São Tarcísio é um menino santo. Ele
é o padroeiro dos coroinhas, acólitos e cerimoniários. Isso pelo fato de ele
ter sido acólito (coroinha), aquela pessoa que ajuda o sacerdote nas missas e
prestava seus serviços na Igreja de Roma. A Igreja de Roma contava, então, com
50 sacerdotes, sete diáconos e mais ou menos 50 mil fiéis no centro da cidade
imperial. Ele era um dos integrantes dessa comunidade cristã romana, quase toda
dizimada pela fúria sangrenta daquele imperador.
Perseguição
Durante a
perseguição de Valeriano, imperador de Roma (253-260), muitos cristãos foram
presos e martirizados. Enquanto estavam na prisão esperando a morte, esses
cristãos desejavam receber a Santa Eucaristia para se fortalecerem com o Corpo
de Cristo. Mas era muito difícil entrar nas cadeias com a Santa Comunhão.
Um
menino cheio de coragem
O Papa Sisto
II queria, mas não podia levar a Eucaristia aos presos antes de serem mortos.
Então, com apenas 12 anos de idade, Tarcísio se ofereceu para fazer este
serviço. Ele dizia estar disposto a até mesmo dar a sua vida para que as
hóstias sagradas não caíssem nas mãos dos pagãos. Mas o papa, olhando para ele,
disse: "És jovem ainda, Tarcísio, e não sabes desempenhar esta santa
missão". Tarcísio retrucou: "Tanto melhor, porque de mim ninguém
desconfiará, podendo de tal maneira me aproximar de nossos irmãos encarcerados.
E também sei guardar as Santas Hóstias e nunca as entregarei aos pagãos."
Diante de tal atitude o papa não teve dúvida e entregou a ele uma caixa de
prata com as Hóstias.
Perseguição
E Tarcísio
foi cumprir sua missão. Caminhava firme pelas ruas, quando outros meninos o
chamaram para brincar, pois faltava um para completar a brincadeira. Tarcísio
se desculpou, dizendo estar com pressa. Um rapaz pegou-o pelo braço e quis
forçá-lo. Tarcísio resistiu. Então, perceberam que ele segurava algo. Curiosos
perguntaram o que era. Não atendendo às suas exigências, tentaram arrancar o
segredo de suas mãos. Uma pessoa que passava pelo local, vendo a confusão,
disse: "Ele leva o Deus dos cristãos!" Então, os rapazes caíram sobre
o pobre menino para lhe arrancar à força as Santas Hóstias.
Força
sobrenatural
Tarcísio
segurava com tanta firmeza o tesouro, que força alguma conseguiu arrancá-lo.
Porém, eles espancaram e maltrataram Tarcísio sem piedade. Exausto e quase
morto, segurava as Santas Hóstias com força sobrenatural. Bateram nele e o
apedrejaram. E, mesmo desmaiado, já quase morto, São Tarcísio não soltou o
corpo de Cristo em suas mãos. De repente, então, surgiu um soldado romano, que
também era um cristão disfarçado, mas já era tarde demais. Tarcísio já estava
quase morto. Mas, aí, movido pela força de Deus, o menino soltou o Corpo de
Cristo, entregou a caixa de prata ao soldado e faleceu. Depois de morto, o
soldado levou seu corpo para as catacumbas, onde Tarcísio foi sepultado.
Veneração
Tarcísio
foi, primeiramente, sepultado junto com o papa Santo Estevão nas catacumbas de São
Calixto, em Roma. Ainda é possível ver inscrições e restos arqueológicos sobre
São Tarcísio nas famosas catacumbas de São Calisto. As inscrições comprovam a
veneração a São Tarcísio. O Santo Papa Damaso I fez uma inscrição em seu
túmulo, que diz: "Enquanto um
criminoso grupo de fanáticos se atirava sobre Tarcísio que levava a Eucaristia,
o jovem preferiu perder a vida, antes que deixar aos raivosos o Corpo de
Cristo".
No ano 767,
o papa Paulo I determinou que seu corpo fosse transferido para o Vaticano, para
a basílica de São Silvestre, e colocado ao lado dos outros mártires. Em 1596
seu corpo foi transferido e colocado definitivamente embaixo do altar principal
daquela mesma basílica.
A basílica
de São Silvestre é a mais solene do Vaticano. Nela, todos os papas iniciam e terminam
seus pontificados. Sem dúvida, o lugar mais apropriado para o comovente
protetor da Eucaristia: o mártir e acólito Tarcísio. Ele foi declarado
Padroeiro dos Coroinhas ou Acólitos, que servem ao altar e ajudam na celebração
eucarística.
Sua festa é
celebrada no dia 15 de agosto.
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