O século XX foi, sem sombra de dúvida, o "século dos mártires" para a Igreja. Se somássemos todos os mártires vítimas do Nazismo, do Comunismo (promovido pela antiga União Soviética, pela China e demais países comunistas ou por governos simpatizantes do comunismo) e do Islamismo (perseguições contra cristãos que perduram até os dias de hoje em países do Oriente Médio) dará certamente muito mais mártires do que em qualquer um dos séculos da perseguição romana. Isso pode impressionar ou causar certa incredulidade, mas, é a verdade. Hoje trago a história de mais uma dessas mártires que hoje, no Céu, ornam o Trono do Altíssimo com as palmas gloriosas de seu testemunho de fé, fidelidade e amor a Deus e à Santa Igreja.
Beata Natália Tulasiewicz, Mártir. |
Natália Tulasiewicz nasceu na região de
Rzeszów na Polônia em 9 de abril de 1906. Cresceu em um ambiente familiar
católico e não perderá os valores aprendidos no lar quando se instala na cidade
de Poznan, para exercer a função de professora leiga. Pelo contrário, Natalia
entendeu que a vida e a fé caminham lado a lado e que a santidade pode ser
vivida no cotidiano.
Natália se une ao grande movimento de
apostolado laico convertendo-se em uma entusiasta animadora.
Em meados de setembro de 1939, a católica
Polônia sofre um dos períodos mais dolorosos de sua história. Quase
simultaneamente é invadida pelo oeste pela Alemanha nazista de Hitler e pelo
leste pelo Exército Vermelho soviético de Stalin. Estes dois regimes eram
abertamente contrários ao catolicismo e num lapso de poucos anos exterminaram
mais de seis milhões de poloneses.
Natália, como toda a sua geração,
presencia impotente a sua nação ser aniquilada. Ela confiava em Deus e sabia
que o mal nunca tem a última palavra, ainda que por momentos pareça invencível.
Cheia de valor se entrega a infundir esperança entre seus compatriotas,
animando-os a esperar no Senhor e a se entregar a sua proteção. Porém seu
apostolado não ficou só nos conselhos ao tomar conhecimento que muitas mulheres
polonesas estavam sendo enviadas para a Alemanha para realizar trabalhos
forçados, ela parte livremente com elas para poder ajudá-las espiritualmente.
Em abril de 1944 a Gestapo, a polícia
secreta política do regime nazista, descobre sua ação e a prendeu. Foi
atrozmente torturada e humilhada publicamente e enviada ao campo de
concentração de Rawensbrück, perto de Brandeburgo. Era Sexta-feira Santa de
1945, suas forças são poucas devido aos maus tratos sofridos; entretanto, esta
admirável mulher sai de sua barraca e proclama um emocionante discurso sobre a
Paixão e Ressurreição de Nosso Senhor que enche de esperança os prisioneiros.
Nosso Senhor tem um belo gesto de ternura para com sua filha Natália, pois dois
dias depois, 31 de março, Domingo de Páscoa, ela é transladada para a câmara de
gás, onde entrega sua alma.
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