SANTO INÁCIO
nasceu em Santhià, diocese de Vercelli, no Piemonte (Itália), aos 05 de junho
de 1686. Os seus pais chamavam-se Pedro Paulo Belvisotti e Maria Elizabetta
Balocco. Era o quarto de seis filhos, da rica família dos Belvisotti, cristã,
bem posicionada e muito conceituada socialmente. No Batismo recebeu o nome de
Lourenço Maurício. Após a profissão religiosa adotou o nome de Inácio.
Aos sete anos de
idade ficou órfão de pai. Sua mãe cuidou para que os filhos recebessem uma
excelente instrução por meio de um sacerdote piedoso. Assim, além de uma
formação literária invejável, ele cresceu na oração e amadureceu a sua vocação
sacerdotal.
Começou a
distinguir-se pela integridade dos costumes, pelo aproveitamento nos estudos e
pelo gosto em ser acólito na Colegiada. Entrou no Seminário diocesano e aos 24
anos de idade foi ordenado sacerdote. Dedicou-se à pregação colaborando com os
Jesuítas. Depois, foi nomeado cônego da Colegiada de Santhià. Foi-lhe
oferecido, a seguir, o ofício de pároco. Porém, e, contra o parecer dos seus
parentes, que previam para ele brilhante carreira eclesiástica, renunciou ao
cargo.
Pouco depois,
com o desejo de conseguir maior perfeição, vencendo enormes dificuldades,
entrou na Ordem dos Capuchinhos, quando tinha 30 anos de idade. Ali, fez sua
profissão religiosa em 1717. Como São Francisco, padre Inácio queria que o
ideal supremo de vida fosse Cristo, optando pela pobreza absoluta de Belém, a
abnegação total do Calvário, a caridade do Tabernáculo. Durante 25 anos, foi
confessor assíduo e muito solicitado por pessoas de todas as classes. Nesse
ministério, demonstrou a caridade paterna, sabedoria e ciência, adquiridas nos
livros e por meio das orações contemplativas. Durante o dia, passava horas
ininterruptas, na direção espiritual e abria aos pecadores os caminhos misteriosos
da bondade de Deus.
Sua fama de bom
conselheiro espiritual difundiu-se rapidamente, trazendo para a paróquia uma
grande quantidade de religiosos, sacerdotes e fiéis desejosos de uma verdadeira
orientação no caminho da santidade. A todos recebia com a maior caridade,
porque os pecadores eram os filhos mais doentes e necessitados de acolhida e
compreensão. Passou
a ser chamado de "padre dos pecadores e dos desesperados". A sua fama
difundiu-se muito depressa também na pequena cidade, a tal ponto que os jovens
que frequentavam as escolas superiores da cidade escolhiam como meta do passeio
o convento, dizendo: "Vamos ver aquele santo!".
Foi Mestre de noviços
no convento do Monte, em Turim. Sendo modelo das virtudes, soube orientar os
jovens noviços pelos caminhos da perfeição franciscana. Sua única intenção era
formar os jovens para a vida religiosa, para a mortificação e a penitência.
Para isso, instruía, corrigia e encorajava com atenção e palavras amorosas,
fazendo o caminho difícil tornar-se ameno. A sua cela estava
aberta em qualquer momento do dia e da noite para os noviços que precisassem de
conselhos, de um encontro para superar uma prova ou esclarecer uma dúvida.
Em 1724,
estourou a guerra e logo se notabilizou na assistência aos soldados feridos no
hospital militar. Durante aqueles tempos turbulentos, soube ser o conforto e a
ajuda para quem a ele se dirigia. Passou o resto da sua vida a ensinar o
catecismo aos pequeninos e aos adultos, com competência, diligência e proveito
verdadeiramente singulares.
Orientou
exercícios espirituais, especialmente para os religiosos, aos quais, com a
palavra e com o exemplo, soube conduzir à espiritualidade cristã e franciscana.
Ingressou na
vida religiosa à procura da humildade e da obediência e, durante 54 anos,
converteu-se em grande modelo dessas virtudes. A sua alegria era estar no
último lugar, sempre pronto para qualquer desejo dos seus Superiores. Tendo 84
anos, cansado pelo intenso trabalho apostólico que havia desenvolvido no meio
da maior simplicidade e humildade, desejava voltar para Deus. Morreu com fama
de santidade no dia 21 de setembro de 1770, em admirável tranquilidade.
A notícia
espalhou-se rapidamente, e uma multidão de fiéis de todas as classes sociais acorreu
para saudar pela última vez o "santinho do Monte", como era chamado.
Os milagres atribuídos à sua intercessão logo surgiram e o seu culto ganhou
vigor entre os devotos. Seis anos após sua morte, por vontade do clero, dos
irmãos de hábito, do povo e da casa de Sabóia, foi dado início na cúria
arquiepiscopal de Turim, ao processo sobre a fama de santidade, de vida,
virtudes, e milagres do servo de Deus.
No ano de 1827,
Leão XII declarou a heroicidade das suas virtudes, dando-lhe o título de
Venerável. A 17 de abril de 1966, o Papa Paulo VI beatificou-o em São Pedro, no
Vaticano. Foi canonizado a 19 de maio de 2002 pelo Papa São João Paulo II. Suas
relíquias encontram-se na igreja dos Capuchinhos no Monte, em Turim.
Como produção
literária, deixou-nos as Meditações
para exercícios espirituais, cuja primeira impressão foi feita em 1912.
Oração
Senhor,
nosso Deus, que chamastes o vosso servo, Santo Inácio de Santhià, ao caminho da
perfeição evangélica e o fizestes mestre e modelo das virtudes cristãs, concedei-nos
a graça de vivermos na nossa vida a santidade do Vosso Filho Jesus Cristo, que
vive convosco na unidade do Espírito Santo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário