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quarta-feira, 26 de julho de 2017

VENERÁVEL TERESA VALSÉ PANTELLINI, Virgem e Religiosa Salesiana



Início do processo: 6-12-1926
Venerável: 12-07-1982

Teresa Valsé Pantellini nasce em Milão no dia 10 de outubro de 1878 e foi batizada na paróquia dedicada a São Francisco de Paula. Pertencente a uma rica família, o pai José Valsé, grande cristão e grande trabalhador, ainda jovem, mudou-se para o Egito, onde tinha aberto uma rede de hotéis que o tornou rico, estimado, apreçado também por altas personalidades e homens de poder. Lá casou-se com Josefina Viglini, uma burguesa de origem italiana. Dessa maneira, Teresa passa os primeiros anos de sua vida no Egito. O pai educa a filha a amar os pobres e a sempre ajudá-los. Em 1882 José, prevendo as ações de xenofobia que serpeavam na região, transfere a família, definitivamente, para a Itália. Primeiramente para Milão e, em seguida para Florença. Em 1890, em sua própria casa, Repouso dos Bispos de Fiesole, morre José, deixando a mulher e três filhos: Ítalo, o primogênito, Teresa e Josefina.
É um golpe muito duro para todos, em particular para Teresa que é muito ligada ao pai. A mãe transfere a família para Roma a fim de favorecer os estudos universitários do irmão Ítalo. Teresa entra no colégio das Damas do Sagrado Coração e empenha-se nas Conferências de São Vicente. A mãe assegura aos filhos a melhor educação nos colégios florentinos.
Teresa tem 12 anos e amadurece um mais profundo espírito de oração. Há muito tempo Teresa cultiva uma profunda vida espiritual que lhe
oferece um estilo de comportamento adequado à sua posição social, mas modelado sobre critérios decididamente evangélicos: um amor preferencial por Deus que a leva a viver momentos prolongados de oração; uma forte sensibilidade pelos pobres, com os quais é generosa na ajuda e na proximidade; uma acentuada sensibilidade educativa. Recebe uma acurada instrução literária e artística, e cultiva as virtudes humanas sob a guia doce mas exigente da mãe. Percebe no dia da primeira comunhão o chamado ao estado religioso e oferece-se ao Senhor com profunda alegria.
Luxo, riqueza e divertimentos não lhe faltam, mas vive um constante espírito de alegre mortificação escondida. Seu diretor espiritual é o servo de Deus Monsenhor Radini Tedeschi, futuro bispo de Bergamo, que escolherá o Pe Ângelo Roncalli como secretário. Encorajada pelo seu guia espiritual, Teresa decide bater às portas do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora em Roma, “para entregar-se ao Senhor irrevogavelmente – como diz ela mesma – para a educação das pobres meninas do povo”.
Sentindo o chamado à vida de consagração e, superando duros obstáculos, depois da morte da mãe entra no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. É o dia 2 de fevereiro de 1901. Teresa tem 22 anos. No momento da decisão de se tornar religiosa, tinha escrito ao irmão Ítalo: “Decidi irrevogavelmente”.
Faz a profissão religiosa em 1903, depois de um válido tirocínio como educadora entre as oratorianas do Trastevere. As casas de Bosco Parrasio e de Via da Lungara hospedam no oratório as meninas mais pobres do bairro, pequenas empregadas das casas dos ricos. Entre as religiosas da comunidade, Ir. Teresa é a mais querida pelas jovens, que sentem o fascínio pela sua presença sorridente e gentil. Possui uma saúde precária quando começa a trabalhar neste ambiente, mas não se importa com os sacrifícios e, absolutamente, não faz pesar o seu passado.
As irmãs do seu tempo recordam-na assim: “Ir. Teresa sabia tomar as transtiberinas pelo lado delas: de fato, era hábil em manter a disciplina, passando por mil formas de falta de civilidade e por várias grosserias”. Uma das meninas, por uma negativa recebida, cuspiu-lhe no rosto. E ela suportou o gesto com a admirável edificação de todos os presentes.
Na casa das irmãs a pobreza se faz sentir a ponto de tornar-se necessário pedir ajuda, deveras, de dever pedir esmola. Assim, Ir. Teresa, embora com uma forte repugnância, não se esquiva deste empenho que lhe faz bater às portas daqueles ricos que tinha frequentado no passado. Teresa é uma mulher forte, inteiramente dedicada aos mais pobres. Decidida a defender os seus direitos, especialmente quando alguns habitantes do bairro hostilizam a obra ou lamentam pela presença de meninas rudes e não lhes pagam devidamente os serviços.
A exemplo de Dom Bosco, se identifica concretamente com a situação de dificuldade das jovens que lhe são confiadas e procura, de todos os modos, elevar a cultura delas e torná-las mais finas. Dá lições de música, realiza apresentações teatrais, inventa jogos que possam interessar meninas já cansadas de um trabalho pesado. Na comunidade é uma presença atenta e discreta.
Teresa é cortês e delicada com todos, dispõe-se sempre a fazer os trabalhos mais humildes e pesados. Conduz a lavanderia e as oficinas das meninas pobres com alegria e espírito de sacrifício. É como queria Dom Bosco: extraordinária no ordinário. Nem os sintomas sempre mais insistentes de um mal que a consumava, a tuberculose, detiveram o seu caminho de santidade. Sente que chegou o momento de amar o sofrimento – não só aceitá-lo –, como dom que a une ao Crucifixo: “Aquilo que queres, ó Jesus, também eu o quero, e o quero enquanto tu o quiseres”.
Ir. Teresa, em abril daquele ano, é enviada ao Piemonte para tratar-se. Não se ilude, sabe que o mal não perdoa. Ela mesma, com inacreditável senso de humor, diz: - O Senhor me ajudou e agora estou pronta para três coisas: para morrer, para ficar doente por muito tempo, para ser curada. Depois, com um rápido sorriso, acrescenta: - Bem, uma das três a adivinharei, não é?
A alegria e a simplicidade de Mornese, o sacrifício silencioso, a sua contínua união com Deus e o amor filial a Nossa Senhora foram pontos sólidos do seu projeto de vida. Em 3 de setembro de 1907, Ir. Teresa encontra-se com aquele Jesus que tinha escolhido irrevogavelmente. Está sepultada em Nizza Monferrato.
Quase que realizando o seu sonho apostólico, as Filhas de Maria Auxiliadora, hoje, se confiam particularmente a ela frente às atividades missionárias. Foi declarada Venerável, com o Decreto de reconhecimento da heroicidade das virtudes, no dia 12 de julho de 1982.

Fonte:
www.salesianos.com.br/teresa-valse-pantellini/

www.paroquiasaocristovao.net/?page_id=7839

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