Dois dos novos beatos mártires: Frei Frederico de Berga e Frei Eloi de Bianya. |
O Cardeal
Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, presidiu na manhã
de sábado (21/11), na Catedral de Barcelona, Espanha, à celebração Eucarística
de Beatificação de Frederico de Berga e seus 25 companheiros mártires,
sacerdotes e Irmãos leigos, assinados por ódio à fé, entre junho de 1936 e
fevereiro de 1937.
Os novos
Beatos, assassinados em nove conventos da Catalunha, saqueados e incendiados,
deram testemunho da sua fé, conduta moral e vida de oração:
No momento
da prisão, eles declararam sua identidade e seu estado religioso, decididos a
oferecer as vidas por Jesus Cristo e, com o coração, prontos para cumprir a
vontade de Deus.
O primeiro
da lista, Frei Frederico de Berga foi guardião, missionário na América Central
e Provincial por um triênio. O Bispo de Vic o definiu como "o pregador
mais apostólico" da sua diocese.
No início da
revolução, era guardião no convento de Arenys. Em Barcelona, participou
ativamente da rede clandestina da Igreja, que ali se formava. Pouco antes de
morrer, em fevereiro de 1937, havia distribuído milhares de comunhões, correndo
risco de vida.
Celebrava a
Eucaristia em casas particulares, onde se reuniam pequenos grupos de fiéis, sem
utilizar ornamentos e vasos sagrados, com a permissão da Santa Sé.
Companheiros de martírio
Entre seus
companheiros capuchinhos, destaca-se Frei
Eloi de Bianya, talvez a figura mais amada de todo o grupo dos mártires.
Era irmão
porteiro do convento de Sarriá. Ele nunca reclamava; era sempre sorridente e
simpático; tinha uma vida interior muito intensa, apesar dos muitos apertos e
humilhações.
Frei Eloi
foi preso na estação ferroviária, junto com outros três frades, quando estava
para partir para a sua cidade natal.
Entre os
jovens estudantes assassinados, encontrava-se Frei Marçal de Villafranca, o mais jovem de quatro coirmãos frades.
Tinha dezenove anos. Ao ser preso, despediu-se dos seus confrades, dizendo: "Não sofram pelo que me puder
acontecer. A minha consciência está em paz com Deus".
Outros
mártires foram também Frei Modesto de Mieres e Frei Ángel de Ferrieres, um
teólogo idoso e um jovem irmão leigo, que se refugiaram na casa de outro frade,
próximo ao convento de Sarriá. Frei Ángel poderia ter escapado, mas não quis
abandonar o Frei Modesto e outro frade enfermo, acamado. Frei Modesto compôs
uma oração que juntos recitavam todos os dias. Finalmente, denunciados por
alguns vizinhos, foram presos e assassinados nas proximidades do convento.
Alguns dos
novos mártires foram missionários na Colômbia, Filipinas, Nicarágua e Costa
Rica.
O último
Capuchinho a morrer foi o Frei Frederico de Berga, em 16 de fevereiro de 1937.
Em maio de 1937, o governo da República assumiu o controle da situação de
Barcelona e os assassinatos cessaram.
Porém, a
Igreja continuou a viver na clandestinidade até o fim da guerra em 1939. (JSG)
Eis os nomes daqueles que compõem esta cândida
lista de mártires:
P. Frederic
de Berga (Martí Tarrés Puigpelat)
P. Modest de
Mieres (Joan Bover Teixidó)
P. Zacaries
de Llorenç del Penedés (Sebastiá Sonet Romeu)
P. Remigi
del Papiol (Esteve Santacana Armengol)
P. Anselm
d'Olot (Laurentí Basil Matas)
P. Benigne
de Canet de Mar (Miquel Sagré Fornaguera)
P. Josep de
Calella de la Costa (Joan Vila Colomé)
P. Martí de
Barcelona (Jaume Boguñá Casanova)
P. Rafael
Maria de Mataró (Francesc de Paula Soteras Culla)
P. Agustí de
Montclar de Donzell (Josep Alsina Casas)
P. Doroteu
de Vilalba dels Arcs (Jordi Sampé Tarragó)
P. Alexandre
de Barcelona (Jaume Nájera Gherna)
P. Tarsici
de Miralcamp (Josep Vilalta Saumell)
P. Vincenç
de Besalú (Julià Gebrat Marcé)
P. Timoteu
de Palafrugell (Jesús Miquel Girbau)
Fr. Miquel
de Bianya (Pelai Ayats Vergés)
Fr. Jordi de
Santa Pau (Manuel Collellmir Senties)
Fr.
Bonaventura de Arroyo Cerezo (Tomás Díaz Díaz)
Fr. Marçal
del Penedès (Carles Canyes Santacana)
Fr. Eudald
d'Igualada (Lluís Estruch Vives).
Fr. Paciá
Maria de Barcelona (Francesc Maria Colomer Presas)
Fr. Ángel de
Ferreries (Josep Coll Martí)
Fr. Cebrià
de Terrassa (Ramon Gros Ballvé)
Fr. Eloi de
Bianya (Joan Ayats Plantalech
Fr. Prudenci
de Pomar de Cinca (Gregori Charlez Ribera)
Fr. Félix de
Tortosa (Joan Bonavida Dellà)
Vamos
conhecer alguns destes frades mais de perto.
Fr. Frederic
de Berga, que é o primeiro na lista, foi guardião, missionário na América
Central e Provincial por um triênio. O Bispo de Vic tinha se referido a ele
como “o pregador mais apostólico” que havia na sua diocese. No início da
revolução, era guardião no convento de Arenys. Após ter se escondido por alguns
dias nos montes, chegou a Barcelona e participou ativamente da rede clandestina
da Igreja que estava se formando. Pouco antes da morte, em fevereiro de 1937,
calculava de ter distribuído, sempre com perigo de vida, cerca de 1200
comunhões. Celebrava a Eucaristia em casas particulares, onde se reuniam
pequenos grupos de fiéis, fazendo uso da permissão da Santa Sé de celebrar sem
ornamentos nem vasos sagrados. Foi descoberto durante uma busca na casa onde
tinha sido acolhido.
Fr. Eloi de
Bianya é talvez a figura mais amada de todo o grupo dos mártires. Era irmão
porteiro do convento de Sarriá. O pai de um frade atual, que o conheceu, havia
se referido a ele como “o homem que menos me falou e mais me comunicou”. Foi
acolhido na casa do Sr. Maurici Serrahima, vizinho do convento, que em suas
memórias deixou esta belíssima descrição: “Muito se falou sobre Fr. Eloi, e com
razão. (…) Tinha em seu rosto um sorriso bom e ao mesmo tempo docemente
irônico. (…) Era uma figura de homem agradável de se ver e de se ter por perto.
As simpatias que tinha suscitado na portaria do convento eram imensas, e todos
o conheciam. Sorria e sabia fazer alguma brincadeira quando era conveniente.
Mas nele devia existir uma vida interior muito intensa, da qual devia provir o
equilíbrio em tudo. Não incomodava e não
fazia barulho. Não falava se não lhe falassem. E, quando falava, fazia-o com
uma suavidade que desejava ser apenas discreta, mas frequentemente acabava
sendo impressionante. Não uma palavra de lamentação nem de protesto. Durante a
sua permanência em nossa casa, jamais falou de vingança, melhor, nem mesmo de
fazer justiça. ‘Estes homens, (dizia, referindo-se àqueles que se lançaram na
loucura dos incêndios e dos assassinatos) são boa gente. Sofreram muito,
passaram muitos apertos e humilhações. Estou certo de que foram fiéis à esposa,
lutaram pela própria família. O que estão fazendo agora é a primeira má ação
que fazem. E o fazem porque são convictos de que assim melhorarão o destino dos
pobres. Nós os encontraremos no céu…’. Não garanto que tenha dito literalmente
estas palavras. Mas com certeza sei que era isso que elas significavam quando
me falava”. Fr. Eloi foi preso na estação ferroviária junto a três outros
frades quando tentava partir à sua cidade natal.
Entre os
jovens estudantes assassinados, pode-se evidenciar Fr. Marçal de Villafranca, o
mais jovem de quatro irmãos frades. Tinha dezenove anos. Após duas buscas dos
revolucionários que estavam procurando seus irmãos mais velhos, a família
decidiu transferir-se a um outro bairro, mas uma vizinha seguiu-os e
denunciou-lhes ao comitê da zona e foram presos. Despedindo-se da mãe, disse:
“Mamãe, não sofra pelo que pode me acontecer. A minha consciência está em paz
com Deus”.
Fr. Modest
de Mieres e Fr. Ángel de Ferrieres eram um teólogo idoso e um jovem frade leigo
que se refugiaram na casa de um outro frade, próximo ao convento de Sarriá. A
casa foi submetida a várias buscas, durante as quais eles se passaram por
parentes da família. Fr. Ángel poderia ter escapado, mas não quis abandonar Fr.
Modest e um outro frade enfermo, acamado. Fr. Modest compôs uma oração que
juntos recitavam todos os dias: “Neste momento e certamente na hora da morte,
se não me encontrar em circunstâncias adequadas, com o auxílio da divina graça,
que humildemente tenho confiança que concedereis, aceito, ó meu Deus,
voluntariamente, com todo o prazer, humildemente e de todo coração, aquela morte
que quiserdes enviar-me. Qualquer que seja, uno a minha morte à morte
santíssima de nosso Senhor Jesus Cristo, que, neste momento, está se renovando no santo sacrifício da Missa, e
assim unida, eu a ofereço, ó meu Deus, suplicando-vos humildemente que vos
digneis aceitá-la benignamente, apesar de minha pequenez e miséria, em relação
à morte de nosso Senhor Jesus Cristo, pela remissão de todas as minhas culpas e
pecados, e das culpas e pecados de todos os homens”. Finalmente, denunciados
por alguns vizinhos, foram presos e assassinados nas proximidades do convento.
Alguns dos
novos mártires foram missionários: Fr. Anselm d’Olot e Fr. Benigne de Canet
estiveram em Caquetá (Colômbia); Fr. Zacaries de Llorenç concluiu seus estudos
em Pasto (Colômbia) e foi ordenado sacerdote em Bogotá; Fr. Remigi del Papiol
esteve em Manila (Filipinas), no vicariato de Bluefields (Nicarágua) e na Costa
Rica; e Fr. Frederic de Berga esteve na Costa Rica.
Dos 26 que
são beatificados nesta ocasião, 17 morreram entre julho e agosto. Em seguida, a
perseguição começou a perder intensidade. O último a morrer foi Fr. Frederic de
Berga, em 16 de fevereiro de 1937. Em maio de 1937, o governo da República
assumiu o controle da situação de Barcelona, e os assassinatos praticamente
cessaram. Apesar disso, a Igreja continuou a viver na clandestinidade até o fim
da guerra em 1939.
(Da
Redação Gaudium Press, Com Informações RV)
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