , a sabedoria de Deus Pai.
No
lavrar estafante da terra, dizia: “Deus ao
expulsar o homem do paraíso terrestre, o mandara ganhar o pão com o
trabalho e com o suor do rosto”.
Ao
contemplar a beleza dos céus estrelados e das noites enluaradas,
dizia: “É Deus quem criou o mundo e colocou
lá em cima tantas belas estrelas. Se o firmamento é assim tão
lindo, com não será o paraíso?”.
Quando
os prados e as campinas se marchetavam de flores e cores, sorrindo
apontava: “Que coisas bonitas não faz o
Senhor para alegrar os nossos olhos?”.
Se,
das montanhas, o vento vinha rugindo e os trovões estrondejavam com
o estalar relampejante dos raios, punham-se a rezar e ela: “Como o
Senhor é todo poderoso! Quem ousará enfrentá-lo? Fujamos sempre do
pecado”.
Se
as nuvens carregadas, escuras, vinham chegando, estrugindo
assustadoras e passavam numa chuva de pedra que arrasava as
plantações num anúncio muitas vezes de carência e fome: “O
Senhor é quem nos dá os bens e no-los tira. Ele é o Senhor. Se
assim o permitiu, é porque julgou ser melhor”.
Ao
arrumar-lhes as roupas simples com que os vestia, lembrava-lhes: “Que
vale ter belas roupas, se a alma estiver manchada pelo pecado?”.
Se,
na tosca mesa onde a família se agrupava, um pão quente e saboroso
era posto para o agrado de todos: “Deus é
verdadeiramente um Pai. Ele nos dá sempre o pão de cada dia”. E
rezavam: Pai nosso que estais
no céu...
Paciente e sábia ao disciplinar
Paciente e sábia ao disciplinar
Certa vez, a família ajoelhada rezava as orações da noite. Entoava-se o Pai Nosso. Ao chegar ao perdoai as nossas ofensas..., Margarida suspendeu a prece e, dirigindo-se a Antonio:
- Você não deve rezar esta parte que segue.
- Por que, mãe? Retrucou o rapaz admirado.
- Porque você vive brigando com seu irmão. Não perdoa nunca. Se você
rezar, estará mentindo e não se mente para Deus!
Houve
um momento de silêncio, reflexão e, por fim, Antonio disse
constrangido:
- Mãe, perdoa-me. Vou procurar não fazer mais. Ao que Margarida,
sorriu para o enteado e continuou: - assim
como nós perdoamos a quem nos tem ofendido...
Mãe de Dom Bosco e também mãe dos meninos do Oratório
Sabia onde era seu lugar. Dotada de grande perspicácia, sabia descobrir muito bem o que lhe convinha ou não fazer, ex: Qual o seu lugar à mesa? Enquanto Dom Bosco não teve alunos internos, tomava com ele as refeições. Quando, porém, Dom Bosco fez sentarem-se à sua mesa Sacerdotes e Clérigos, ela não mais foi vista a seu lado. Se Dom Bosco insistia ela sabia muito bem arranjar suas desculpas Dom Bosco então inventou um pretexto: Às vezes convidava à mesa os meninos mais distintos; Seria bom que Margarida ficasse no meio deles para impedir que cometessem alguma falta, sobretudo quando havia convidados. Não é o meu lugar – dizia ao filho – a presença de uma mulher destoaria ali.
Uma preciosa aquisição
Mãe de Dom Bosco e também mãe dos meninos do Oratório
Sabia onde era seu lugar. Dotada de grande perspicácia, sabia descobrir muito bem o que lhe convinha ou não fazer, ex: Qual o seu lugar à mesa? Enquanto Dom Bosco não teve alunos internos, tomava com ele as refeições. Quando, porém, Dom Bosco fez sentarem-se à sua mesa Sacerdotes e Clérigos, ela não mais foi vista a seu lado. Se Dom Bosco insistia ela sabia muito bem arranjar suas desculpas Dom Bosco então inventou um pretexto: Às vezes convidava à mesa os meninos mais distintos; Seria bom que Margarida ficasse no meio deles para impedir que cometessem alguma falta, sobretudo quando havia convidados. Não é o meu lugar – dizia ao filho – a presença de uma mulher destoaria ali.
Uma preciosa aquisição
O jovem, pequeno e vermelhinho, viera trazido por Dom Bosco de Castelnuovo, onde fora pregar. Ele mesmo é que conta:
“Dom
Bosco apresentou-me à boa mãe, dizendo: este menino está decidido
a ser correto e estudar. Ao que ela, alegre respondeu:
-
Ótimo, você não faz outra coisa a não ser ir procurar meninos,
embora saiba muito bem que não temos mais lugar.
-
Ora, um cantinho sempre a senhora há de achar – acrescentou Dom
Bosco, sorrindo.
-
Ponha-o no seu quarto! – respondeu ela.
Também
brincando Dom Bosco acrescentou:
-
Oh, não é necessário! Como vê, ele não é grande. Podemos
colocá-lo no cesto de torradas e com uma corda o suspenderemos,
pendurando-o à moda das gaiolas dos canarinhos.
A
mãe riu e foi arranjar-me um lugar. Nesta noite dormi nos pés da
cama de um companheiro”.
O
menino vermelhinho viera a ser o grande Dom João Cagliero, o
primeiro Bispo e Cardeal salesiano.
O Boa Noite
O Boa Noite
O jovenzinho chegou ao Oratório numa tarde chuvosa, todo encharcado. Margarida recebeu-o carinhosamente, fê-lo sentar-se junto ao fogo e, quando sua roupa ficou seca, pôs-lhe diante um fumegante prato de sopa de pão. Dom Bosco encontrou-o já bem alimentado e disposto. Órfão, viera de Valsesia a procura de trabalho.
-
E agora, onde queres ir?
-
Não sei mesmo. Por favor, dê-me um lugarzinho para passar a noite.
-
Se você concordar, arranjarei um cantinho para ele passar a noite e,
amanhã, Deus proverá.
-
Na cozinha! E se ele fugir com as panelas?
Margarida
trouxe alguns tijolos, duas tábuas, o colchão de Dom
Bosco, lençol, um cobertor. À beira da
caminha improvisada, Margarida fez um pequeno sermão ao menino:
falou-lhe da dignidade do trabalho, da lealdade e da religião.
Puxando o cobertor para cobri-lo melhor,
sussurrou-lhe no ouvido: Boa noite filho!
-
Obrigado mamãe! Boa noite! Sussurrou-lhe o jovenzinho. E dormiu...
Desde
então, seguindo o seu exemplo, (e já se passaram mais de cento e
cinquenta
anos), em todas as casas salesianas do mundo, o diretor ou quem o
substitui, antes que os meninos e os salesianos vão dormir,
dirige-se a eles uma
palavra amiga, lança-lhes uma semente nos sulcos da alma e lhes dá
o “boa noite”.
Nos
externatos passou a ser o Bom Dia. É o momento de um contato
familiar, oficial, da direção da casa, com seus alunos. Seu
efeito tem o condão mágico de penetrar na mente e no coração dos
alunos, constituindo uma das características da pedagogia de Dom
Bosco. Boas Noites
ou Bons Dias,
ouvidos em seu tempo, ficam gravados por muitos
anos, às vezes, por toda vida. O bom senso e o zelo
apostólico de Mamãe Margarida, tornaram-se norma, recurso
educativo.
Como dizer não a Jesus?
Como dizer não a Jesus?
Era o ano de 1851, estava Margarida já com seus 63 anos. Já passara 05 longos anos desde que trocara o sossego dos Becchi pela barulheira de Turim. Sofria muito com aquela agitação constante, aborrecia-se sobretudo quando, não por maldade mas por irreflexão, jovens vivos e irrequietos causassem prejuízos.
Um
dia era a roupa lavada que ia para o chão, roupas perdidas, rasgadas
em demasia que já não aceitavam remendos, noutro foram pisoteados
os canteiro da horta, nem as panelas da cozinha eram mais encontradas
em seu lugar. Uma balbúrdia. Tudo isso acabou
levando Margarida, mesmo a contragosto,
decidir abandonar o Oratório e voltar para os Becchi. Com as
malas feitas se encaminha para a porta. Dom
Bosco que por pouco não fora notado, a interpela:
-
Tudo bem Mama, tens razão até de sair sem se despedir do filho. Mas
(e apontou para o crucifixo da parede), e d’Ele? Também não vais
despedir?
Pobre
Margarida. “Caiu-lhe a ficha”.
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Esse texto foi extraído do site dos Salesianos Cooperadores - espécie de ordem terceira, especialmente para leigos, fundada por Dom Bosco. Pode ser encontrado nesse link:
http://www.salesianoscooperadores.org/Arquivo/PLANO%20DE%20FORMA%C3%87%C3%83O/Segunda%20fase/Forma%C3%A7%C3%A3o%20Inicial%20Segunda%20Fase%20Textos/Encontro%2018%20-%20Mam%C3%A3e%20Margarida.doc
Imagens retirada do Google Imagens.
Um comentário:
Sou voluntária no Oratório Festivo de Dom Bosco, no Salesiano em Vitória no ES. Parabéns Dom Bosco! Nobre trabalho! A humildade é a coroa das virtudes.
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